O GLOBO - 25/04/10
O último balanço disponível sobre o destino dos recursos da publicidade oficial mostra um crescimento impressionante do número de veículos de comunicação que recebem verbas federais. Em 2003, esse número chegava a 499, distribuídos em 182 municípios. Em 2009, pulou para 7.047, em 2.184 municípios. A política de regionalização das verbas publicitárias é uma bandeira do governo Lula. Tem justificativas técnicas, mas no ano eleitoral se confunde com objetivos políticos.
Nos últimos dois anos, o governo investiu fortemente nas chamadas novas mídias, com destaque para a Internet; e em mídias alternativas. Números fornecidos pela Secom mostram que a publicidade oficial já alcançava, em 2009, 1.791 veículos de outras mídias, sem contar as tradicionais: rádios, jornais, tevês e revistas. A justificativa do governo para a ampliação do leque de beneficiados com a publicidade oficial é o maior acesso da população às informações sobre políticas públicas.
Bastante consistente, se fosse só isso mesmo.
Acontece que as verbas da publicidade oficial servem também como instrumento de barganha política, num processo muito parecido com o que acontece com as emendas parlamentares. É notório que muitos políticos têm ligações com veículos de comunicação nos estados.
Neste caso, vale aquela crença de que coincidências não existem. Um dos principais defensores da regionalização
das verbas publicitárias do governo federal é o deputado André Vargas (PR), secretário de Comunicação do PT e presidente da Frente Parlamentar das Mídias Regionais no Congresso. Vargas está engajadíssimo na campanha da candidata Dilma Rousseff.
No início do mês, se reuniu com os secretários estaduais de comunicação do PT para definir a estratégia de campanha na Internet.
Na opinião do cientista político David Fleischer, da UNB, não há dúvida de que num ano eleitoral a publicidade oficial acaba beneficiando o candidato do governo. Ele lembra que a Constituinte de 88 criou restrições à publicidade, e a lei eleitoral também limita algumas ações, mas não considera essas barreiras suficientes.
— Na minha opinião, tinha que zerar a publicidade oficial em ano eleitoral, só abrindo exceções para calamidades.
Só assim seria possível equilibrar o jogo entre governo e oposição — afirma.
Embargo
O temor entre os iranianos de que as sanções defendidas pelos EUA, em represália ao programa nuclear, realmente se concretizem ficou evidente na recente missão do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, a Teerã, que teve a participação de 86 empresários brasileiros.
Do outro lado da mesa, estiveram nada menos do que 400 homens e mulheres de negócios iranianos.
Todos preocupados com um possível desabastecimento, não apenas de produtos industrializados, mas, principalmente, de alimentos.
Na verdade, já existe um embargo informal. Sob pressão, empresas brasileiras com negócios nos EUA deixaram de vender ao país persa, seguindo orientação de Obama de isolar o Irã.
Aquecimento
O consumo de serviços relacionados à infraestrutura mostra como 2010 está sendo um ano diferente do que passou. Em fevereiro, houve crescimento da demanda em todas as áreas analisadas pela Abdib, em relação ao mesmo mês de 2009: passageiros em aeroportos (33,9%); despacho de cargas nos portos (28,6%); consumo de gás natural (24,2%); consumo de eletricidade (10,7%); movimentação nas estradas (4,3%). A Abdib acredita que a demanda continuará forte, o que reforça a necessidade de investimentos para ampliar a oferta acima de 10% ao ano.
Auxílio
O Ministério das Cidades publica nesta segunda-feira edital para convocar os prefeitos de municípios declarados em calamidade, devido às chuvas, interessados em receber recursos públicos.
Serão destinados R$ 150 milhões à construção de moradias, reforma ou restauração de infraestrutura.
Os candidatos precisam informar detalhes como número de famílias a serem beneficiadas e tipo de intervenção necessária.
Entrevista:O Estado inteligente
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