DVD
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| DVD Conversas com Meu Jardineiro: muita falação, mas com conteúdo |
CONVERSAS COM MEU JARDINEIRO (Dialogue avec Mon Jardinier, França, 2007. Videofilmes)
Um pintor de sucesso volta para uma temporada em sua casa de infância, no interior da França, e a encontra abandonada e cercada pelo mato. Põe um anúncio no jornal à procura de um jardineiro e quem aparece é um velho colega seu de escola primária. Na meia-idade, assim, os dois homens retomam a amizade – ao mesmo tempo com aquela intimidade resguardada pelo passado e com a profundidade da experiência. Está-se, claro, no terreno primordial do cinema francês, o da falação. Exceto pelo fato de que aqui os diálogos, primorosamente escritos pelo diretor Jean Becker, realmente têm algo a exprimir – e de que esse algo é larga e calorosamente expresso na atuação de Daniel Auteuil e Jean-Pierre Darroussin.
LIVRO
MAPAS PARA AMANTES PERDIDOS, de Nadeem Aslam (tradução de Renato Aguiar; Record; 448 páginas; 49 reais)
Paquistanês radicado na Inglaterra, Aslam apresenta, neste romance, um painel ao mesmo tempo ácido e lírico da vida de seus compatriotas exilados. Em uma cidade da Inglaterra, Jugnu e Chanda, um casal de paquistaneses, desaparecem. Os irmãos de Chanda são presos pelo assassinato dos dois – o crime pretendia lavar a "honra" da família, manchada pelo fato de Chanda viver com Jugnu sem um casamento formal. Mapas para Amantes Perdidos acompanha a repercussão que o caso tem sobre a vizinhança – e, em particular, sobre o líder comunitário Shamas, irmão de Jugnu, que não é um crente, e sua mulher, Kaukab, muçulmana devota. O livro é um exame minucioso dos efeitos corrosivos que o fanatismo islâmico exerce na vida familiar. Leia trecho.
DISCOS
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| DISCO Bruce Springsteen: rock operário para agradar ao governo Obama |
WORKING ON A DREAM, Bruce Springsteen (Sony/BMG)
O cantor e compositor nunca escondeu sua simpatia pelo Partido Democrata. Durante os oito anos do governo Bush, Springsteen lançou odes aos heróis do 11 de Setembro (The Rising) e discos de protesto (We Shall Overcome). Working on a Dream, lançado uma semana depois da posse de Barack Obama, foi feito para agradar à nova administração. O cantor, claro, mantém sua marca registrada, com rocks de alta combustão, gritados com vigor de operário de Nova Jersey, seu estado natal. Os temas de suas canções, no entanto, estão mais otimistas. A balada This Life e a energética My Lucky Day são exemplos da nova fase. Ingenuidade política à parte, Springs-teen ainda é o melhor que o rock americano tem a oferecer.
| DISCO Franz Ferdinand: pop inglês com ritmos africanos e psicodelia da Jamaica |
TONIGHT: FRANZ FERDINAND, Franz Ferdinand (Sony/BMG)
No cenário atual, poucas bandas são tão competentes quanto o Franz Ferdinand. O quarteto escocês tem uma sonoridade-guia, com influências do pós-punk inglês da década de 80 e forte presença de guitarras. A elas, adiciona um leque de estilos. Em Tonight: Franz Ferdinand, seu terceiro disco, o grupo trabalhou com eletrônica, música africana e até dub (uma espécie de reggae psicodélico). Os novos rumos do Franz Ferdinand são perceptíveis em faixas como Send Him Away, cuja guitarra tem traços de ju ju music (ritmo africano), e a eletrônica Lucid Dreams. Já Ulysses, homenagem ao herói grego, está entre as canções mais roqueiras do quarteto.
| DISCO Lily Allen: mais uma vez, ela acerta as contas com um ex-namorado |
IT'S NOT ME, IT'S YOU, Lily Allen (EMI)
A cantora inglesa despontou nas paradas de sucessos em 2007 com Alright Still. Repleto de reggaes e baladas palatáveis, o disco tinha como atrativo a canção Smile, na qual Lily desancava seu ex-namorado. Em It's Not Me, It's You, ela troca o gênero caribenho por diversos outros estilos musicais. O álbum traz canções inspiradas no pop inglês dos anos 80 (uma experiência deliciosa é dançar ao som de I Could Say), no country e no jazz. Mas as letras continuam confessionais e carregadas de ironia. He Wasn't There, por exemplo, fala do pai ausente – Lily é filha de um comediante inglês, Keith Allen – e Not Fair reserva um quinhão de ofensas a outro ex-namorado.
Cinemateca VEJA "Carpe diem – aproveite o dia" –, eis o lema com que o professor John Keating (Robin Williams) inspira seus alunos, numa elitista e conservadora escola da Nova Inglaterra. Como se verá, nem isso é o bastante para proteger os meninos das tragédias pessoais que assomam na vida de alguns deles – mas é, sim, o suficiente para ter feito de Sociedade dos Poetas Mortos, que a Cinemateca VEJA lança nesta semana no país (exceto nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro), um favorito sentimental entre o público, que não se cansa de revisitar uma história não apenas delicada, mas que homenageia uma figura que, como quem a teve sabe, pode mudar rumos – um professor capaz de abrir horizontes. | Em São Paulo e no Rio de Janeiro, nesta semana: o drama arrebatador de O Informante, com Russell Crowe e Al Pacino. | Como comprar a Cinemateca VEJA Em bancas, livrarias e redes de supermercados, a 13,90 reais o exemplar avulso. Para assinar, ligue 3347-2180 (Grande São Paulo) ou 0800-775-3180 (outras localidades), de segunda a sexta-feira, das 8 às 22 horas. Pela internet, acesse www.assineabril.com |