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Diminui o espaço entre a corda e o pescoço da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Sua entrevista coletiva, embora restrita a quatro perguntas, foi um desastre. Antes que entre em dados periféricos muito reveladores de sua intervenção, vamos ao essencial. Dilma compareceu diante dos jornalistas com uma tese:
1 – O documento a que a Folha teve acesso, segundo ela, é falso; é uma montagem;
2 – O original, que ela não mostrou — só de longe —, não teria a coluna “observações”;
3 – Dilma encarregou então o ITI (Instituto de Tecnologia da Informação) de fazer uma auditoria;
4 – O ITI, vejam que coisa”, é subordinado a... Dilma Rousseff!!! Mas ela adverte, já se desculpando: “E subordinado desde o governo passado”. E daí?
5 – Se um papel foi forjado com base em documentos oficiais, então houve um crime. Um crime federal. E teria, claro, de ser investigado pelo Polícia Federal. “Vai ser?”, quiseram saber os jornalistas.
6 – Não! Em consonância com o ministro da Justiça (falo dele em outro post), a PF pode investigar apenas o vazamento;
7 – Mas atenção: Dilma adverte que alguns dados divulgados pela Folha são verdadeiros.
Em suma, a ministra veio a público para denunciar uma grande conspiração contra um governo que, segundo ela, é um sucesso e frustra muita gente.
Não sei quem planejou a intervenção de Dilma. Franklin Martins, acho eu. É pago pra essas coisas. Desaprendeu depressa o que aprendeu na Globo. E deve ter recuperado a memória dos tempos do MR-8, permitindo que a ministra fosse a público para desenvolver uma tese conspiratória ridícula.
Pior: não foi talhada pra isso. Dilma tem, sabidamente, um perfil autocrático. Não sabe conversar. Prefere fazer ditados. Obrigada a articular diálogos, suas frases se perdem em anacolutos e em tecnicalidades que, ainda que não fosse a intenção, semelham uma grande embromação.
Se o governo acreditasse no que diz, já teria acionado a Polícia Federal. Se há funcionários dentro da Casa Civil capazes de forjar documentos, estamos diante de uma ocorrência gravíssima. Mas Dilma, eu, você e a torcida do Corinthians estamos roxos de saber que isso é papo furado.
Disse anteontem, disse ontem, digo hoje: Dilma está se enrolando cada vez mais. Veio a público para tentar desmoralizar uma reportagem e acabou se enredando numa história da Carochinha. Poderia, aliás, ter dado ontem mesmo uma resposta à Folha. Não conseguiu.
Se alguém tinha dúvida de que este é um governo que faz dossiês, não tem mais. Posto contra a parede, restou-lhe anunciar uma conspiração.
O poder costuma cegar, especialmente as pessoas de têmpera autoritária. E elas caem em ingenuidades, a saber:
1 – Supor que uma revista como a VEJA noticie a existência de um dossiê ouvindo uma única fonte;
2 – Supor que um jornal como a Folha publique como documento da Casa Civil o que não está inequivocamente provado como sendo da Casa Civil.
Sem contar que resta a seguinte pergunta, leitor amigo:
Se, na Casa Civil, um infiltrado por forjar um documento para incriminar o governo, por que o governo, que manda na Casa Civil, não pode alterar os arquivos para se proteger?
Quem vai investigar? O ITI, subordinado a Dilma?
Pois, então, que chamem a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República para acompanhar o imbróglio.
O resto é cascata. O resto é anacoluto!
1 – O documento a que a Folha teve acesso, segundo ela, é falso; é uma montagem;
2 – O original, que ela não mostrou — só de longe —, não teria a coluna “observações”;
3 – Dilma encarregou então o ITI (Instituto de Tecnologia da Informação) de fazer uma auditoria;
4 – O ITI, vejam que coisa”, é subordinado a... Dilma Rousseff!!! Mas ela adverte, já se desculpando: “E subordinado desde o governo passado”. E daí?
5 – Se um papel foi forjado com base em documentos oficiais, então houve um crime. Um crime federal. E teria, claro, de ser investigado pelo Polícia Federal. “Vai ser?”, quiseram saber os jornalistas.
6 – Não! Em consonância com o ministro da Justiça (falo dele em outro post), a PF pode investigar apenas o vazamento;
7 – Mas atenção: Dilma adverte que alguns dados divulgados pela Folha são verdadeiros.
Em suma, a ministra veio a público para denunciar uma grande conspiração contra um governo que, segundo ela, é um sucesso e frustra muita gente.
Não sei quem planejou a intervenção de Dilma. Franklin Martins, acho eu. É pago pra essas coisas. Desaprendeu depressa o que aprendeu na Globo. E deve ter recuperado a memória dos tempos do MR-8, permitindo que a ministra fosse a público para desenvolver uma tese conspiratória ridícula.
Pior: não foi talhada pra isso. Dilma tem, sabidamente, um perfil autocrático. Não sabe conversar. Prefere fazer ditados. Obrigada a articular diálogos, suas frases se perdem em anacolutos e em tecnicalidades que, ainda que não fosse a intenção, semelham uma grande embromação.
Se o governo acreditasse no que diz, já teria acionado a Polícia Federal. Se há funcionários dentro da Casa Civil capazes de forjar documentos, estamos diante de uma ocorrência gravíssima. Mas Dilma, eu, você e a torcida do Corinthians estamos roxos de saber que isso é papo furado.
Disse anteontem, disse ontem, digo hoje: Dilma está se enrolando cada vez mais. Veio a público para tentar desmoralizar uma reportagem e acabou se enredando numa história da Carochinha. Poderia, aliás, ter dado ontem mesmo uma resposta à Folha. Não conseguiu.
Se alguém tinha dúvida de que este é um governo que faz dossiês, não tem mais. Posto contra a parede, restou-lhe anunciar uma conspiração.
O poder costuma cegar, especialmente as pessoas de têmpera autoritária. E elas caem em ingenuidades, a saber:
1 – Supor que uma revista como a VEJA noticie a existência de um dossiê ouvindo uma única fonte;
2 – Supor que um jornal como a Folha publique como documento da Casa Civil o que não está inequivocamente provado como sendo da Casa Civil.
Sem contar que resta a seguinte pergunta, leitor amigo:
Se, na Casa Civil, um infiltrado por forjar um documento para incriminar o governo, por que o governo, que manda na Casa Civil, não pode alterar os arquivos para se proteger?
Quem vai investigar? O ITI, subordinado a Dilma?
Pois, então, que chamem a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República para acompanhar o imbróglio.
O resto é cascata. O resto é anacoluto!