O Estado de S. Paulo - 10/08/2010
Saúde, educação, segurança pública, emprego, tudo isso é da maior importância, assuntos sem sombra de solução à vista e, portanto, com presença garantida nas agendas de todos os candidatos a presidente, governador, deputado ou senador.
Fala-se também do meio ambiente, dos transportes, dos juros, da reforma agrária, fala-se até das forças revolucionárias da Colômbia, de Hugo Chávez e do carinho que nosso presidente da República nutre pelo ensandecido tirano do Irã.
Só não se falou até agora nessa campanha de corrupção, de mau uso de recursos públicos, da insuficiência de decoro no exercício do mandato delegado pelo voto.
É como se fossem dois mundos: no real há desconforto com os desvios de conduta e um rebuliço legal que pode alterar os modos da política por causa de um tema que a sociedade impôs ao Congresso; no ideal dos marqueteiros não existe roubalheira, fichas sujas nem parece que o Ministério Público pediu a impugnação de milhares de candidatos e que parte delas foi aceita pelos tribunais regionais eleitorais.
Outra parte foi rejeitada, há contestações a serem resolvidas no Tribunal Superior Eleitoral e mais adiante o Supremo Tribunal Federal será chamado a se pronunciar a respeito.
Muita gente notória (no bom e no mau sentido) caiu na malha fina, muita gente ainda pode cair. Ou não. Dependendo da decisão do STF _ que dificilmente ocorrerá antes da eleição _, pode mudar muita coisa na cena política brasileira ou pode haver uma profunda frustração.
Seja como for, a Lei da Ficha Limpa tirada a fórceps de um Congresso reticente mexeu e mexe com pessoas e estruturas. O debate não terminou e sob nenhum aspecto pode ser considerado trivial.
Mesmo assim os candidatos, de um modo geral, por alguma razão resolveram não incluir na agenda eleitoral nem a tão falada corrupção que rendeu tantas CPIs, nem a lei que provocou inesperada e radical mudança na posição do Parlamento e terminou aprovada por unanimidade.
Qual será a razão da hesitação, constrangimento? Os partidos estariam com vergonha de si? Não se sentiriam em condições morais de abrir os debates a respeito? Teriam receio de morrer do mesmo veneno no contra-ataque do adversário?
Pode ser que seja conselho dos marqueteiros. Do mesmo jeito como são fidalgos entre si na combinação das regras mais restritivas possíveis nos debates de televisão para proteger seus contratantes de imprevistos, pasteurizam a pauta de assuntos.
E os candidatos ficam rodando sobre o mesmo eixo com medo de desobedecer às fórmulas engendradas pelos gênios do horário eleitoral.
Ainda que isso atenue suas diferenças naturais, os tornem escravos de um roteiro elaborado a partir de pesquisas para fazer efeito em outras pesquisas. Ainda que permita que qualquer um seja qualquer coisa, pois ninguém sendo de verdade e com recursos todo mundo podendo ser inventado, ao fim e ao cabo os bons e os ruins parecem mais ou menos iguais.
Não contabilizados. Três vezes prefeito do Rio e agora candidato a senador, Cesar Maia tem uma explicação para a resistência dos partidos em declarar o nome dos financiadores no decorrer da campanha.
"A perseguição. Depois de passada a eleição os nervos se acalmam. Quem está no governo e vence esquece. Se perder desaparece o poder de perseguir."
Isso vale para os partidos na oposição, mas, em tese, não deveria valer para os que estão no governo que igualmente se recusam a revelar os nomes dos doadores a não ser no fim do processo, como manda a lei.
"Vai ver que os financiadores não querem ver seus nomes divulgados para não parecer que discriminam a oposição."
Colegas. Fernando Henrique Cardoso e Plínio de Arruda Sampaio foram colegas de curso primário, na década dos 40, em São Paulo. Frequentavam o colégio Perdizes com medalhas no peito: FH por causa das boas notas e Plínio pelo bom comportamento.
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