FOLHA DE S. PAULO
As mesmas condições que desencadearam forte onda de especulação, bolhas e a crise financeira estão de volta
ESTE INÍCIO de recuperação da economia mundial tem singularidades e semelhanças com as recessões anteriores. Singularidades porque a recuperação não foi iniciada nem com a retomada do investimento nem com a do consumo privado e, portanto, sua sustentação dependerá de manutenção de política monetária ultraexpansionista e renovação de injeções fiscais. Além disso, o crédito bancário não voltou para o setor produtivo, a não ser por meio da emissão de títulos por algumas grandes empresas, por meio da queda nos salários com risco da terrível espiral deflacionária e por meio da ausência de recuperação no comércio mundial. Tudo isso é muito preocupante, sinalizando não só a lenta recuperação das economias desenvolvidas mas possibilidades de novas quedas na atividade econômica.
Mais preocupantes ainda são as semelhanças com a saída das recessões anteriores: baixa taxa de juros de curto prazo, forte expansão monetária, a persistência do desequilíbrio global e a acumulação de reservas oficiais para estabilizar o dólar pelos países emergentes e exportadores de petróleo e, consequentemente, nova injeção global de liquidez. Portanto as mesmas condições que desencadearam forte onda de especulação, bolhas e a crise financeira estão de volta. As semelhanças não param por aí, pois, com forte contração no nível de demanda, a inflação saiu do cenário no médio prazo e, com isso, a enorme liquidez está sendo canalizada para ativos financeiros, criando novas bolhas.
As causas estruturais mais imediatas que geram as crises financeiras são as taxas de juros de curto prazo baixas e o excesso de liquidez, ou seja, a expansão excessiva do crédito.
Essas causas geraram, no início da década de 90, booms de entrada de capitais nos países emergentes, desencadeando crises no México em 1994/5, na Ásia em 1997, na Rússia em 1998, no Brasil em 1998/9 e a bolha e quebra da Nasdaq nos EUA em 2000. Em resposta a essa crise e recessão, uma nova onda de liquidez gerou novas bolhas e quebra da Argentina e da Turquia em 2001, no Brasil novamente em 2002, bolha imobiliária nos Estados Unidos e seu colapso em 2007, bolha de preços de commodities e estouro em 2007 e colapso das Bolsas dos emergentes em 2008.
As causas imediatas estão operando e novas crises financeiras já estão à vista. Com a crise atual nos países desenvolvidos, as famílias e as empresas estão se desalavancando e, portanto, o crescimento dessas economias será muito baixo e, com o aumento do desemprego, a inflação está afastada. Com isso, o quadro atual é ainda mais propício do que o do passado para o desenvolvimento da especulação financeira e a formação de bolhas, principalmente nos países emergentes. De fato, há sinais claros de formação de bolha com a canalização do excesso de liquidez para algumas commodities, como petróleo e metais, Bolsas dos emergentes e algumas moedas-commodities. Sem dúvida, nesta nova onda de especulação financeira, o real entrou nos portfólios como moeda-commodity. Portanto a apreciação do real deverá persistir até que algum incidente qualquer detone nova onda de depreciação.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2009
(3759)
-
▼
outubro
(331)
- CESAR MAIA Narcovarejo
- CELSO MING - O preço eleitoral
- Dora Kramer A praxe do colegiado
- MERVAL PEREIRA - Ecologia, saída ou escape?
- Miriam Leitão Sinais de Honduras
- Carlos Vereza Pacifista às avessas
- Villas-Bôas Corrêa Catadores de papel e formadores...
- Eliane Cantanhêde Massacre na TV
- Veja Carta ao leitor
- Sucessão Marqueteiros já moldam o discurso de Dilma
- Drogas O desafio do crack
- Crise Os Estados Unidos saem da recessão
- IPI baixo só para eletrodomésticos eficientes
- Venezuela O desastre da estatização da economia
- Argentina De volta ao sistema bancário internaci...
- Honduras Pressão americana leva a um acordo
- Espaço Uma visão do início dos tempos
- Especial O apocalipse em 2012
- Saúde Marketing ajuda bancos de cordão umbilical
- Sociedade Manual da civilidade
- Educação Má gestão
- mprensa Lula agora quer editar os jornais
- VEJA Entrevista Robert Aumann
- Lya Luft Não fui eu!
- Radar Lauro Jardim
- Maílson da Nóbrega O estado voltou?
- Diogo Mainardi Manual de sabotagem
- Roberto Pompeu de Toledo Woody Allen no Rio
- AUGUSTO NUNES O PAC da Conversa Fiada
- Miriam Leitão É o fim da crise?
- Fernando Gabeira O ovo da serpente
- Merval Pereira A busca da utopia
- Transgenifobia Celso Ming
- No meio do caminho Dora Kramer
- É um lamentável fato consumado Rubens Ricupero
- Câmbio: mais lenha na fogueira LUIZ CARLOS MENDON...
- Bênção e maldição NELSON MOTTA
- A verdade única da transposição Washington Novaes
- Vinicius Torres Freire O pior dos mundos e fundos
- Celso Ming O salto no crédito
- Miriam Leitão Maquiagem verde
- José Nêumanne Freios e contrapesos, cheques e bala...
- Fernando Rodrigues DEM, biruta de aeroporto
- Dora Kramer Parceiros indóceis
- Merval Pereira Mulheres e terror
- Rituais vazios José Arthur Giannotti
- Míriam Leitão Papel da oposição
- Merval Pereira Além da guerra de religiões
- Editoriais 27/10/2009
- Visão de vanguarda - Dora Kramer
- O dólar, nos derivativos - Celso Ming
- Novo colonialismo ou novas oportunidades? Rubens B...
- Só o Brasil tem armas para crescer mais este ano A...
- A censura está de volta Roberto Muylaert
- VINICIUS TORRES FREIRE Quem é bom de bolha?
- ELIANE CANTANHÊDE Fiscalização já!
- Qual Estado para qual democracia? Lourdes Sola
- O paradoxo que complica Suely Caldas
- Luiz Carlos Mendonça de Barros Um olhar - preocupa...
- RUY CASTRO O pé não esquece
- FERNANDO RODRIGUES Hegemonia em construção
- Os mistérios da redenção segundo Lula José Augusto...
- Excesso ou regra? DENIS LERRER ROSENFIELD
- Ricardo Noblat -Quem se importa?
- DANUZA LEÃO O pior inimigo é o falso amigo
- FERREIRA GULLAR Beleza não põe mesa
- Adeus, macroeconomia ELI NOAM
- VINICIUS TORRES FREIRE A bolha e a balbúrdia no g...
- Lembram-se quando afirmei que Obama era a chegada ...
- JOAQUÍN MORALES SOLÁ Removiendo en los submundos d...
- MARIANO GRONDONA La fuerza y la violencia en nuest...
- Miriam Leitão O destino do Rio
- JOÃO UBALDO RIBEIRO Singrando os ares
- Camisa de força
- Lula e o desconforto das leis
- Ruy Fabiano -O paradoxo chamado Serra
- O direito à violação Mauro Chaves
- Câmbio chinês ameaça economia mundial PAUL KRUGMAN
- CESAR MAIA Voto da direita
- DORA KRAMER - Companheiro Iscariotes
- CELSO MING - Problemas no biodiesel
- Miriam Leitão Fim da era dólar?
- VEJA CARTA ao leitor
- Entrevista Paulo Renato Souza
- Claudio de Moura Castro
- Radar
- O gangsterismo explícito nas entidades de classe
- Dilma pavimenta a estrada rumo a 2010
- As consequências da taxação do capital externo
- O terceiro mandato de Daniel Ortega
- Uma só encrenca
- O papa abre as portas aos anglicanos
- Tomadas e plugues vão mudar
- Verdades incômodas sobre o crime no Rio
- Centro analisa exames a distância
- O minicarro elétrico de Jaime Lerner
- Fogo no acervo de Hélio Oiticica
- Às Cegas, de Claudio Magris
- Perfil do compositor J. Adams
- Boatos sobre a morte de Kanye West tumultuam a rede
-
▼
outubro
(331)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA