FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Lula jamais deu bola para o Congresso, mesmo quando deputado constituinte. Agora, vencesse o PMDB na Câmara e no Senado, ou o PT no Senado e o PMDB na Câmara, tanto fez como tanto faz. Ele, Lula, ganharia de qualquer modo. Serra e PSDB perderiam de qualquer modo no Senado.
Vencendo ou não, tanto Tião Viana como José Sarney continuariam no mesmo lugar: com Lula hoje e com Dilma amanhã.
Lula tinha discurso de vitória para todos os resultados. Deu Tião Viana? Excelente, é do seu partido. Deu José Sarney? Maravilhoso, mais um passo para Dilma Rousseff herdar o PMDB. Deu Michel Temer? Fantástico, o PMDB tucano continua sob as asas do Planalto.
Já os tucanos, especialmente Serra, não tinham para onde correr (ou voar) no Senado. Ficar com Tião seria apoiar o adversário de 2010. Ir para Sarney seria pôr lenha na fogueira do PMDB lulista. Sarney é o anti-Serra do partido. Os dois são tão inconciliáveis quanto algo possa ser inconciliável na política.
As eleições das Mesas da Câmara e do Senado escancararam a importância do PMDB e... o quanto Lula está desgarrado do PT e o quanto o PT depende de Lula. Lula não precisava apoiar Tião, mas Tião precisava de Lula. Por falta de quadros e de liderança, o partido atrapalha pouco e não pode ajudar muito no Congresso, especialmente no Senado. E só tem uma alternativa: Lula ou Lula e Dilma ou Dilma.
A situação do PMDB é diferente: o partido precisa de Lula hoje, para manter posições, verbas, favores.
Mas tem alternativa para amanhã: em 2010, pode perfeitamente se manter alinhado com Lula e Dilma, como pode perfeitamente voltar aos braços tucanos com Serra.
Para o PT e o PMDB era muito importante manter o Congresso, imensa fonte de poder -e de chantagem. Para Lula, o que desse era lucro. Ele tem estrela. Que não é aquela estrela vermelha e contagiante dos tempos de oposição.
BRASÍLIA - Lula jamais deu bola para o Congresso, mesmo quando deputado constituinte. Agora, vencesse o PMDB na Câmara e no Senado, ou o PT no Senado e o PMDB na Câmara, tanto fez como tanto faz. Ele, Lula, ganharia de qualquer modo. Serra e PSDB perderiam de qualquer modo no Senado.
Vencendo ou não, tanto Tião Viana como José Sarney continuariam no mesmo lugar: com Lula hoje e com Dilma amanhã.
Lula tinha discurso de vitória para todos os resultados. Deu Tião Viana? Excelente, é do seu partido. Deu José Sarney? Maravilhoso, mais um passo para Dilma Rousseff herdar o PMDB. Deu Michel Temer? Fantástico, o PMDB tucano continua sob as asas do Planalto.
Já os tucanos, especialmente Serra, não tinham para onde correr (ou voar) no Senado. Ficar com Tião seria apoiar o adversário de 2010. Ir para Sarney seria pôr lenha na fogueira do PMDB lulista. Sarney é o anti-Serra do partido. Os dois são tão inconciliáveis quanto algo possa ser inconciliável na política.
As eleições das Mesas da Câmara e do Senado escancararam a importância do PMDB e... o quanto Lula está desgarrado do PT e o quanto o PT depende de Lula. Lula não precisava apoiar Tião, mas Tião precisava de Lula. Por falta de quadros e de liderança, o partido atrapalha pouco e não pode ajudar muito no Congresso, especialmente no Senado. E só tem uma alternativa: Lula ou Lula e Dilma ou Dilma.
A situação do PMDB é diferente: o partido precisa de Lula hoje, para manter posições, verbas, favores.
Mas tem alternativa para amanhã: em 2010, pode perfeitamente se manter alinhado com Lula e Dilma, como pode perfeitamente voltar aos braços tucanos com Serra.
Para o PT e o PMDB era muito importante manter o Congresso, imensa fonte de poder -e de chantagem. Para Lula, o que desse era lucro. Ele tem estrela. Que não é aquela estrela vermelha e contagiante dos tempos de oposição.
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