O Estado de S. Paulo - 11/10/2011 |
O vice-presidente Michel Temer defendeu a ideia na semana passada e o deputado Miro Teixeira, que trabalha nela há alguns meses, começa a recolher hoje na Câmara assinaturas de apoio a um projeto estabelecendo que dois pontos essenciais da reforma política serão decididos em plebiscito: sistema eleitoral e financiamento público de campanhas.
Os dois divergem apenas quanto à data da consulta: Miro acha que tem de ser em 2012 e Temer sugere o plebiscito para 2014. O deputado pretende conversar com o vice-presidente o quanto antes para discutir esse ponto.
Na visão de Miro, a eleição municipal se presta melhor à consulta por se tratar de um pleito mais simples, com dois votos: um para prefeito e outro para vereador.
Na mesma urna, o eleitor seria consultado sobre o sistema que considera o mais adequado: proporcional, proporcional misto, distrital puro, distrital misto ou o chamado "distritão".
Temer chegou ao plebiscito por considerar "muito difícil" que os partidos construam consenso sobre o tema, porque se trata de uma questão "individual, não partidária".
Já Miro vai mais fundo no problema: "É o tipo da coisa que deve ser decidida pelo poder originário. Qualquer sistema que sair do poder delegado, ou seja, o Congresso, será alvo da desconfiança do povo, pois inevitavelmente de alguma forma lhe retira poder".
Um exemplo, na opinião dele, é a proposta de voto em lista, já derrubada pela Câmara na legislatura passada, que mexe no princípio, "inamovível", do voto direto, pois a prerrogativa de escolher os eleitos é transferida para os partidos.
"Não faz sentido os representantes escolherem de que forma votarão os representados. Estes é que devem decidir a maneira mais adequada de se organizar o sistema representativo", argumenta o deputado.
Miro Teixeira fará dois movimentos: nesta semana, começa a recolher as 171 assinaturas necessárias para apresentar o projeto de decreto legislativo diretamente no plenário e, na próxima, apresenta na comissão especial que discute a reforma política na Câmara uma emenda ao relatório do petista Henrique Fontana propondo a consulta popular.
E por que não incluir também no plebiscito outras questões como o voto obrigatório?
Por dois motivos, sendo o primeiro deles tático, para não ampliar demais o universo do debate e aumentar o campo de resistências.
O segundo motivo é que a mudança (ou não) do sistema eleitoral é a base, o ponto de partida, para se estabelecer qual a forma de escolha de representantes parlamentares assegura a melhora do desempenho da política.
"E para isso não há como importar fórmulas. Não há sistema infalível nem regra universal de sucesso. Cada país tem a sua e o povo bem informado sabe perfeitamente decidir. Quando o Collor pediu às pessoas que fossem às ruas de amarelo não precisou de muita explicação nem campanha para que elas saíssem de preto, porque estavam informadas de que o momento era de se manifestar contra a impunidade", diz Miro.
Sobre a outra pergunta do plebiscito (financiamento público ou privado), o deputado vê boa oportunidade de informar o País e levar ao terreno da transparência um aspecto pouquíssimo discutido: a quantidade de dinheiro público já em circulação nos partidos, "um dos melhores negócios da República e que alimenta o surgimento de novas legendas e transações de toda sorte, a maioria escusa".
É na impossibilidade de os políticos explicitarem desconfiança na capacidade popular de resolver essas questões que o deputado aposta para levar adiante o projeto.
Aderir ao plebiscito, Miro não acha que a Câmara aderirá pura e simplesmente, sem boa dose de pressão. Assim como em princípio o Congresso não gostou da Lei da Ficha Limpa, que acabou aprovada por unanimidade.
A solução, na concepção dele, estará na capacidade dos que apoiam a proposta, dentro e fora do Parlamento, de "expor" os políticos a se manifestarem sobre o assunto. "Podem escolher: ou reconhecem a legitimidade do poder originário de decidir ou defendem a ideia de que o cidadão não sabe decidir. Ou seja, não sabe votar".
|
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
terça-feira, outubro 11, 2011
A quem de direito Dora Kramer
Arquivo do blog
-
▼
2011
(2527)
-
▼
outubro
(224)
- Agnelo na mira REVISTA ÉPOCA
- Escândalo latente REVISTA VEJA
- À moda stalinista ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
- Histórias e males da inflação – Parte 1 MAÍLSON DA...
- O Brasil vai ao Mundial desfalcado de Orlando Silv...
- Capitanias hereditárias no século 21 PAULO BROSSARD
- Esperando em vão PAULO GUEDES
- O primeiro grande erro de Dilma RENATO JANINE RIBEIRO
- E se a população mundial encolher? COLUM LYNCH
- Eles bebem. Você paga!
- Além da Indignação Carta ao leitor
- Não confesso que vivi LÚCIA GUIMARÃES
- Juventude sequestrada CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- Lula, Dilma e o câncer JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
- Subsídio secular EDITORIAL FOLHA DE SP
- Deixem Aldo em paz RICARDO NOBLAT
- Do acaso à necessidade FERREIRA GULLAR
- Na crise, a indústria global se movimenta JOSÉ ROB...
- Travas à corrupção SUELY CALDAS
- Dexter entre a ciência e a religião MARCELO GLEISER
- Somos 7 bilhões CELSO MING
- A baderna a serviço do crime EDITORIAL
- República destroçada MARCO ANTONIO VILLA
- Copa - dinheiro, soberania e catarse GAUDÊNCIO TOR...
- Longe do prazer PAULO SANT’ANA
- Indignados e desanimados VINICIUS TORRES FREIRE
- Consertar é possível DORA KRAMER
- Coisas que nos unem DANUZA LEÃO
- Defendendo a pátria JOÃO UBALDO RIBEIRO
- Argentina grau abaixo MAC MARGOLIS
- A lição que Tancredo deixou ZUENIR VENTURA
- Ainda faltam oito ministros LEONARDO CAVALCANTI
- Ajuda chinesa será limitada GILLES LAPOUGE
- E se não vier a tempestade? CELSO MING
- Um país melhor FERNANDO RODRIGUES
- As políticas do BC e nossas convicções ALBERTO GOL...
- Liberdade de cátedra, herança e ambiguidades CLAUD...
- Orlando, ocupe Wall Street! GUILHERME FIUZA
- Do Enem à OAB WALTER CENEVIVA
- O erro de Haddad HÉLIO SCHWARTSMAN
- Reprovado EDITORIAL FOLHA DE SP
- Mais uma cerveja RICARDO NOBLAT
- Economia e moral DENIS LERRER ROSENFIELD
- Corrupção e conflitos no vácuo do Legislativo PAUL...
- Deu errado ALON FEURWERKER
- As apostas entre o BC e o mercado estão na mes Mar...
- A lei inédita de Lavoisier Roberto Luis Troster
- A liberdade de expressão Renato Janine Ribeiro
- Fechar a torneira José Roberto de Toledo
- Trancos e barrancos DORA KRAMER
- O PNBC do Terceiro Setor GAUDÊNCIO TORQUATO
- Os Kirchners, uma vez mais SERGIO FAUSTO
- Sob a proteção de Lula JOÃO BOSCO RABELLO
- Nadir, Euripedes e Yuri MARTHA MEDEIROS
- Internautas do mundo todo, uni-vos! FERREIRA GULLAR
- O Brasil deve aprender mais ciência MARCELO GLEISER
- O poço que não tem fundo DANUZA LEÃO
- Nuvens no horizonte JOSÉ MILTON DALLARI
- As trapalhadas como IPI EDITORIAL O ESTADÃO
- De onde vêm as desigualdades SUELY CALDAS
- E falta o principal conserto CELSO MING
- Líbia não afeta petróleo ALBERTO TAMER
- PAUL KRUGMAN - O partido da poluição
- A anomalia das microssiglas FERNANDO RODRIGUES
- Além da faxina EDITORIAL DE SP
- Risco líbio REGINA ALVAREZ
- HÉLIO SCHWARTSMAN A maldição da abundância
- Fim de semana para ser lembrado LUIZ CARLOS MENDON...
- As provas pedidas EDITORIAL
- Vade retro, Luiz! JOÃO MELLÃO NETO
- Em jogo, o futuro do euro CELSO MING
- Partilha REGINA ALVAREZ
- Questão dos royalties virou escárnio EDITORIAL
- Conduta uniforme DORA KRAMER
- O fim da guerra ao verde NELSON MOTTA
- Combinação mortal HÉLIO SCHWARTSMAN
- O tempora o mores RICARDO NOBLAT
- Turquia versus Brics RUBENS RICUPERO
- Aposta perigosa do governo Dilma LUIZ CARLOS MENDO...
- A terceirização do governo JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
- Calamidade no DNIT ALAYR MALTA FALCÃO
- A maldição de Guadalajara VINICIUS MOTA
- Governo desmoraliza Camex e erra em comércio exter...
- Jornal, qualidade e rigor CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- Na base do puxadinho CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- Martins, o barbeiro PAULO SANT’ANA
- O Ocidente entre a Grande Pedalada e a Grande Frea...
- Passeatas de feriado acabam em pizza GUILHERME FIUZA
- Direito à vida Ives Gandra da Silva Martins
- Mais um corte nos juros CELSO MING
- Quais os limites da guerra cambial? ROBERTO GIANN...
- PIB recua, inflação sobe. E daí? ALBERTO TAMER
- República de surdos DORA KRAMER
- Comércio e finanças na economia internacional CELS...
- O Iraque como modelo para o Oriente Médio JACKSON ...
- Roubalheira recorde EDITORIAL
- Política sem sonhos FERREIRA GULLAR
- A travessia MERVAL PEREIRA
- O filme da sua mente MARCELO GLEISER
- Greves infames PAULO SANT’ANA
-
▼
outubro
(224)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA