Entrevista:O Estado inteligente
Subsídio secular EDITORIAL FOLHA DE SP
- 31/10/11
Prorrogar isenções da Zona Franca de Manaus até 2050 só atende a políticos locais e a empresários acostumados com os favores estatais
O melhor destino da Zona Franca de Manaus seria o seu fim. É desejável que a economia do Amazonas possa caminhar com as suas próprias pernas, independente do artifício custoso e ineficaz das isenções de impostos. Sem tais subsídios, as indústrias se distribuiriam em regiões mais próximas dos centros de consumo, com melhor infraestrutura e mão de obra.
Tão evidente como esse imperativo teórico é o fato de que será impossível, ainda por muitos anos, desmontar tal arranjo sem provocar um imediato desastre humano e ambiental na região, pois a economia local praticamente sobrevive à base de incentivos estatais.
Mas prorrogar a existência da Zona Franca de Manaus (ZFM) até 2050, como quer a presidente da República, cria um incentivo para que se procrastinem outra vez mais as mudanças necessárias à autonomia econômica da região.
A ZFM foi criada em 1957, mas se tornou viável com as isenções fiscais de 1967, que deveriam durar 30 anos. Sua sobrevida foi decretada em 1986 (para 2007), incluída na Carta em 1998 e de novo em 2003 (para 2013).
Houve alguma melhora no projeto inicial, decerto. Passou-se a exigir grau mínimo de nacionalização de mercadorias, a criação de cadeias produtivas locais e o investimento em pesquisa. Nos governos FHC e Lula, buscou-se o desenvolvimento de centros de pesquisa e de formação técnica voltados a uma possível vocação regional, a indústria biotecnológica.
Mas são muito insatisfatórios os resultados desses esforços de décadas, que podem durar um século, até 2050, agora com o apoio de Dilma Rousseff, que subscreveu projeto de emenda constitucional com esse fim. Mesmo com todos os incentivos e políticas industriais, a ZFM exporta apenas 3% do seu faturamento -não é, portanto, competitiva.
Dados fatores como câmbio, recessão mundial e disputas com outros Estados, o deficit comercial externo do Amazonas cresce velozmente. Dos cerca de US$ 2,5 bilhões da primeira metade da década de 2000, foi a US$ 9,9 bilhões em 2010 e deve passar de US$ 11 bilhões neste ano.
É preciso estabelecer metas de melhorias e prazos mais curtos para a vigência dos subsídios, além de um plano de apoio ao desenvolvimento local. A região de Manaus padece da carência de vias de transporte, de fornecimento precário (e aliás subsidiado) de energia, segurança e saneamento.
Os avanços da região deveriam ser medidos, no máximo, aos quinquênios. Prorrogar simplesmente a Zona Franca de Manaus até 2050 não passa de um favor aos políticos locais e aos empresários que se beneficiam das benesses tributárias.
Arquivo do blog
-
▼
2011
(2527)
-
▼
outubro
(224)
- Agnelo na mira REVISTA ÉPOCA
- Escândalo latente REVISTA VEJA
- À moda stalinista ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
- Histórias e males da inflação – Parte 1 MAÍLSON DA...
- O Brasil vai ao Mundial desfalcado de Orlando Silv...
- Capitanias hereditárias no século 21 PAULO BROSSARD
- Esperando em vão PAULO GUEDES
- O primeiro grande erro de Dilma RENATO JANINE RIBEIRO
- E se a população mundial encolher? COLUM LYNCH
- Eles bebem. Você paga!
- Além da Indignação Carta ao leitor
- Não confesso que vivi LÚCIA GUIMARÃES
- Juventude sequestrada CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- Lula, Dilma e o câncer JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
- Subsídio secular EDITORIAL FOLHA DE SP
- Deixem Aldo em paz RICARDO NOBLAT
- Do acaso à necessidade FERREIRA GULLAR
- Na crise, a indústria global se movimenta JOSÉ ROB...
- Travas à corrupção SUELY CALDAS
- Dexter entre a ciência e a religião MARCELO GLEISER
- Somos 7 bilhões CELSO MING
- A baderna a serviço do crime EDITORIAL
- República destroçada MARCO ANTONIO VILLA
- Copa - dinheiro, soberania e catarse GAUDÊNCIO TOR...
- Longe do prazer PAULO SANT’ANA
- Indignados e desanimados VINICIUS TORRES FREIRE
- Consertar é possível DORA KRAMER
- Coisas que nos unem DANUZA LEÃO
- Defendendo a pátria JOÃO UBALDO RIBEIRO
- Argentina grau abaixo MAC MARGOLIS
- A lição que Tancredo deixou ZUENIR VENTURA
- Ainda faltam oito ministros LEONARDO CAVALCANTI
- Ajuda chinesa será limitada GILLES LAPOUGE
- E se não vier a tempestade? CELSO MING
- Um país melhor FERNANDO RODRIGUES
- As políticas do BC e nossas convicções ALBERTO GOL...
- Liberdade de cátedra, herança e ambiguidades CLAUD...
- Orlando, ocupe Wall Street! GUILHERME FIUZA
- Do Enem à OAB WALTER CENEVIVA
- O erro de Haddad HÉLIO SCHWARTSMAN
- Reprovado EDITORIAL FOLHA DE SP
- Mais uma cerveja RICARDO NOBLAT
- Economia e moral DENIS LERRER ROSENFIELD
- Corrupção e conflitos no vácuo do Legislativo PAUL...
- Deu errado ALON FEURWERKER
- As apostas entre o BC e o mercado estão na mes Mar...
- A lei inédita de Lavoisier Roberto Luis Troster
- A liberdade de expressão Renato Janine Ribeiro
- Fechar a torneira José Roberto de Toledo
- Trancos e barrancos DORA KRAMER
- O PNBC do Terceiro Setor GAUDÊNCIO TORQUATO
- Os Kirchners, uma vez mais SERGIO FAUSTO
- Sob a proteção de Lula JOÃO BOSCO RABELLO
- Nadir, Euripedes e Yuri MARTHA MEDEIROS
- Internautas do mundo todo, uni-vos! FERREIRA GULLAR
- O Brasil deve aprender mais ciência MARCELO GLEISER
- O poço que não tem fundo DANUZA LEÃO
- Nuvens no horizonte JOSÉ MILTON DALLARI
- As trapalhadas como IPI EDITORIAL O ESTADÃO
- De onde vêm as desigualdades SUELY CALDAS
- E falta o principal conserto CELSO MING
- Líbia não afeta petróleo ALBERTO TAMER
- PAUL KRUGMAN - O partido da poluição
- A anomalia das microssiglas FERNANDO RODRIGUES
- Além da faxina EDITORIAL DE SP
- Risco líbio REGINA ALVAREZ
- HÉLIO SCHWARTSMAN A maldição da abundância
- Fim de semana para ser lembrado LUIZ CARLOS MENDON...
- As provas pedidas EDITORIAL
- Vade retro, Luiz! JOÃO MELLÃO NETO
- Em jogo, o futuro do euro CELSO MING
- Partilha REGINA ALVAREZ
- Questão dos royalties virou escárnio EDITORIAL
- Conduta uniforme DORA KRAMER
- O fim da guerra ao verde NELSON MOTTA
- Combinação mortal HÉLIO SCHWARTSMAN
- O tempora o mores RICARDO NOBLAT
- Turquia versus Brics RUBENS RICUPERO
- Aposta perigosa do governo Dilma LUIZ CARLOS MENDO...
- A terceirização do governo JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
- Calamidade no DNIT ALAYR MALTA FALCÃO
- A maldição de Guadalajara VINICIUS MOTA
- Governo desmoraliza Camex e erra em comércio exter...
- Jornal, qualidade e rigor CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- Na base do puxadinho CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- Martins, o barbeiro PAULO SANT’ANA
- O Ocidente entre a Grande Pedalada e a Grande Frea...
- Passeatas de feriado acabam em pizza GUILHERME FIUZA
- Direito à vida Ives Gandra da Silva Martins
- Mais um corte nos juros CELSO MING
- Quais os limites da guerra cambial? ROBERTO GIANN...
- PIB recua, inflação sobe. E daí? ALBERTO TAMER
- República de surdos DORA KRAMER
- Comércio e finanças na economia internacional CELS...
- O Iraque como modelo para o Oriente Médio JACKSON ...
- Roubalheira recorde EDITORIAL
- Política sem sonhos FERREIRA GULLAR
- A travessia MERVAL PEREIRA
- O filme da sua mente MARCELO GLEISER
- Greves infames PAULO SANT’ANA