- 29/10/11
Desde 2009, quando o Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, converteu-se no principal processo seletivo para o ingresso em universidades federais, não passou ano sem que a aplicação da prova pelo governo tenha apresentado problemas graves.
Essas seguidas falhas representam um golpe na credibilidade de uma prova que oferece excelente alternativa ao vestibular. Para que a iniciativa vá adiante, todavia, é necessário melhorar muito.
Em 2009, o vazamento da prova chegou a provocar seu cancelamento. No ano passado, problemas de impressão -cabeçalho da folha de respostas errado, parte das provas com questões repetidas- afetaram milhões de estudantes.
Desta vez, ao menos 14 questões da prova vazaram antes da sua realização. Num simulado, estudantes de uma escola particular em Fortaleza tiveram acesso às respostas de enunciados que se repetiriam no exame oficial. Assim como em edições anteriores, integrantes do Ministério Público pedem a anulação da prova em todo o país.
O Ministério da Educação procura circunscrever o problema ao acusar funcionários do colégio cearense de fraude. Segundo o titular da pasta, o petista Fernando Haddad, cadernos com questões formuladas para o Enem em pré-teste realizado naquela instituição cearense, no ano passado, foram copiados e repassados aos alunos. Por coincidência, diz o MEC, parte das questões do pré-teste foi utilizada na prova oficial.
A explicação do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo expõe novas vulnerabilidades. A técnica usada para a confecção das provas, com atribuição de níveis específicos de dificuldade para diferentes grupos de questões, permite a comparação entre desempenhos de alunos mesmo que tenham respondido a exames distintos.
Uma providência básica, ainda que trabalhosa, seria ampliar o banco de dados de questões, permitindo ao governo aumentar o número de edições anuais do exame, o que certamente reduziria o impacto de vazamentos. Tampouco seria necessário testar questões às pressas, para logo em seguida utilizá-las no processo seletivo.
A iniciativa diminuiria a escala de cada edição do exame, minimizando problemas logísticos. O ideal é que a prova seja aplicada não uma, mas várias vezes ao ano, a exemplo do SAT, o equivalente norte-americano.
O governo, contudo, converteu o Enem em prova seletiva de forma apressada, mal planejada e sem antes ter tomado as medidas necessárias para fazê-lo funcionar a contento. Agora convive com erros que seriam evitáveis.
Essas seguidas falhas representam um golpe na credibilidade de uma prova que oferece excelente alternativa ao vestibular. Para que a iniciativa vá adiante, todavia, é necessário melhorar muito.
Em 2009, o vazamento da prova chegou a provocar seu cancelamento. No ano passado, problemas de impressão -cabeçalho da folha de respostas errado, parte das provas com questões repetidas- afetaram milhões de estudantes.
Desta vez, ao menos 14 questões da prova vazaram antes da sua realização. Num simulado, estudantes de uma escola particular em Fortaleza tiveram acesso às respostas de enunciados que se repetiriam no exame oficial. Assim como em edições anteriores, integrantes do Ministério Público pedem a anulação da prova em todo o país.
O Ministério da Educação procura circunscrever o problema ao acusar funcionários do colégio cearense de fraude. Segundo o titular da pasta, o petista Fernando Haddad, cadernos com questões formuladas para o Enem em pré-teste realizado naquela instituição cearense, no ano passado, foram copiados e repassados aos alunos. Por coincidência, diz o MEC, parte das questões do pré-teste foi utilizada na prova oficial.
A explicação do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo expõe novas vulnerabilidades. A técnica usada para a confecção das provas, com atribuição de níveis específicos de dificuldade para diferentes grupos de questões, permite a comparação entre desempenhos de alunos mesmo que tenham respondido a exames distintos.
Uma providência básica, ainda que trabalhosa, seria ampliar o banco de dados de questões, permitindo ao governo aumentar o número de edições anuais do exame, o que certamente reduziria o impacto de vazamentos. Tampouco seria necessário testar questões às pressas, para logo em seguida utilizá-las no processo seletivo.
A iniciativa diminuiria a escala de cada edição do exame, minimizando problemas logísticos. O ideal é que a prova seja aplicada não uma, mas várias vezes ao ano, a exemplo do SAT, o equivalente norte-americano.
O governo, contudo, converteu o Enem em prova seletiva de forma apressada, mal planejada e sem antes ter tomado as medidas necessárias para fazê-lo funcionar a contento. Agora convive com erros que seriam evitáveis.