Entrevista:O Estado inteligente
Reféns da China REGINA ALVAREZ
O GLOBO - 14/10/11
Há dois anos, registrei aqui a preocupação de especialistas com a velocidade que a China ocupava espaços na América Latina. Na crise, tiramos proveito desse apetite voraz com a demanda crescente daquele país pelas nossas matérias-primas. Mas o risco anunciado era que, no futuro, o bloco ficasse refém do dragão. O atual nervosismo dos mercados com os sinais de desaceleração da economia chinesa pode ser um indicador de que o futuro está próximo.
Com o retorno da crise global, o encolhimento das economias avançadas já repercute na China e o que vai acontecer com aquele país é motivo de grande preocupação para o mundo inteiro e para o Brasil.
Se na crise de 2008 e 2009 a China foi a nossa âncora, garantindo os superávits na balança comercial com a compra de matérias-primas, na atual é fator de instabilidade.
Mais do que nunca, a balança comercial brasileira está ancorada nas exportações de produtos primários. O saldo comercial de produtos industriais, com maior valor agregado, é negativo. Este segmento perdeu muito espaço no comércio exterior nos últimos dois anos também por conta da China.
De um lado, o dragão abocanhou parte dos mercados que tínhamos no passado. De outro, com seu apetite voraz, puxou para cima os preços das commodities. Assim, enquanto os exportadores de produtos primários ampliaram suas vendas e ganhos, a indústria voltou-se para o mercado interno, perdendo mercados no exterior.
Nos últimos anos, a economia brasileira cresceu sustentada pela exportação de commodities. Se a China desacelerar, as compras e os preços dessas matérias-primas tendem a cair, o que pode ser muito complicado para a nossa balança comercial.
- O mundo está cada vez mais dependente da China e nós também. A China foi nos levando para o córner, tirando mercados das exportações industriais - observa o economista Marcos Lelis, coordenador de Inteligência Comercial e Competitiva da Apex.
Ele destaca que, sem a ajuda das commodities, só há duas formas de ajustar a balança comercial: pela via do câmbio ou pela via da desaceleração da economia. E nenhuma das duas será sem dor. A valorização do câmbio pode pressionar a inflação e representa ameaça às empresas que se endividaram na moeda estrangeira e a retração da economia é o pior dos mundos para o governo, que aposta no crescimento:
- A economia brasileira tem um problema estrutural que ainda não foi resolvido, que é o crescimento com restrição externa. Até que ponto deixamos esse problema estrutural para trás? A espuma vai sair e vamos ver o que tem por baixo, a partir do ano que vem.
DESALENTO: Cerca de 7 milhões de desempregados americanos recebem algum tipo de ajuda do governo. No total, calcula-se que 14 milhões ainda tentam sem sucesso voltar ao mercado de trabalho.
DANÇA DAS MOEDAS: A consultoria Capital Economics acredita que crise na Europa vai obrigar o BCE a reduzir os juros, atualmente em 1,5%. A tendência é que o euro se enfraqueça, empurrando o dólar para cima.
PRESSÃO NOS BANCOS: O banco JP Morgan abriu ontem a temporada de balanços corporativos nos EUA com resultado pior que o esperado de lucro e receita. As ações do banco caem 25% no ano.
SALVO PELO GOOGLE: Já o Google superou as expectativas no terceiro trimestre e isso deu fôlego às bolsas no final do pregão. O índice Nasdaq, das empresas de tecnologia, conseguiu fechar no azul.
Mesma corrente
Não é só a economia brasileira que emite sinais de estar perdendo ritmo na América Latina. No México, a produção industrial caiu 1,1% em agosto, com queda de 6% nas exportações de manufaturados. O banco Itaú prevê que o PIB mexicano vai desacelerar de 3,7% este ano para 2% no ano que vem.
Já no Chile, a sondagem feita com analistas de mercado pelo BC chileno, uma espécie de pesquisa Focus de lá, apontou esta semana revisão para baixo do crescimento de 2011, de 6,5% para 6,3%. Para 2012, as projeções também caíram, de 4,5% para 4,3%.
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