O Estado de S. Paulo - 11/10/2011 |
Na audiência pública promovida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) foram apresentadas visões contrárias e favoráveis ao processo de terceirização.
Os que são contra enfatizaram a precarização que, apesar de existir, não pode ser generalizada. Afinal, trabalho precário existe tanto nas atividades terceirizadas quanto nas não terceirizadas. Os que são a favor enfatizaram a necessidade de viabilizar os negócios. Imaginem uma construtora que, em vez de terceirizar a terraplenagem dos alicerces de um edifício residencial, fosse obrigada a comprar todo o maquinário - caríssimo - que seria usado uma vez a cada dois ou três anos. Isso é impensável!
A terceirização é um processo complexo porque coloca nas mesmas atividades empresas e profissionais em diferentes condições contratuais.
Há contratos que entregam produtos. Outros entregam serviços. Há os que entregam produtos e serviços.
Existem atividades que são realizadas no local da empresa contratante. Outras são executadas no local da contratada ou a distância.
Há casos em que uma contratada serve apenas uma contratante. Em outros, a mesma contratada serve várias contratantes.
Há situações em que as tarefas são executadas exclusivamente por funcionários da contratada. Há outras em que elas são realizadas em íntima parceria com os funcionários da contratante.
Há contratos em que a profissão dos funcionários da contratada é diferente da profissão dos empregados da contratante. Há outros em que a profissão é a mesma, mas com nível de qualificação diferente.
Há tarefas que se realizam de uma só vez. Outras são recorrentes, mas de curta duração. Há as que se estendem por longo prazo.
Há contratos realizados entre empresas do mesmo setor e com integrantes das mesmas categorias profissionais. Outros envolvem setores e categorias diferentes, cada uma com sua convenção coletiva.
Há atividades em que a subordinação técnica da contratada em relação à contratante é mínima. Há outras em que a dependência técnica é tão grande que gera confusão com a subordinação jurídica.
Não há lei capaz de garantir proteções únicas para situações tão diversas. A lei pode formular as proteções básicas. As proteções complementares devem ser definidas pelos atores do processo e ajustadas aos diferentes tipos de contratos e ramos de atividade.
Entre as proteções básicas está o cumprimento rigoroso da legislação trabalhista e previdenciária, assim como a comprovação da reputação técnica da contratada e a obrigatoriedade da contratante de garantir ambientes adequados e livre acesso dos empregados da contratada às instalações existentes nos campos da higiene, alimentação e atendimento ambulatorial.
Para chegar às proteções complementares por ramo de atividade, sugeri a criação de um Conselho Nacional para a Regulação da Terceirização com base em câmaras setoriais. Isso porque as proteções que servem à construção civil são diferentes das que servem a hospitais, bancos ou à indústria do petróleo. Essas normas seriam negociadas e atualizadas por representantes das partes.
No seu conjunto, as normas básicas e as complementares formariam nichos de proteção para todos os trabalhadores envolvidos no processo. Isso não implica isonomia de salário, jornada, PLR e outros benefícios que continuariam a ser fixados nos acordos e convenções coletivos. Afinal, eles se referem a profissionais de categorias diferentes.
Para operar esse modelo, é imperioso aprovar com urgência o Projeto de Lei n.º 4.330, ora em discussão na Câmara dos Deputados, que, no meu entender, chegou ao limite do que pode ser protegido por lei. Dali para a frente entra a negociação. A urgência decorre do fato de que de nada adiantará discutir as proteções complementares sem garantir as proteções básicas
|
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
terça-feira, outubro 11, 2011
Os rumos da terceirização José Pastore
Arquivo do blog
-
▼
2011
(2527)
-
▼
outubro
(224)
- Agnelo na mira REVISTA ÉPOCA
- Escândalo latente REVISTA VEJA
- À moda stalinista ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
- Histórias e males da inflação – Parte 1 MAÍLSON DA...
- O Brasil vai ao Mundial desfalcado de Orlando Silv...
- Capitanias hereditárias no século 21 PAULO BROSSARD
- Esperando em vão PAULO GUEDES
- O primeiro grande erro de Dilma RENATO JANINE RIBEIRO
- E se a população mundial encolher? COLUM LYNCH
- Eles bebem. Você paga!
- Além da Indignação Carta ao leitor
- Não confesso que vivi LÚCIA GUIMARÃES
- Juventude sequestrada CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- Lula, Dilma e o câncer JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
- Subsídio secular EDITORIAL FOLHA DE SP
- Deixem Aldo em paz RICARDO NOBLAT
- Do acaso à necessidade FERREIRA GULLAR
- Na crise, a indústria global se movimenta JOSÉ ROB...
- Travas à corrupção SUELY CALDAS
- Dexter entre a ciência e a religião MARCELO GLEISER
- Somos 7 bilhões CELSO MING
- A baderna a serviço do crime EDITORIAL
- República destroçada MARCO ANTONIO VILLA
- Copa - dinheiro, soberania e catarse GAUDÊNCIO TOR...
- Longe do prazer PAULO SANT’ANA
- Indignados e desanimados VINICIUS TORRES FREIRE
- Consertar é possível DORA KRAMER
- Coisas que nos unem DANUZA LEÃO
- Defendendo a pátria JOÃO UBALDO RIBEIRO
- Argentina grau abaixo MAC MARGOLIS
- A lição que Tancredo deixou ZUENIR VENTURA
- Ainda faltam oito ministros LEONARDO CAVALCANTI
- Ajuda chinesa será limitada GILLES LAPOUGE
- E se não vier a tempestade? CELSO MING
- Um país melhor FERNANDO RODRIGUES
- As políticas do BC e nossas convicções ALBERTO GOL...
- Liberdade de cátedra, herança e ambiguidades CLAUD...
- Orlando, ocupe Wall Street! GUILHERME FIUZA
- Do Enem à OAB WALTER CENEVIVA
- O erro de Haddad HÉLIO SCHWARTSMAN
- Reprovado EDITORIAL FOLHA DE SP
- Mais uma cerveja RICARDO NOBLAT
- Economia e moral DENIS LERRER ROSENFIELD
- Corrupção e conflitos no vácuo do Legislativo PAUL...
- Deu errado ALON FEURWERKER
- As apostas entre o BC e o mercado estão na mes Mar...
- A lei inédita de Lavoisier Roberto Luis Troster
- A liberdade de expressão Renato Janine Ribeiro
- Fechar a torneira José Roberto de Toledo
- Trancos e barrancos DORA KRAMER
- O PNBC do Terceiro Setor GAUDÊNCIO TORQUATO
- Os Kirchners, uma vez mais SERGIO FAUSTO
- Sob a proteção de Lula JOÃO BOSCO RABELLO
- Nadir, Euripedes e Yuri MARTHA MEDEIROS
- Internautas do mundo todo, uni-vos! FERREIRA GULLAR
- O Brasil deve aprender mais ciência MARCELO GLEISER
- O poço que não tem fundo DANUZA LEÃO
- Nuvens no horizonte JOSÉ MILTON DALLARI
- As trapalhadas como IPI EDITORIAL O ESTADÃO
- De onde vêm as desigualdades SUELY CALDAS
- E falta o principal conserto CELSO MING
- Líbia não afeta petróleo ALBERTO TAMER
- PAUL KRUGMAN - O partido da poluição
- A anomalia das microssiglas FERNANDO RODRIGUES
- Além da faxina EDITORIAL DE SP
- Risco líbio REGINA ALVAREZ
- HÉLIO SCHWARTSMAN A maldição da abundância
- Fim de semana para ser lembrado LUIZ CARLOS MENDON...
- As provas pedidas EDITORIAL
- Vade retro, Luiz! JOÃO MELLÃO NETO
- Em jogo, o futuro do euro CELSO MING
- Partilha REGINA ALVAREZ
- Questão dos royalties virou escárnio EDITORIAL
- Conduta uniforme DORA KRAMER
- O fim da guerra ao verde NELSON MOTTA
- Combinação mortal HÉLIO SCHWARTSMAN
- O tempora o mores RICARDO NOBLAT
- Turquia versus Brics RUBENS RICUPERO
- Aposta perigosa do governo Dilma LUIZ CARLOS MENDO...
- A terceirização do governo JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
- Calamidade no DNIT ALAYR MALTA FALCÃO
- A maldição de Guadalajara VINICIUS MOTA
- Governo desmoraliza Camex e erra em comércio exter...
- Jornal, qualidade e rigor CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- Na base do puxadinho CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- Martins, o barbeiro PAULO SANT’ANA
- O Ocidente entre a Grande Pedalada e a Grande Frea...
- Passeatas de feriado acabam em pizza GUILHERME FIUZA
- Direito à vida Ives Gandra da Silva Martins
- Mais um corte nos juros CELSO MING
- Quais os limites da guerra cambial? ROBERTO GIANN...
- PIB recua, inflação sobe. E daí? ALBERTO TAMER
- República de surdos DORA KRAMER
- Comércio e finanças na economia internacional CELS...
- O Iraque como modelo para o Oriente Médio JACKSON ...
- Roubalheira recorde EDITORIAL
- Política sem sonhos FERREIRA GULLAR
- A travessia MERVAL PEREIRA
- O filme da sua mente MARCELO GLEISER
- Greves infames PAULO SANT’ANA
-
▼
outubro
(224)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA