Folha de S. Paulo - 08/01/2010
Os analistas estão olhando para 2010 com dúvidas e preocupação, mas não com desespero, como em 2009
NOSSO PRIMEIRO encontro deste ano está marcado por expectativas que diferem radicalmente das que prevaleciam no início do ano passado. Vivíamos então -aqui no Brasil e no resto do mundo- sob o impacto de uma crise econômica profunda, assustadora mesmo. A sensação de pânico espalhava-se pelos mercados, afetando o comportamento de empresas e de consumidores em todo o mundo. Os profetas do caos ocupavam com destaque os principais canais de mídia, aumentando ainda mais a sensação de insegurança.
Nem mesmo a posse de um novo presidente da nação mais poderosa do mundo serviu para interromper o verdadeiro colapso dos mercados.
O ponto mais baixo da Bolsa de Valores americana foi atingido apenas nos primeiros dias de março, seis meses após o início do pânico. Hoje, os preços das ações recuperaram grande parte de suas perdas.
A Bovespa é um dos melhores exemplos dessa mudança: no momento em que escrevo ao leitor da Folha, as ações estão sendo negociadas a um valor 70% superior ao de um ano atrás e 135% em relação ao auge da crise. Mas mesmo com essa extraordinária recuperação o índice Bovespa ainda está 4% abaixo do valor que prevalecia em setembro de 2008, antes do colapso do banco Lehman Brothers.
Embora os mercados de ações nos países mais ricos não tenham tido o mesmo comportamento das chamadas nações emergentes, como o Brasil, sua recuperação foi também expressiva. O índice S&P da Bolsa de Nova York subiu 26% nesse intervalo de um ano, mas ainda está quase 10% abaixo do momento da crise. Esses números mais modestos estão associados a uma queda bem menos intensa do que a verificada nos chamados mercados emergentes.
Essas mudanças de humor dos investidores refletem o fim do pânico a partir do terceiro trimestre do ano passado. A ação corajosa e agressiva dos governos e de bancos centrais do mundo todo conseguiu vencer o clima de desespero que prevaleceu em boa parte do ano de 2009. Os analistas estão olhando para 2010, principalmente no mundo desenvolvido, com dúvidas e preocupação, mas não mais com desespero.
As questões discutidas hoje estão colocadas no campo da racionalidade e não mais no das emoções. A hipótese de um novo mergulho no abismo da depressão econômica, talvez com exceção do Japão, não está mais na pauta da grande maioria dos analistas. E os bancos centrais do mundo emergente já estão sinalizando, de maneira muito clara, a volta de uma política monetária mais restritiva. Ontem, para surpresa de muitos, o Banco da China provocou uma pequena elevação nas taxas de juros do mercado monetário.
Em 2010, ficará mais evidente a existência de um mundo que se move a duas velocidades e que muitos teimam em não aceitar. De um lado, as nações desenvolvidas, ainda envoltas em desequilíbrios sérios e dependendo do apoio dos governos para manter um crescimento medíocre em relação a seu potencial. Provavelmente, principalmente nos Estados Unidos, terão de realizar um segundo movimento de estímulos fiscais para evitar uma recaída. De outro, as nações emergentes voltando a crescer perto de seu potencial e reduzindo a distância que as separa das economias mais ricas. A China, por exemplo, já é a maior exportadora do mundo e a maior produtora de automóveis, deixando Alemanha e Estados Unidos para trás.
Entrevista:O Estado inteligente
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