Entrevista:O Estado inteligente

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Celso Ming A população envelhece

O Estado de S. Paulo - 20/01/2010

Nunca na História a população mundial envelheceu tanto. Esse não é um fenômeno circunscrito a países avançados; atinge mais ou menos uniformemente o mundo inteiro. Terá consequências profundas em todas as dimensões da vida humana. E essa não é uma característica episódica da demografia mundial; é tendência duradoura.

São essas as quatro mais importantes conclusões do informe das Nações Unidas sobre a situação etária da população global que acaba de ser divulgado: Envelhecimento da população mundial - 2009 (World Population Ageing - 2009).

Em seguida, você tem outras observações feitas pelos especialistas das Nações Unidas:
Em 2009, seis países tinham mais da metade da população mundial com mais de 80 anos: China, Estados Unidos, Índia, Japão, Alemanha e Rússia. Em 2050, o Brasil será um deles, com 14 milhões de pessoas de 80 anos para cima.

Atualmente, uma pessoa em cada nove tem mais de 60 anos; em 2050, será uma em cada cinco. A população mundial cresce a um ritmo de 1,2% ao ano. Enquanto isso, o número de sexagenários aumenta 2,6%. Ou seja, tem mais gente envelhecendo do que nascendo.

Em 1998, os países ricos já tinham mais gente com 60 anos do que com 14. Em 2045, o mundo inteiro estará nessas condições. Em 1950, apenas 8% da população mundial tinha mais de 60 anos. No ano passado, já eram 11%. Em 2050, serão 22%.

No segmento com 60 anos ou mais, a faixa etária que mais cresce é a dos 80, a um ritmo de 4% ao ano.

A idade média da população mundial é 28 anos. Dentro de 40 anos, esse marco divisório saltará para a faixa dos 38 anos. O campeão em média de idade mais avançada é o Japão, com 44 anos. O país mais jovem é o Níger, com 15 anos.

Em 1950, a expectativa de vida da população mundial era de 48 anos. No ano passado, essa média saltou para 68. Nos países ricos, quem chegou aos 60, tende a avançar aos 80, se for homem; e aos 82, se for mulher. Nos países em desenvolvimento, a média cai para 75 anos para homens e 77 para mulheres.

Como é fato há muito conhecido, na média, as mulheres vivem mais do que os homens. Mas a proporção em que isso acontece hoje é novidade: a população feminina com mais de 80 anos é quase o dobro da população masculina.

O arquiteto Oscar Niemeyer está longe de estar sozinho no clube dos centenários. No ano passado, 454 mil pessoas no mundo já haviam passado dos 100. Em 2050, serão 4 milhões, aumento de 780%. Em relação aos velhinhos centenários, as mulheres são entre quatro e cinco vezes mais numerosas.

Longe de ser apenas uma sopa de estatísticas, essas mudanças nas condições etárias do mundo terão consequências cuja importância será muito maior do que simplesmente o aumento em 2,6% ao ano das vagas preferenciais para idosos em bancos, cinemas e shopping centers. Muita coisa vai mudar na economia, na relação de poder, no planejamento urbano, na saúde pública e na política de lazer. Possivelmente mudará inclusive o próprio conceito de idoso. Mas essas considerações ficarão para outra edição.

Confira
Te cuida, Redrado! - Até mesmo a oposição argentina não se sente à vontade para segurar Martín Redrado no cargo de presidente do Banco Central da República Argentina.


Dois políticos importantes da oposição, o presidente do Partido Radical, senador Ernesto Sanz, e o vice-presidente da Câmara dos Representantes, Ricardo Alfonsín, sugeriram segunda-feira que Redrado entregue o cargo.

"É difícil sustentar essa situação. É preciso que haja uma boa relação entre o Poder Executivo e o presidente do Banco Central", declarou Alfonsín ao diário La Nación

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