Entrevista:O Estado inteligente

quinta-feira, julho 09, 2009

O saldo cambial financeiro positivo

EDITORIAL

O Estado de S. Paulo - 09/07/2009
 

O movimento de câmbio no mês de junho apresentou saldo positivo de US$ 1,076 bilhão. A novidade é que, pela primeira vez no ano, as operações comerciais tiveram saldo negativo (US$ 148 milhões), enquanto as operações financeiras mostraram saldo positivo (US$ 1,223 bilhão).

Deve-se mencionar que, para todo o primeiro semestre, o saldo total positivo foi de US$ 2,666 bilhões - 77,2 % menor do que no ano passado, o que explica a grande variação da taxa cambial no período.

As exportações foram 12,8% menores, em valor, do que no mesmo período de 2008, o que não pode ser atribuído, todavia, à falta de financiamentos, já que 51,87% delas foram sem financiamento, ante 54,4% no mesmo período de 2008, ou seja, pouca diferença.

As importações representaram uma saída de divisas de US$ 58,282 bilhões, com crescimento de 8,2%, que não significa ter havido aumento das compras de bens importados, mas que em 2008 elas foram financiadas com maior facilidade.

No semestre, as entradas de capitais foram 20,9% inferiores às do mesmo período de 2008, com US$ 140,606 bilhões. As saídas foram de US$ 150,768 bilhões, registrando uma redução de 19,3%.

O saldo negativo das operações financeiras, no semestre, se deveu a uma queda muito acentuada das entradas, em razão do contexto internacional adverso. E o maior desequilíbrio ocorreu no primeiro trimestre (saldo negativo de US$ 2,974 bilhões), resultante de uma queda maior dos empréstimos do que dos investimentos. O mês de maio registrou, para as operações financeiras, um saldo positivo recorde (US$ 3,134 bilhões), marcando a retomada do fluxo de empréstimos externos, enquanto as saídas foram sensivelmente iguais às dos meses anteriores, concentradas nas operações bolsistas.

Tudo indica que as entradas continuarão elevadas no segundo semestre, com destaque para a colocação de títulos no exterior e a manutenção de um fluxo elevado de investimentos estrangeiros diretos, enquanto o desembolso de juros pagos sobre a dívida será menor, com a redução da taxa Selic e da inflação.

Existe algo misterioso no mês de junho: a posição de câmbio, que desde agosto de 2007 era comprada, inverteu-se e voltou a ficar vendida, num montante de US$ 524,4 milhões, dando a impressão de que os bancos apostam numa mudança da taxa cambial...

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