FOLHA DE S. PAULO
As mudanças propostas na poupança são um bom sinal, ainda que sejam uma solução transitória e precária
AS GRANDES crises financeiras internacionais, ao provocarem rupturas estruturais na economia mundial, criaram para o Brasil oportunidades de mudança que marcam épocas históricas. Foi assim na crise dos anos 70 do século 19, período que assinalou o início da nossa transformação em uma economia de mercado, resultando na Abolição da Escravidão e na grande onda de imigração estrangeira. Da mesma forma, a crise dos anos 30 do século passado permitiu nossa transição de economia primária exportadora (café) para a construção de uma base produtiva industrial. A atual crise também está abrindo grande oportunidade para fazermos as reformas necessárias e iniciarmos a construção de uma nova trajetória econômica para alcançarmos status de economia desenvolvida.
Da mesma forma que nas crises anteriores, a construção e a implementação de tal projeto levará décadas, mas tudo depende de as nossas elites políticas serem ou não capazes de surpreender positivamente o país, assumindo seu papel histórico.
Vamos torcer para que nossas elites políticas sejam pelo menos tão competentes quanto as elites do passado, que, no final do século 19, aboliram a escravidão, ainda que tardiamente, e proclamaram a República e que, na década de 30, construíram e levaram adiante o projeto de industrialização acelerada do Brasil.
As mudanças propostas pelo governo na poupança, que removem o piso para a atual trajetória de queda na taxa real de juros fixada pelo Banco Central, são um bom sinal, ainda que sejam uma solução transitória e precária. Podem significar o início de um processo de remoção do entulho herdado do período de hiperinflação no Brasil (taxa Selic, LFTs, depósitos compulsórios elevados, títulos públicos financiados no mercado de moeda etc.), que ainda persiste no nosso sistema monetário e financeiro e que faz com que as taxas de juros no país sejam as mais altas do mundo, constituindo o maior entrave para iniciarmos a mencionada transição.
Nosso potencial de crescimento e oportunidades reais é imenso. Falta vontade política para assumirmos e construirmos coletivamente nosso futuro. Temos não só uma base industrial moderna como também grandes riquezas naturais, que podem ser convertidas em vantagem estratégica se bem planejada a sua exploração. A grande mudança demográfica de meados da década de 80 vem impactando o mercado de trabalho nos últimos cinco anos e permitindo a criação de um novo polo dinâmico e endógeno de crescimento. Isso permitirá a construção de um imenso mercado de consumo de massa com a incorporação das classes C e D ao mercado.
Com o Estado deixando de ser entrave (por impor tributação excessiva e a mais alta taxa de juros do mundo) e com a reconstrução da capacidade de planejamento estratégico, podemos desenvolver projetos capazes de impulsionar a economia brasileira por décadas. Infraestrutura física, saneamento básico, habitação, exploração de petróleo no pré-sal, agroenergia e muitas outras áreas podem gerar programas maciços de investimento, dando longo fôlego ao crescimento. É possível construir convergência política com tal projeto.
Entrevista:O Estado inteligente
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