Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
segunda-feira, junho 18, 2012
Uma semana para não ser esquecida - LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
Valor Econômico - 18/06
Quando esta coluna for lida no Valor de segunda feira, já será conhecido o resultado das eleições parlamentares na Grécia e os mercados financeiros na Ásia já estarão reagindo a ele. Felizmente os líderes do chamado G-20 prepararam, antecipadamente, um plano concertado de ação para enfrentar o pior. Uma questão fortuita facilitou essa ação na medida em que estavam previamente agendadas para esta semana uma reunião formal do G-20 no México e uma outra dos ministros das Finanças da Europa. Nesses dois fóruns é que terão que ser decididas as medidas concretas para estabilizar os mercados financeiros no curto prazo, pelo menos.
As alternativas de ação dos países mais ricos para lidar com a crise de confiança dos mercados dependem de qual dos caminhos possíveis foi o escolhido pelo eleitor no país de Sócrates: a vitória de uma coligação comprometida com a Europa, a de um grupo de esquerda radical e que prega uma ruptura com os acordos já negociados e, finalmente, a necessidade de realização de novas eleições.
No caso da formação de um governo comprometido com a Europa os mercados devem reagir bem e algum tempo mais será dado aos líderes europeus para definir um plano de voo de médio prazo para estabilizar a Zona do Euro. Nesse caso não será preciso acionar o Plano de Emergência que está sendo articulado pelos Bancos Centrais do G-20 e as atenções vão se voltar para a reunião dos ministros europeus. Esses senhores estarão reunidos por dois dias, preparando a agenda para o encontro dos chefes de Estado que será realizada na semana seguinte.
Só uma ação conjunta dos Bancos Centrais do G-20 nos mercados de câmbio e títulos soberanos poderá evitar um Armagedon
A agenda a ser definida necessariamente terá que apresentar uma solução clara e crível para que o mercado consolide uma visão mais otimista sobre o futuro. Infelizmente, as informações disponíveis mostram ainda que, apesar de algumas novas ideias interessantes, não existe uma agenda consistente de ações imediatas. Conceitos corretos como a busca de uma integração fiscal maior entre os países do euro, um redesenho dos sistemas financeiros nacionais e a criação de um novo arranjo institucional para os maiores bancos europeus não serão suficientes para convencer investidores e empresas que a Europa Unida não vai se desintegrar. Será preciso mostrar como todos esses objetivos serão atingidos.
Uma ideia nova que tem circulado na imprensa internacional - a criação de um Fundo Europeu para mutualizar parte das dívidas nacionais - traz uma alternativa para permitir um ajuste mais suave no endividamento público e abrir algum espaço para uma política de estímulo ao crescimento. Essa ideia - sugerida pela associação de economistas da Alemanha - é muito parecida com a adotada pelo governo Fernando Henrique Cardoso em 1999 para lidar com o elevado endividamento da maioria dos estados brasileiros. E os resultados aqui no Brasil foram muito positivos.
Na Europa a proposta é a de se criar um fundo supranacional que assumiria a parcela da dívida pública, de todos os países, que supere o limite de 60% do PIB. No caso da Europa de hoje, os 17 países da zona do euro seriam elegíveis para participar desse mecanismo. Até mesmo a poderosa Alemanha participaria desse clube dos endividados, o que certamente facilitaria sua aprovação nos países que ainda se mostram reticentes em dividir os ônus da estabilização financeira da Europa.
Mesmo com um reequilíbrio político entre os defensores radicais da austeridade fiscal e aqueles que defendem a necessidade da volta do crescimento econômico criado pela vitória dos socialistas franceses, parece que estamos ainda muito distantes da construção de um consenso. Por isso, mesmo com um cenário positivo na Grécia, os mercados não vão deixar de lado a postura especulativa sobre um fim inglório para o sonho da Europa Unida e a crise deve continuar.
A segunda alternativa para as eleições gregas - a vitória da esquerda radical - deverá mergulhar os mercados em todo o mundo no modo pânico. A ruptura com os acordos negociados defendida publicamente pelo Syriza levará certamente a uma moratória na Grécia e, no final de um processo dramático, à troca de sua moeda. Como não existem mecanismos legais que lidem com essa possibilidade, o pânico vai ser legítimo. Mas não apenas na Grécia, pois certamente o medo de um final semelhante em países como Portugal, Irlanda e Espanha - porque não a Itália? - tomará conta de todos.
Nessa situação apenas uma ação conjunta e orquestrada dos Bancos Centrais do G-20 a partir da noite de domingo nos mercados de câmbio, juros e de títulos soberanos poderá evitar um Armagedon financeiro e econômico. Mesmo assim o risco de fracasso dessas iniciativas é grande e assustador para qualquer analista com um mínimo de conhecimento de crises financeiras passadas.
Além desse movimento dos Bancos Centrais, os líderes políticos do mundo todo terão que encontrar na reunião do G-20 energia e coragem para construir um pacote de intervenção mais amplo para trazer de volta um mínimo de confiança aos mercados e, com isso, evitar uma nova depressão econômica que poderá fazer a dos anos trinta do século passado uma experiência menor.
Por tudo isto vou passar um fim de semana com muito medo e apreensão.
Fonte:O BLOG DO MURILO
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
junho
(290)
- O mundo futuro - MERVAL PEREIRA
- Dentro da noite - MIRIAM LEITÃO
- União bancária no euro - CELSO MING
- Futebol boa roupa - RUY CASTRO
- O eleitor que se defenda - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Não existe legítima defesa? - EDITORIAL O ESTADÃO
- Água e óleo - MIRIAM LEITÃO
- O Mercosul sob influência chavista - EDITORIAL O G...
- O exagero do crédito pessoal - LUIZ CARLOS MENDONÇ...
- Aventuras fiscais - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Mercosul e autoritarismo - EDITORIAL O ESTADÃO
- Hora da idade mínima na aposentadoria - EDITORIAL ...
- Teto furado - EDITORIAL ZERO HORA
- Nome de rua - RUY CASTRO
- Sarney, Lula e Maluf, ode ao amor - GUILHERME ABDALLA
- PIB minguante Celso Ming
- Cartão vermelho Nelson Motta
- Decisões do STF significam retrocessos, por Merval...
- O 'custo Lula' Carlos Alberto Sardenberg
- A Petrobrás sem Lula - ROLF KUNTZ
- Mais um refresco - CELSO MING
- Ciclo de baixa - MÍRIAM LEITÃO
- O governo vai às compras - EDITORIAL O ESTADÃO
- O mito e os fatos - MERVAL PEREIRA
- Inadimplência das empresas tem maior alta de abril...
- Hora da verdade na Petrobrás - EDITORIAL O ESTADÃO
- A leviana diplomacia do espetáculo - ELIO GASPARI
- Luz amarela - MÍRIAM LEITÃO
- O contraponto - MERVAL PEREIRA
- Sujeita a vírus - RUY CASTRO
- O crédito tem limite - VINICIUS TORRES FREIRE
- Visão Global THOMAS L., FRIEDMAN
- Realismo na Petrobrás Celso Ming
- A Petrobrás sem Lula Rolf Kuntz
- Um mundo requentado Roberto DaMatta
- Inadimplência subiu de elevador, mas vai descer de...
- Alemanha já pensa em referendo sobre resgate do eu...
- A exaustão do 'Estado dependente' de governo Franc...
- Reinaldo Azevedo -
- INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA: ORDEM/DESORDEM MUNDIAL! H...
- Paraguai soberano - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Guerra cibernética e robôs de defesa - RUBENS BARBOSA
- O BIS adverte sobre o risco do crédito - EDITORIAL...
- Crise paraguaia requer sensatez - EDITORIAL O GLOBO -
- Inflação e erros do "mercado" - VINICIUS TORRES FR...
- Democracia representativa - MERVAL PEREIRA
- Qual é a política? Celso Ming
- Uma nova política Rodrigo Constantino
- Profetas do apocalipse Xico Graziano
- O governo Dilma parece velho Marco Antonio Villa
- Como alavancar os investimentos Antonio Corrêa de...
- No ponto certo - MÍRIAM LEITÃO
- Os aloprados - PAULO BROSSARD
- O fiasco do Lula 90 - RUTH DE AQUINO
- O país já cansou de Lulas e Malufs - EDITORIAL REV...
- MACONHEIRO DE CARTEIRINHA Carlos Alberto Sardenberg
- Querem ressuscitar o baraço e o cutelo Manoel Albe...
- O afastamento de Lugo Editorial Estadão
- Mensalão e respeito ao Judiciário Carlos Alberto D...
- A Rio 20 e a crise global Rodrigo Lara
- Está o planeta aquecendo? - FERREIRA GULLAR
- Hoje, parece coisa pouca - EDITORIAL O ESTADÃO
- O intangível - MIRIAM LEITÃO
- Clima não justifica "crescimento zero" EDITORIAL O...
- Diferenças - MERVAL PEREIRA
- As infrações leves - EDITORIAL O ESTADÃO
- O inexorável pragmatismo da Silva - GAUDÊNCIO TORQ...
- No hotel Ritz - DANUZA LEÃO
- Um prefeito civilizado, por favor - VINICIUS TORRE...
- A Alemanha vai destruir a Europa - JOSÉ ROBERTO ME...
- Mítica do articulador DORA KRAMER
- Atenção para mais crise ALBERTO TAMER
- É o fim da simbiose? - economia CELSO MING
- O sonho da blindagem própria João Ubaldo Ribeiro
- Os tropeços na América Latina Suely Caldas
- Dentro da lei - MERVAL PEREIRA
- As contradições - MIRIAM LEITÃO
- Retrocesso no Mercosul isola Brasil - EDITORIAL O ...
- Rio+20, sucesso ou fracasso? - KÁTIA ABREU
- Prisões, privatização e padrinhos - PAUL KRUGMAN
- Oba-oba sustentável - GUILHERME FIUZA
- Túmulo do samba - RUY CASTRO
- Radiografia da ineficiência - EDITORIAL O ESTADÃO
- Vai ou não vai? - CELSO MING
- A QUESTÃO DAS MALVINAS!
- Uma outra visão fundamentada - RODOLFO LANDIM
- O ponto europeu - MIRIAM LEITÃO
- O enigma do emprego - CELSO MING
- O ocaso de Lula - ROBERTO FREIRE
- Estádios novos, miséria antiga - MILTON HATOUM
- Novo contrato social - MERVAL PEREIRA
- Sem entalar - RUY CASTRO
- Assalto ao trem pagador - EDITORIAL O ESTADÃO
- Como quem rouba - DORA KRAMER
- O vaivém das sacolas - EDITORIAL FOLHA DE SP
- Quem socorre Cristina Kirchner - EDITORIAL O ESTADÃO
- Bancos, crise e lebres mortas - VINICIUS TORRES FR...
- Diálogo como espécie em extinção na política Ferna...
- Andressa na cova dos leões :Nelson Motta
- O consenso do quase nada - EDITORIAL O ESTADÃO
-
▼
junho
(290)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA