Entrevista:O Estado inteligente
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quinta-feira, junho 07, 2012
Lá fora, é só desânimo - ALBERTO TAMER
O Estado de S.Paulo - 07/06
Um dia de tensões amortecidas no mercado financeiro internacional. Desânimo pela desunião dos governos europeus, que adiam soluções urgentes para a crise da zona do euro - agravada agora pela Espanha -, pouco entusiasmo com a decisão do Banco Central Europeu de não reduzir a taxa de juros de 1%, na reunião de ontem. Mario Draghi afirma que "alguns problemas da Europa não têm nada a ver com a política monetária, que já pratica juros reais negativos. O que falta é ação dos governos.
Mas apesar disso, as bolsas mundiais subiram na Europa e nos Estados Unidos, cerca de 2,8%, os índices registraram as maiores altas do ano.
No Brasil, o Bovespa também se valorizou, seguindo a tendência internacional. O que se registra é um nítido descolamento entre a economia e o mercado de ações. Pode não durar muito, dizem os analistas.
E o Fed vem aí. Esse resultado paradoxal num cenário econômico depressivo se deveu ontem unicamente à expectativa cada vez mais forte de que o banco central americano (Fed) deve anunciar uma nova injeção de liquidez na reunião marcada para os dias 19 e 20. Ben Bernanke depõe hoje no Congresso, ontem o Livro Bege, que faz regularmente um apanhado factual dos indicadores econômicos de 12 Estados, reafirmou que o crescimento continua moderado, o consumo das famílias praticamente estagnou (ao contrário do Brasil) e o desemprego aumentou no último mês. Em janeiro, foram criados 275 mil empregos; em maio, apenas 69 mil. E o desemprego chega a 8,5% da força de trabalho.
A expectativa no mercado, ontem, era de que Bernanke, no mínimo, reafirme que todas as opções para estimular o crescimento estão na mesa e indique a decisão de agir. Alguns presidentes regionais do banco central americano já fizeram isso. Mesmo assim, diziam os abalistas, o clima continuava instável.
Mais US$ 1 trilhão? Apesar dessa expectativa, as economias americana e europeia continuam estagnadas. Nos EUA, algo em torno de 2%, se não menos, de crescimento, admite o Fed. E na Europa, entre menos 0,5% e mais 0,3%. Muitos analistas americanos manifestavam ontem dúvida sobre capacidade de o Fed oferecer mais estímulo à economia. Afinal, dizia um operador, desde novembro de 2008 o Fed, depois de reduzir os juros a níveis reais negativos, injetou mais de US$ 2 trilhões no sistema sem resultado até agora. Outros ressalvam que sem esse incentivo, a economia não teria saído da recessão e estaria definhando como a europeia agora.
Juros negativos e liquidez nos bancos americanos não foram suficientes para reestabelecer a confiança dos consumidores endividados e feridos pela crise de 2008. E sem os EUA, com o maior PIB global (US$ 14 trilhões), a economia mundial não cresce. Que não se espere nada da Europa neste e talvez no próximo ano e menos ainda da China, onde o governo estuda medidas de estímulo ao mercado interno, mas parece conformado com um crescimento menor este ano, algo em torno de 7%.
Uma excelente análise da economia chinesa foi publicada no último número da revista Economist - merece ser lida - mostrando que a reação do consumo interno chinês é muito lenta e representa 36% do PIB. A participação dos investimentos é de 48%, mas, além das obras em infraestrutura, a maior parte se concentrou no mercado imobiliário, onde já se configura uma bolha a ponto de explodir. No fundo, diz o estudo assinado por Simon Cox, com bases em dados oficiais e do FMI, o governo parece admitir que não haveria muitos danos para a China se crescesse 7% este ano. Não seria mal para a China, mas faria para o mundo.
Incertezas. Esta semana, onde o feriado de hoje é apenas nacional, será ainda uma semana de decisões. Poucos acreditam em ações para retomar o crescimento mundial, os institutos de pesquisa já admitem 3% de crescimento este ano. A OCDE, que reúne as maiores economias do mundo, divulgou no mês passado balanço dos quatro primeiros meses e prevê crescimento de 1,8%, isso se o Japão conseguir crescer 2%.
Um cenário desafiante e desanimador, mostrando que o Brasil não pode esperar nada da economia mundial. É ir em frente sem ela, aumentando o sentido de urgência que a situação atual exige. Se estivesse vivo, Churchill poderia dizer novamente que da economia mundial só se espera sangue, suor e lágrimas. Aqui, já estão correndo um suor forte e saudável. As lágrimas, podemos deixar para eles que estão chorando porque não fizeram nada.
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