Entrevista:O Estado inteligente

sábado, julho 18, 2009

VEJA Carta ao Leitor


Acerto no melhor cenário

A capa de VEJA de março passado
parecia risonha demais para a gravidade 
da crise, mas a visão da revista 
mostrou-se correta


Na sua edição de 4 de março deste ano, VEJA ofereceu aos leitores uma reportagem de capa em que listava dez razões para otimismo em relação à crise econômica mundial e suas consequências sobre o Brasil. Estava então entrando no seu sexto mês o encalacramento econômico planetário iniciado com o estouro da bolha imobiliária americana e a quebra de tradicionais bancos de investimento em Wall Street. As ondas de choque da crise causavam estragos na poupança, no patrimônio e nos investimentos de países, empresas e bilhões de pessoas em todos os continentes. A visão discordante da revista provocou, previsivelmente, reações que variaram do ceticismo contido à total incredulidade.

Passados quatro meses, VEJA tem a satisfação de registrar que a análise positiva da revista se mostrou plenamente justificada. Igualmente recompensador é verificar que também estavam corretas as evidências apontadas no texto daquela reportagem para justificar os motivos de nossa confiança na capacidade de resistência da economia brasileira. O alto volume de reservas em dólares, um sistema bancário saneado e competente, a ausência de bolhas de crédito, tudo isso se combinou com a inabalável opção democrática e a estabilidade na política econômica para afastar o Brasil do vórtice provocado pelo caos planetário.

Como mostra uma reportagem desta edição, essas mesmas forças positivas estão atuando agora na fase de recuperação acelerada da economia brasileira. Os dados são convincentes. O Brasil criou 300 000 empregos no primeiro semestre, os bancos cobram o menor juro para empréstimos pessoais desde 2007, a Bovespa recuperou a maior parte de seu valor pré-crise e a indústria automobilística pode terminar o ano com crescimento de 6,4%, depois de fechar o melhor junho de sua história.

Os sinais vindos de fora também são animadores. O FMI, o banco central e o Tesouro americanos fazem eco a alguns dos mais tarimbados economistas ao garantir que a recessão nos Estados Unidos acaba até o fim do ano. Com eles concorda até Nouriel Roubini, economista de Nova York que, por ter espalhado o pânico no auge da crise, se celebrizou com o apelido de "Dr. Apocalipse". Acertar na mosca é bom. Acertar prevendo o melhor cenário, como fez VEJA, é melhor ainda.

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