GUERRA DO FOGO (La Guerre du Feu, Canadá/França/Estados Unidos, 1981. Lume) • Algo como 80.000 anos atrás, uma tribo perde seu maior bem: a fagulha a partir da qual, todos os dias, acende o fogo. Alguns voluntários, então, saem pelas paisagens dramáticas do Paleolítico à cata de uma reposição para a preciosidade. São atacados por tribos antropófagas, fogem de animais, passam fome – e encontram uma representante de gente bem mais avançada do que eles, que lhes ensina a produzir fogo, a rir (manifestação que eles desconheciam) e, bem, algumas outras coisinhas mais. O trabalho mais criativo e cativante do diretor Jean-Jacques Annaud (também de O Nome da Rosa e Sete Anos no Tibet) acerta tudo em um gênero que já derrotou todos os outros, sem exceção, que se arriscaram nele: a aventura pré-histórica.
LIVROS
HOLLYWOOD, de Blaise Cendrars (tradução de Vera Ribeiro; José Olympio; 154 páginas; 27 reais) • Poeta, romancista, ensaísta, o suíço Blaise Cendrars (1887-1961) pertencia à estirpe dos escritores-viajantes. Visitou o Brasil, onde se tornou amigo de intelectuais modernistas, como Oswald de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda. Hollywood resultou de um período de quinze dias que Cendrars passou na "meca do cinema", em 1936. É uma divertida crônica da indústria cinematográfica de então, com suas modas e extravagâncias. Apaixonado por tudo o que era moderno, Cendrars fala de Hollywood com um entusiasmo quase infantil. Eis, por exemplo, sua descrição do departamento de efeitos especiais de um estúdio: "Manipula os cataclismos do final do mundo (...). Aniquilou a palavra ‘impossível’". Imagine-se o que ele diria das atuais tecnologias digitais. Leia trecho.
• A expressão "produtos químicos" está cercada de associações nefastas: para certo senso comum, lembra aditivos artificiais que fazem muito mal à saúde ou poluentes cancerígenos. Professor da Faculdade McGill, de Montreal, o químico Joe Schwarcz desmistifica a química do cotidiano. Em ensaios divertidos, ele apresenta, em termos acessíveis para o leigo (não, ele não emprega nenhuma fórmula), os princípios envolvidos na produção do xampu, da bola de pingue-pongue ou dos suplementos vitamínicos. É um livro leve, despretensioso, mas também iluminador: Schwarcz desmonta muita baboseira pseudocientífica que se vê em comerciais de televisão, especialmente de produtos pretensamente naturais. Leia trecho.
DISCOS
TAKE MY BREATH AWAY, Gui Boratto (ST2) • Poucos DJs são dotados da sensibilidade e da criatividade do paulistano Gui Boratto. Sua música é tão rica em timbres e sutilezas que pede para ser apreciada com fone de ouvido, para que não se perca nenhum detalhe. Take My Breath Away é o segundo disco-solo do DJ, que já trabalhou ao lado das cantoras Gal Costa e Daniela Mercury e participou de um disco de remixes dos temas da trilha sonora de Cidade de Deus. O disco é quase todo instrumental (a única exceção são os vocais femininos em No Turning Back), e as canções não dão espaço à monotonia – vão dos climas lúgubres de Atomic Soda a Besides, com um riff de guitarra e um som de baixo que lembra o grupo inglês New Order.
HEITOR VILLA-LOBOS: CHOROS Nº 2, 3, 10 E 12 — Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e John Neschling (Biscoito Fino) • A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) tem se dedicado à obra de compositores eruditos brasileiros. Nos últimos anos, gravou as sinfonias de Camargo Guarnieri, de Claudio Santoro, as Bachianas e os Choros de Villa-Lobos. Este CD traz os choros nº 2, 3, 10, 12 e Introdução aos Choros, compostos entre 1924 e 1929. São peças nas quais Villa-Lobos busca um diálogo entre música europeia, instrumentos brasileiros e linguagem indígena. Essa última pode ser percebida principalmente em Choros Nº 3, cujo coro entoa palavras indígenas e onomatopeias. Introdução aos Choros, escrita depois de Villa-Lobos ter completado esse ciclo de composições, funciona como prelúdio à obra toda – e aqui o destaque são os solos do violonista Fábio Zanon.
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