O Estado de S.Paulo - 27/10
Com este já são cinco os blecautes de porte médio ou, neste último caso, grande porte no intervalo de um mês. Trata-se de algo fora do comum e que requer atenção.
Uma primeira observação é que o sistema brasileiro tem características únicas. Com muitas hidrelétricas distantes dos centros de consumo, o Brasil tem um sistema de transmissão muito extenso, que permite transportar energia algumas vezes a uma distância de milhares de quilômetros de distância. Mas, se por um lado a extensão do sistema brasileiro constitui uma relativa fragilidade, por outro, a rede de transmissão é planejada para resistir a uma falha em um equipamento qualquer sem que haja sobrecarga e, portanto, interrupção do fornecimento. Mas quando, por qualquer razão, não há redundância no momento em que ocorre uma falha ou quando há um mau funcionamento dos equipamentos de proteção, pode ocorrer o desligamento em cascata de vários equipamentos - é o chamado blecaute.
Uma das linhas de investigação consiste em verificar se os diversos agentes envolvidos estão de fato agindo de forma coordenada. Na Europa, o sistema de transmissão de cada país pertence todo a um único agente que também opera o sistema elétrico. Esse desenho de mercado tem vantagens, pois a coordenação dentro de uma mesma empresa é sempre mais fácil. Já no Brasil, o sistema é operado pelo ONS, mas os equipamentos de transmissão pertencem a diversos agentes. O modelo brasileiro tem sido muito bem-sucedido em baratear o custo de expansão do sistema, através da realização de leilões para novas instalações todos os anos. Mas pode haver problemas com a coordenação, por exemplo, do funcionamento dos sistemas de proteção de equipamentos de diversos donos dentro da mesma subestação.
Outro tema que merece atenção é a necessidade realização de investimentos em modernização nos equipamentos de transmissão mais antigos, que estão prestes a ter suas concessões renovadas por mais 30 anos. Nesse caso, são na maior parte equipamentos já antigos que precisarão, ao longo dos próximos anos, de investimentos consideráveis para que seja possível manter a qualidade do serviço. É importante que as tarifas das concessões renovadas permitam e estimulem não só os reforços, mas também a atualização tecnológica de equipamentos antigos.
Com este já são cinco os blecautes de porte médio ou, neste último caso, grande porte no intervalo de um mês. Trata-se de algo fora do comum e que requer atenção.
Uma primeira observação é que o sistema brasileiro tem características únicas. Com muitas hidrelétricas distantes dos centros de consumo, o Brasil tem um sistema de transmissão muito extenso, que permite transportar energia algumas vezes a uma distância de milhares de quilômetros de distância. Mas, se por um lado a extensão do sistema brasileiro constitui uma relativa fragilidade, por outro, a rede de transmissão é planejada para resistir a uma falha em um equipamento qualquer sem que haja sobrecarga e, portanto, interrupção do fornecimento. Mas quando, por qualquer razão, não há redundância no momento em que ocorre uma falha ou quando há um mau funcionamento dos equipamentos de proteção, pode ocorrer o desligamento em cascata de vários equipamentos - é o chamado blecaute.
Uma das linhas de investigação consiste em verificar se os diversos agentes envolvidos estão de fato agindo de forma coordenada. Na Europa, o sistema de transmissão de cada país pertence todo a um único agente que também opera o sistema elétrico. Esse desenho de mercado tem vantagens, pois a coordenação dentro de uma mesma empresa é sempre mais fácil. Já no Brasil, o sistema é operado pelo ONS, mas os equipamentos de transmissão pertencem a diversos agentes. O modelo brasileiro tem sido muito bem-sucedido em baratear o custo de expansão do sistema, através da realização de leilões para novas instalações todos os anos. Mas pode haver problemas com a coordenação, por exemplo, do funcionamento dos sistemas de proteção de equipamentos de diversos donos dentro da mesma subestação.
Outro tema que merece atenção é a necessidade realização de investimentos em modernização nos equipamentos de transmissão mais antigos, que estão prestes a ter suas concessões renovadas por mais 30 anos. Nesse caso, são na maior parte equipamentos já antigos que precisarão, ao longo dos próximos anos, de investimentos consideráveis para que seja possível manter a qualidade do serviço. É importante que as tarifas das concessões renovadas permitam e estimulem não só os reforços, mas também a atualização tecnológica de equipamentos antigos.