O Estado de S.Paulo - 28/10
Nada obriga os partidos a se curvarem às evidências. Aliás, o que mais fazem é virar as costas a elas, conforme indica a falta de "encaixe" entre eles e o público pagante.
Legalmente estão autorizados a ignorar as condenações do Supremo Tribunal Federal e os que tiverem dirigentes mandados à prisão podem tocar em frente sem se dar ao trabalho de excluí-los de seus quadros ou destituí-los de suas funções.
O leitor e a leitora disseram alguma coisa sobre compromisso moral? Não percam seu tempo.
Pelo que se ouve no PT, PP, PTB e PR (antigo PL) a tendência é levar ao paroxismo a condição de entidades de direito privado com inteira autonomia sobre as respectivas vidas. Ou seja, o STF condena, mas para eles isso é indiferente. O PR, por exemplo, tratou de reconduzir o deputado Valdemar Costa Neto ao cargo de secretário-geral dias depois de o tribunal declará-lo culpado por corrupção passiva, ativa, lavagem de dinheiro e peculato. Na undécima hora ele foi beneficiado pelo empate na votação por formação de quadrilha.
O PTB dá ao seu presidente licenciado, Roberto Jefferson, o tratamento de mártir denunciante que merece ser "homenageado", segundo o deputado Arnaldo Faria de Sá, e sequer cogita abrir discussão sobre punição.
O PP informa que examinará a situação de Pedro Henry e Pedro Corrêa - integrantes da Executiva Nacional do partido e condenados por corrupção passiva -, depois da conclusão do julgamento. Mas adianta desde já: não há a menor disposição sequer para admoestá-los.
O PT é o único a ter no estatuto a previsão de expulsão para condenados em última instância. Neste ponto segue um critério da Constituição quando estabelece perda de mandatos eletivos pela mesma razão. No entanto, o partido tende a afirmar sua "independência" alegando que uma coisa é a Justiça, outra muito diferente é a política.
Não obstante a lei seja uma coisa só e, em tese, igual para todos.
Espectador. Há 12 anos cassado pelo Senado, condenado a 31 anos de prisão por crimes relativos a desvio de dinheiro das obras do tribunal do trabalho de São Paulo, o empresário Luiz Estevão não perde uma sessão do julgamento do mensalão. "Se não vejo, ouço e acho tudo muito bom", diz enquanto se ajeita na cadeira do avião onde hoje, se alguém o reconhece daquele tempo de exposição como réu, guarda a lembrança para si.
Ele acompanha com entusiasmo, primeiro porque considera que o Supremo está impondo um freio de arrumação nos meios e modos da prática da ilegalidade na política. "As coisas sempre foram assim, nos municípios, nos Estados e no plano federal. Agora o Supremo está dizendo que quem quiser continuar fazendo assim vai ter de arcar com as consequências", aponta, falando naturalmente de cadeira.
O segundo motivo para Luiz Estevão olhar com agrado as decisões do STF tem a ver com o próprio processo, cujo recurso à sentença do Tribunal Regional Federal de São Paulo será julgado no ano que vem no Superior Tribunal de Justiça.
Se perder, pensa em recorrer ao Supremo reivindicando as mesmas penas impostas a Marcos Valério. A punição que recebeu por dois crimes semelhantes foram três vezes mais duras.
Por uma ocorrência de corrupção e outra de peculato, o operador do mensalão foi condenado a três anos em cada. Luiz Estevão pegou nove anos por corrupção, nove por peculato e dois anos e meio por formação de quadrilha, a única condenação igual à de Valério.
No cômputo final Valério receberá muito mais que os 31 anos de Luiz Estevão porque responde pelo dobro de crimes.
Por isso é que o primeiro senador cassado da História do Brasil - e, até Demóstenes Torres, o único - não concorda com as críticas feitas ao Supremo por excesso de rigor. "Não diria que o tribunal está sendo brando, mas bastante moderado."
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
outubro
(196)
- Pauliceia desnorteada - DORA KRAMER
- Começa o jogo - MERVAL PEREIRA
- Isso não se faz, Arnesto - CELSO MING
- Tempestade na costa - MÍRIAM LEITÃO
- O velho no novo - ROBERTO DaMATTA
- Estado de graça - DORA KRAMER
- O novo-velho - MERVAL PEREIRA
- Uma cidade que é um país - MIRIAM LEITÃO
- Meio cheio ou meio vazio? - CELSO MING
- Farsa histórica - MERVAL PEREIRA
- Ouvidos moucos - DORA KRAMER
- O BC e a inflação - SUELY CALDAS
- Riscos argentinos - MIRIAM LEITÃO
- A princesinha do mar - DANUZA LEÃO
- Corruptos falam a mesma língua - CLÓVIS ROSSI
- Um olhar sobre 2013 - JOSÉ ROBERTO MENDONÇA DE BARROS
- Brasil rico, Brasil pobre - EDITORIAL O ESTADÃO
- "Avenida Brasil" - FERREIRA GULLAR
- Despreparo - CELSO MING
- Hitler e nós - FLAVIO TAVARES
- PERCA TEMPO - O BLOG DO MURILO: COLUNA DE CLAUDIO ...
- Sobre apagões - NIVALDE CASTRO e ROBERTO BRANDÃO
- Resistir é preciso - EDITORIAL O ESTADÃO
- Pior do que no velho oeste - EDITORIAL ZERO HORA
- O mensalão e a cultura da impunidade - EDITORIAL O...
- Promiscuidade financeira - EDITORIAL O ESTADÃO
- Apaguinhos e apagões - CELSO MING
- A confissão e o jornalista - MIRIAM LEITÃO
- O voluntarismo de Barbosa - MERVAL PEREIRA
- Os mensaleiros venceram Guilherme Fiuza
- COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO “
- Crime e castigo - EDITORIAL O ESTADÃO
- Uma hegemonia tropical - FERNANDO GABEIRA
- O emprego segue aquecido - CELSO MING
- O desafio do emprego - MIRIAM LEITÃO
- Preocupação saudável - MERVAL PEREIRA
- Definições - MERVAL PEREIRA
- Condições objetivas - DORA KRAMER
- A presença dos ausentes - MIRIAM LEITÃO
- Quem vai devolver nossos milhões desviados? - ALOÍ...
- Tripé cambiado - CELSO MING
- Consistência para crescer - ALBERTO TAMER
- CLAUDIO HUMBERTO
- O PT não é quadrilha - DEMÉTRIO MAGNOLI
- Meta de juros, não de inflação EDITORIAL ESTADÃO
- De volta para o passado? - JOSEF BARAT
- O desserviço argentino ao Mercosul - EDITORIAL O G...
- Brasil, adeus à ilusão - CLÓVIS ROSSI
- STF se perde - MERVAL PEREIRA
- Urna não é lavanderia - DORA KRAMER
- O sétimo elemento - MIRIAM LEITÃO
- Capitais estratégicos - CELSO MING
- Marco histórico em defesa do estado de direito - E...
- A condenação do PT - MARCO ANTONIO VILLA
- Em defesa da democracia - MERVAL PEREIRA
- O dia depois - DORA KRAMER
- O dia depois - DORA KRAMER
- A inflação mais solta - CELSO MING
- Juntos na tempestade - MÍRIAM LEITÃO
- Minha casa, minha vida - REVISTA VEJA
- Houston, temos um atraso - MIRIAM LEITÃO
- A nova censura - RICARDO NOBLAT
- A Europa na montanha-russa Sergio Amaral
- Aos trancos, mas vai - Celso Ming
- Atrás das grades - DORA KRAMER
- Buscando respaldo - MERVAL PEREIRA
- As explicações do Copom - Celso Ming
- Elétricas no escuro - MIRIAM LEITÃO
- A culpa é nossa - NELSON MOTTA
- Sobre o indulto - DORA KRAMER
- A dosimetria de Barbosa - MERVAL PEREIRA
- : A nova conta movimento - CELSO MING
- Segundo round - MIRIAM LEITÃO
- Símbolo absolvido - MERVAL PEREIRA
- Pele de cordeiro - DORA KRAMER
- Travas na recuperação - MIRIAM LEITÃO
- A guerra negada - CELSO MING
- Os mísseis cubanos - RODRIGO CONSTANTINO
- Presidente do BC pensa que a crise conterá o IPCA ...
- Exemplos terminais - JOÃO PEREIRA COUTINHO
- Cerco à liberdade na América Latina - EDITORIAL O ...
- Elites desanimadas - VINICIUS TORRES FREIRE
- FLÁVIO TAVARES Meu amigo Zé
- A raiz do mensalão - MERVAL PEREIRA
- Na cabeceira da pista - DORA KRAMER
- A grande lição - MIRIAM LEITÃO
- O preço da independência - CELSO MING
- Chacoalhada nas estatais elétricas - SUELY CALDAS
- Na China ninguém se chama João - FERREIRA GULLAR
- Verão em Salvador - DANUZA LEÃO
- A culpa não é da imprensa - JOÃO UBALDO RIBEIRO
- O desconforto da nação petista - ELIO GASPARI
- Transparência - MERVAL PEREIRA
- Os marginais do poder - MARCO ANTONIO VILLA
- Legado da União - MIRIAM LEITÃO
- O novo mix da economia - CELSO MING
- Vozes ao ouvido - RUY CASTRO
- Crime e castigo - ZUENIR VENTURA
- Abandono em massa - DORA KRAMER
- Bravatas comprometedoras - MERVAL PEREIRA
-
▼
outubro
(196)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA