Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
quinta-feira, outubro 25, 2012
Tripé cambiado - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 25/10
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já começa a admitir que o tripé da economia, que tanto sucesso fez até recentemente, não é mais o mesmo. O câmbio flutuante, por exemplo, não flutua como flutuava.
Em entrevista publicada ontem no jornal Valor Econômico, Mantega prefere dizer que o regime do câmbio é o de "flutuação suja". Entenda-se que seja o mesmo que câmbio administrado ou câmbio mais ou menos fixo. Ou seja, o governo, por meio do Banco Central ou do Tesouro, opera no mercado tanto na ponta de compra como na de venda de moeda estrangeira, de modo a manter oferta e procura a nível tal que defina cotação de R$ 2 por dólar.
Embora reconheça que o câmbio já não flutua como antes, Mantega segue afirmando que os outros dois apoios do tripé, a meta de inflação e o superávit primário (meta fiscal) estão sendo rigorosamente cumpridos.
Não é bem assim. As duas outras metas também sofrem o efeito da "flexibilização". A de inflação (4,5% ao ano) não tem sido cumprida à risca. Mas o Banco Central diz que a convergência da inflação à meta será "de forma não linear". É só conferir: em 2011, a inflação foi de 6,50%; em 2012, pelas projeções do mercado aferidas pelo Banco Central (Pesquisa Focus), aponta para 5,44%; e, em 2013, para 5,42%. Ou seja, o governo Dilma e o Banco Central passaram a ser tolerantes a uma inflação acima do centro da meta.
O próprio Mantega assume que o superávit primário, de 3,1% do PIB, tem sido flexibilizado, à medida que, nos cálculos, possam ser descontadas despesas do governo carimbadas como "investimentos públicos". Também o Banco Central já não considera que o governo cumpra rigorosamente seus compromissos de responsabilidade fiscal. Na última Ata do Copom, por exemplo, deixou escrito que as contas públicas passaram a ser "expansionistas". Assim, ao dizer que a meta de solidez fiscal continua inalterada, Mantega também está flexibilizando a verdade.
O ministro com razão adverte que não se pode ser rígido e que o tripé não pode ser confundido com a estratégia. De fato, o importante é o resultado; é o crescimento econômico e a previsibilidade da economia que favorecem os investimentos.
Esse é outro produto prometido e não entregue. No ano passado, o PIB avançou só 2,7%; neste ano, não passará de 1,6%; e, embora possa induzir um crescimento de 3,0% em 2013, nada garante a sustentação desse ritmo. Os fundamentos da economia estão sendo flexibilizados a ponto de gerar instabilidade e falta de confiança.
Todo dinheiro tem dois preços: o câmbio é a cotação em moeda estrangeira; e os juros são o preço da própria moeda. A economia brasileira opera com preços fixos nesses dois segmentos. O câmbio está sujeito à tal "flutuação suja" de R$ 2 por dólar: e os juros básicos (Selic), fixados a 7,25% ao ano, "por um período de tempo suficientemente prolongado".
Não é verdade que a flexibilização da flutuação cambial, da meta de inflação e da política fiscal dão mais molejo à economia. Ao contrário, tornam-na mais rígida. Qualquer choque externo, por exemplo, se transmite automaticamente à economia à cotação de R$ 2 por dólar - como aconteceu com a alta dos alimentos, por causa da estiagem nos Estados Unidos. E a flacidez fiscal retira espaço para maior queda da Selic.
Mas admitir que o tripé já não é mais o mesmo já é um avanço diante da insistência anterior, de que nada mudou.
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
outubro
(196)
- Pauliceia desnorteada - DORA KRAMER
- Começa o jogo - MERVAL PEREIRA
- Isso não se faz, Arnesto - CELSO MING
- Tempestade na costa - MÍRIAM LEITÃO
- O velho no novo - ROBERTO DaMATTA
- Estado de graça - DORA KRAMER
- O novo-velho - MERVAL PEREIRA
- Uma cidade que é um país - MIRIAM LEITÃO
- Meio cheio ou meio vazio? - CELSO MING
- Farsa histórica - MERVAL PEREIRA
- Ouvidos moucos - DORA KRAMER
- O BC e a inflação - SUELY CALDAS
- Riscos argentinos - MIRIAM LEITÃO
- A princesinha do mar - DANUZA LEÃO
- Corruptos falam a mesma língua - CLÓVIS ROSSI
- Um olhar sobre 2013 - JOSÉ ROBERTO MENDONÇA DE BARROS
- Brasil rico, Brasil pobre - EDITORIAL O ESTADÃO
- "Avenida Brasil" - FERREIRA GULLAR
- Despreparo - CELSO MING
- Hitler e nós - FLAVIO TAVARES
- PERCA TEMPO - O BLOG DO MURILO: COLUNA DE CLAUDIO ...
- Sobre apagões - NIVALDE CASTRO e ROBERTO BRANDÃO
- Resistir é preciso - EDITORIAL O ESTADÃO
- Pior do que no velho oeste - EDITORIAL ZERO HORA
- O mensalão e a cultura da impunidade - EDITORIAL O...
- Promiscuidade financeira - EDITORIAL O ESTADÃO
- Apaguinhos e apagões - CELSO MING
- A confissão e o jornalista - MIRIAM LEITÃO
- O voluntarismo de Barbosa - MERVAL PEREIRA
- Os mensaleiros venceram Guilherme Fiuza
- COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO “
- Crime e castigo - EDITORIAL O ESTADÃO
- Uma hegemonia tropical - FERNANDO GABEIRA
- O emprego segue aquecido - CELSO MING
- O desafio do emprego - MIRIAM LEITÃO
- Preocupação saudável - MERVAL PEREIRA
- Definições - MERVAL PEREIRA
- Condições objetivas - DORA KRAMER
- A presença dos ausentes - MIRIAM LEITÃO
- Quem vai devolver nossos milhões desviados? - ALOÍ...
- Tripé cambiado - CELSO MING
- Consistência para crescer - ALBERTO TAMER
- CLAUDIO HUMBERTO
- O PT não é quadrilha - DEMÉTRIO MAGNOLI
- Meta de juros, não de inflação EDITORIAL ESTADÃO
- De volta para o passado? - JOSEF BARAT
- O desserviço argentino ao Mercosul - EDITORIAL O G...
- Brasil, adeus à ilusão - CLÓVIS ROSSI
- STF se perde - MERVAL PEREIRA
- Urna não é lavanderia - DORA KRAMER
- O sétimo elemento - MIRIAM LEITÃO
- Capitais estratégicos - CELSO MING
- Marco histórico em defesa do estado de direito - E...
- A condenação do PT - MARCO ANTONIO VILLA
- Em defesa da democracia - MERVAL PEREIRA
- O dia depois - DORA KRAMER
- O dia depois - DORA KRAMER
- A inflação mais solta - CELSO MING
- Juntos na tempestade - MÍRIAM LEITÃO
- Minha casa, minha vida - REVISTA VEJA
- Houston, temos um atraso - MIRIAM LEITÃO
- A nova censura - RICARDO NOBLAT
- A Europa na montanha-russa Sergio Amaral
- Aos trancos, mas vai - Celso Ming
- Atrás das grades - DORA KRAMER
- Buscando respaldo - MERVAL PEREIRA
- As explicações do Copom - Celso Ming
- Elétricas no escuro - MIRIAM LEITÃO
- A culpa é nossa - NELSON MOTTA
- Sobre o indulto - DORA KRAMER
- A dosimetria de Barbosa - MERVAL PEREIRA
- : A nova conta movimento - CELSO MING
- Segundo round - MIRIAM LEITÃO
- Símbolo absolvido - MERVAL PEREIRA
- Pele de cordeiro - DORA KRAMER
- Travas na recuperação - MIRIAM LEITÃO
- A guerra negada - CELSO MING
- Os mísseis cubanos - RODRIGO CONSTANTINO
- Presidente do BC pensa que a crise conterá o IPCA ...
- Exemplos terminais - JOÃO PEREIRA COUTINHO
- Cerco à liberdade na América Latina - EDITORIAL O ...
- Elites desanimadas - VINICIUS TORRES FREIRE
- FLÁVIO TAVARES Meu amigo Zé
- A raiz do mensalão - MERVAL PEREIRA
- Na cabeceira da pista - DORA KRAMER
- A grande lição - MIRIAM LEITÃO
- O preço da independência - CELSO MING
- Chacoalhada nas estatais elétricas - SUELY CALDAS
- Na China ninguém se chama João - FERREIRA GULLAR
- Verão em Salvador - DANUZA LEÃO
- A culpa não é da imprensa - JOÃO UBALDO RIBEIRO
- O desconforto da nação petista - ELIO GASPARI
- Transparência - MERVAL PEREIRA
- Os marginais do poder - MARCO ANTONIO VILLA
- Legado da União - MIRIAM LEITÃO
- O novo mix da economia - CELSO MING
- Vozes ao ouvido - RUY CASTRO
- Crime e castigo - ZUENIR VENTURA
- Abandono em massa - DORA KRAMER
- Bravatas comprometedoras - MERVAL PEREIRA
-
▼
outubro
(196)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA