Entrevista:O Estado inteligente
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domingo, outubro 28, 2012
Despreparo - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 28/10
Os maus resultados trimestrais apresentados pelos grandes bancos mostram que eles não se prepararam para enfrentar profundas mudanças de ambiente e de mercado.
A queda dos juros para cerca de 2,0% ao ano em termos reais (descontada a inflação); a incorporação de 40 milhões de consumidores às faixas da classe média, recentemente apresentados às operações de crédito; e a atuação agressiva dos bancos estatais, sobretudo Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, pegaram a rede privada brasileira de surpresa.
As altas taxas de administração dos fundos de investimento e, em muitos casos, as tarifas abusivas na prestação de serviços bancários ficaram incompatíveis com juros reais de 2% ao ano.
A forte queda das receitas de tesouraria (sobretudo, aplicações em títulos do Tesouro) obrigou os bancos a se atirarem às até então esquecidas operações de crédito. Nesse movimento, aproveitaram outra mudança estrutural do País a que estiveram fechados nos anos de desequilíbrio das contas públicas e de inflação.
Os bancos haviam desaprendido de atuar no crédito. Aplicavam, no mole, em títulos do Tesouro, sem necessidade de complicadas avaliações de risco e administração de garantias. Tiveram de desenvolver capacidade de ofício quando o estoque nacional de crédito passou de 27% do PIB, no começo dos anos 2000, para os atuais 51% do PIB (Veja o gráfico).
Com novos consumidores no mercado de crédito, os bancos enfrentaram limitações administrativas. Não há no País, por exemplo, serviço que consolide as posições devedoras dos clientes. A mesma pessoa pode agir como equilibrador de pratos, ao sustentar dívidas em bancos diferentes, em várias lojas, com mais cartões de crédito e cheques pré-datados, sem que o mercado tenha noção clara da relação entre passivo e renda familiar do cliente. É o que dificulta uma adequada avaliação de risco.
Por falta de prática, também esse novo tomador de crédito enfrenta dificuldades para avaliar seus novos custos. Ao comprar um carro, por exemplo, pode não se dar conta de outra lista de despesas: impostos, seguro, combustível, estacionamento, consertos, multas de trânsito e até flanelinhas. É o que explica o índice crescente de inadimplência, que também surpreendeu o setor financeiro.
Os bancos ainda tiveram problemas no campo da administração das garantias. A reserva de domínio sempre foi considerada estatuto adequado para dar segurança a uma operação de crédito, ainda mais para compra de veículos. O fato novo é a forte derrubada dos preços dos carros usados, que tanto baixaram o valor da entrada para a compra de um zero quilômetro como deterioraram o valor da garantia.
Segmento de mercado, em princípio, promissor para bancos de países como o Brasil, carente de um robusto mercado de capitais, seria o financiamento de longo prazo para investimentos. Mas aí os bancos brasileiros seguem sofrendo a competição desleal do BNDES, que toma recursos a baixo custo do Tesouro e os repassa aos amigos do rei a juros favorecidos.
Enfim, os bancos brasileiros têm novos desafios e a principal mercadoria com que trabalham, o dinheiro, está baixando dramaticamente de preço.
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