O presidente Lula tem atualmente uma principal preocupação. Nada com relação à grave crise econômica internacional. Afinal o Brasil conta com uma boa reserva e, graças às ações do governo anterior – que o atual presidente conservou mesmo contrariando o restante do seu partido – temos hoje condições de enfrentar as dificuldades que não são poucas, nada de marolinha, mas certamente seremos uma das primeiras nações do mundo a conseguir a normalidade. Uma das boas atitudes do governo tem sido a contensão de gastos.
Contrariando – como é do costume – as leis vigentes, um ano e meio antes das eleições, o presidente deflagra a campanha com toda força para eleger companheiros de partido. Na presidência a guerrilheira comunista Dilma, no governo de São Paulo o ex-ministro Palocci, réu em processo. Comenta-se nas altas rodas brasilienses, que a julgar pelo “jeitão” dos ministros, ele será absolvido. A culpa será só do caseiro Francenildo.
A propaganda é tão evidente que até o partido que deveria fazer oposição – mas que sempre se acomodou e não tomou nenhuma atitude correta quando dos escândalos, hoje praticamente esquecidos – agora mostra alguma reação. O PSDB acaba de iniciar um processo de denúncia contra a demagogia presidencial. Ação muito bem fundamentada, referindo-se à última “cartada” lulista, o já difundido programa “minha casa, minha vida”.
Ora, em véspera de campanha eleitoral, prometer um milhão – ou dois ou três não se sabe bem ainda – de casas para os pobres já seria um absurdo, uma afronta às leis. Agora, colocar tudo como se já as casas estivessem prontas à disposição de quem delas precisa, já é mais um exagero. Pior ainda. O presidente anunciou com toda força o programa, mas depois de um tempo enorme de discurso – coisa em que é imbatível – concluiu com a frase: “Não me cobrem porque não existe prazo”. Meio difícil de entender não acham?
A propaganda foi iniciada com a convocação dos prefeitos à Brasília. Não contava ele com a crise que “não atravessaria o Atlântico” e agora, contrariando seus próprios princípios mandou cortar gastos, diminuir impostos e outras boas coisas que deveriam ter sido feitas há 6 anos pelo menos. Mas, com o déficit de arrecadação, também faltarão recursos para milhares de municípios (a maioria criada para interesse político apenas) e a gritaria já começou.