Entrevista:O Estado inteligente

sábado, abril 04, 2009

MILLÔR

Todo mundo espantado com roubalheiras, traficâncias e despudores no Executivo. Quequiá, pessoal, nunca ouviram falar em hímen complacente?

Com o passar do tempo todas as pessoas mudam muito. A maioria nem deixa o endereço.

PALAVRAS, PALAVRAS

1) Anglicismo e Galicismo tudo junto.

A língua é feita de concordâncias absurdas, empréstimos estranhos ou indevidos, quase tantos tempos de verbos irregulares quanto regulares, bestialógicos de linguagem – toda uma maravilhosa invenção, anárquica, desrespeitosa, que depois vai entrando num rio de ordem e arrumação, chamado gramática e convenção escrita.

Exemplo historicamente recente de curiosa diferenciação de pronúncia: a palavra record chegou a São Paulo na voz do mais famoso locutor de rádio do Brasil – Cesar Ladeira. Como essa palavra entrou em São Paulo através do francês, sua pronúncia ficou sendo recór – às duas famosas empresas paulistas de comunicação todos chamam Tevê Recór e Rádio Recór. No Rio a palavra foi divulgada principalmente por Alfredo Machado, de formação "inglesa", seja dizer americana – com sua Editora Record, que se pronuncia Récor. Tente dizer Editora Recór e Tevê Récor. As pessoas nem reconhecem o que você está falando.

Tente, deputado Aldo Rebelo.

2) Postergar. Procrastinar.

Duas palavras que são empregadas, primariamente, com o mesmo significado: "Fulano está sempre postergando suas decisões", "Meu pai procrastinou quanto pôde a viagem". Mas, etimologicamente, têm significados opostos. Postergar significa deixar pra trás. E procrastinar quer dizer adiar, ou seja, jogar pra frente.

Na língua, deputado Aldo Rebelo, como em tudo o mais, no fim as paralelas se encontram. Ou não.

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