O ESTADO DE S PAULO
O mundo continua de olho nos indicadores que apontam o ritmo da produção dos Estados Unidos e da Europa, mas a expectativa agora se volta para o outro lado do planeta, como se tudo ou quase tudo dependesse dos motores chineses.
Saem hoje os resultados das contas nacionais da China no primeiro trimestre, mas há semanas especialistas realimentam e rodam seus computadores para tentar antecipar esses números.
Ontem, por exemplo, o Wall Street Journal, de Nova York, o mais importante jornal de Economia e Finanças do mundo, apontou projeções de 15 instituições financeiras de atuação global para concluir que, na média, se espera um crescimento anual do PIB no primeiro trimestre de 6%. Mas já se sabe que a produção industrial de março comparada com a de março do ano passado avançou 8,3% depois de um crescimento de 11,0% em fevereiro.
Nos últimos 30 anos, o dinamismo da economia chinesa se baseou nas exportações. Com a crise que abalou a economia mundial, suas exportações devem ficar cerca de 10% mais baixas neste ano. Isso significa que, por um bom tempo, o avanço da economia chinesa deverá contar mais com a expansão do mercado interno do que com a do externo.
O governo chinês entendeu o que está em jogo e em novembro passado liberou o primeiro pacote fiscal, de 4 trilhões de yuans (US$ 585 bilhões), com o objetivo de alavancar o consumo interno. Cerca de US$ 20 bilhões se destinarão ao subsídio da compra de aparelhos de TV e de refrigeradores pela população rural. Se estiver correto o noticiário chinês, amanhã sairá outro pacote, tanto para ajudar a expandir o consumo interno como para financiar necessidades sociais.
Até agora o dinamismo da economia chinesa esteve concentrado na conquista de mercado externo para seus produtos. A estratégia exigiu a construção de uma complicada simbiose com os Estados Unidos. Nela, os americanos entraram como grandes consumidores, pagaram com dólares, que formaram as reservas, que, por sua vez, foram usadas para a compra de títulos do Tesouro (para financiar o déficit orçamentário dos Estados Unidos), o que, em última análise, significa que os chineses financiaram o consumo americano, portanto, a sua própria produção.
As declarações de autoridades chinesas sobre a necessidade de se criar uma nova moeda de reserva que substitua o dólar sugerem que a China já entendeu que essa estratégia não é sustentável a longo prazo e trata de se livrar da excessiva dependência do mercado americano.
Esses movimentos não ficarão sem consequência. Se os chineses comprarem menos títulos do Tesouro americano (em janeiro e fevereiro venderam mais do que compraram), os Estados Unidos poderão ter dificuldades de financiar seu déficit orçamentário que, neste ano, deverá ultrapassar o US$ 1 trilhão. A recompra de US$ 300 bilhões em títulos do Tesouro pelo banco central americano, o Federal Reserve (Fed), começa a ser vista como manobra de emergência destinada a suprir a retração chinesa.
Como essas compras pelo Fed são claramente incestuosas e não podem seguir assim indefinidamente, algum ajuste mais profundo terá de ocorrer na economia americana para garantir o reequilíbrio.
Confira
E pra eles, nada? - O leitor Hamilton Carvalho pergunta por que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, pede cadeia para os banqueiros pelos juros escorchantes e não pede para comerciantes, que cobram juros igualmente escorchantes quando vendem com muitas prestações "sem acréscimo", mas embutem os juros no preço. "O negócio deles não é geladeira, é ganhar com juros", acrescenta.
CORREÇÃO - Na coluna de sábado ficou dito que, para o analista Marcos Rubin, na atual safra, os custos médios de produção da soja em Mato Grosso aumentaram 82% em relação à anterior. Esse valor se refere ao custo dos fertilizantes.
Entrevista:O Estado inteligente
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