Lauro Jardim (ljardim@abril.com.br)
Doleira complica Newtão
Newton Cardoso tem motivos de sobra para se preocupar: ele foi um dos protagonistas do depoimento prestado recentemente pela doleira Claudine Spiero, presa em 2007 pela Operação Kaspar 2, da Polícia Federal. Claudine deu um total de cinco depoimentos, enquadrados na chamada "delação premiada", em que o acusado de um crime denuncia outros participantes em troca da redução da pena. Quem teve acesso aos depoimentos nota que Newtão, que assume ter uma fortuna superior a 2,5 bilhões de reais, está metido em grande enrascada. |
Germano Luders/Exame |
"Neobanqueiro" Goldberg: na liderança |
Bancos
Neófito de sucesso
O Morgan Stanley está no topo do ranking de fusões e aquisições no Brasil nos últimos doze meses. Desbancou, pela primeira vez, o Citi, o Credit Suisse e o UBS, tradicionais líderes dessas listas. Até 2007, o banco americano não figurava nem entre os dez mais. O mais curioso é que o Morgan é pilotado por um banqueiro neófito, o advogado Daniel Goldberg, de 32 anos, que foi um excelente secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça na gestão Márcio Thomaz Bastos.
Governo
50 bilhões a menos
Em relação ao que foi projetado em janeiro, o governo trabalha com uma previsão de queda de 50 bilhões de reais nas receitas da União em 2009. Uma perda de 6% do total previsto, que era de 850 bilhões de reais. Esses números foram apresentados recentemente a Lula.
Economia
Nas asas da Vale
Em maio, pousa no Rio de Janeiro um Global Express estalando de novo para servir à direção da Vale. O jato intercontinental canadense tem capacidade para transportar até vinte passageiros e substituirá um dos aviões que a empresa tem há oito anos. Custou 47 milhões de dólares.
Para esquecer a crise?
Nem tudo vai mal: neste primeiro trimestre, o brasileiro bebeu 5% de cerveja a mais que nos primeiros três meses de 2008.
Poupança
O que querem os deputados
Para mudar o cálculo da poupança, conforme está sendo estudado pela equipe econômica, o governo precisará de autorização do Congresso. Mas, em princípio, ali não terá dificuldades para aprovar as eventuais mudanças. De acordo com uma pesquisa realizada há duas semanas pela Arko Advice com 115 deputados que integram a elite da Câmara (sendo 85 deles da base aliada), 48% responderam que apoiariam o governo. Ou seja, aparentemente a Câmara está dividida, mas na verdade o governo só precisa de uma forcinha para convencer um número pequeno de deputados a mudar o cálculo da poupança, fazendo-a render menos.
Ambiente
Cana polêmica
Uma medida provisória que conta com o apoio irrestrito de Carlos Minc está em estudo há um mês na Casa Civil: é uma lei de zoneamento para o plantio de cana na Amazônia e em parte do Pantanal. O texto prevê que o que já está plantado fica, mas não se pode plantar mais um só pé de cana na região. Reinhold Stephanes, da Agricultura, é contra. O argumento de Minc para (aparentemente) ter convencido Lula e Dilma é o seguinte: se as plantações de cana se espalharem pela Amazônia e pelo Pantanal, o etanol brasileiro poderá acabar sendo demonizado nos EUA e na Europa pelos ambientalistas.
Televisão
Record lança o Fantástico
A Record tem como assumida estratégia seguir os passos da Globo, imitando a programação da emissora líder. Agora, subiu um degrau no jogo de semelhanças: vai lançar em setembro o Esporte Fantástico, que irá ao ar nas manhãs de domingo, no mesmo horário do Esporte Espetacular, da Globo. Chama mais atenção, porém, o título da nova atração da Record – Fantástico é o tradicional nome do programa dominical da Globo. A Record já conseguiu registrar o título do novo programa.
Ana Ottoni/Folha Imagem |
O diretor Barreto: aposta na continuação |
Cinema
Vem aí Dona Flor 2
Bruno Barreto está trabalhando no roteiro para filmar a continuação do maior sucesso de público da história do cinema nacional: Dona Flor e Seus Dois Maridos, que em 1976 levou 10,8 milhões de espectadores aos cinemas. Será obviamente um roteiro original: Jorge Amado não deixou escritas novas aventuras amorosas de Flor. Para interpretar Vadinho, que coube a José Wilker na primeira versão, o preferido é Wagner Moura. Barreto pensa em Selton Mello para o papel de Teodoro, vivido por Mauro Mendonça em 1976. Para encarnar Flor, não se chegou ainda ao nome de uma atriz.
Com Paulo Celso Pereira