Para o ex-pau de arara e ex-líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva, a reunião de cúpula do Grupo dos 20 (G-20) foi uma consagração.
Saiu na foto ao lado da rainha e ouviu do homem mais poderoso do planeta, Barack Obama, coisas como "eu adoro esse cara; ele é boa pinta".
Foi ainda elogiado em público pelo primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, o anfitrião do encontro, e pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy.
Mesmo quando faz afirmações um tanto estranhas, Lula consegue despertar enorme simpatia pela espontaneidade com que atua num mundo carregado de formalidades e de protocolo.
Em 2007, quando da visita do presidente Bush ao Brasil, Lula disse que, nos assuntos comerciais, ele e Bush "ainda não tinham encontrado o ponto G". Na semana passada, quando da visita de Gordon Brown, Lula resvalou para o campo do racismo quando disse que "a crise foi produzida por brancos de olhos azuis". À parte o estranhamento de sisudos jornais ingleses, a frase fez sucesso. Quando, referindo-se à cor da pele, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse que "o presidente Obama estava bronzeado", recebeu uma saraivada de críticas. Mas, quando o presidente Lula afirmou que "Obama parece baiano", acharam engraçado.
Viaja de trem de Paris a Londres, mas despacha o AeroLula vazio para depois levá-lo de volta ao Brasil, e ainda consegue arrancar da imprensa inglesa comentários de que sua atitude é um exemplo de proteção ao meio ambiente.
Quem te viu, quem te vê. O outrora crítico feroz do imperialismo, do jogo capitalista neoliberal e "de tudo o que está aí" agora é um dos 20 que governam o sistema.
Lula está orgulhoso porque conseguiu ser o primeiro presidente brasileiro a emprestar dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), esse organismo controlado pelo Império, contra o qual o próprio Lula já liderou passeatas sob o slogan "Fora FMI". Nada como um dia depois do outro...
Lula pode ter errado muito, mas não errou no principal. Por isso consegue posar para foto ao lado da rainha. Foi o então candidato Lula que, em junho de 2002, assinou a Carta ao Povo Brasileiro, pela qual se comprometeu a, uma vez no governo, fazer o superávit primário necessário para garantir o equilíbrio macroeconômico e a colocar os juros onde fosse para derrubar a inflação.
Foi o presidente Lula que nomeou Antonio Palocci para a Fazenda, de onde pilotou diretrizes de política econômica que nada tinham a ver com os documentos tão definitivos do PT contra a política econômica dos governos anteriores.
Foi novamente o presidente Lula que não deu ouvidos a tanta gente dentro do próprio governo que pregava a derrubada dos juros a canetada e deu força ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na condução da política monetária.
E, a despeito das insistentes críticas dos companheiros de partido e sindicato, dos economistas do PT, de empresários e de metade do Ministério de que "está tudo errado no câmbio", foi também graças à atuação do Banco Central que o presidente Lula pôde mostrar ao mundo seu cacife de US$ 200 bilhões em reservas externas, sem o qual não seria notado como "boa pinta".
Entrevista:O Estado inteligente
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