Até agora, a maioria dos observadores internacionais ou afirmou que ainda não consegue enxergar o fundo do poço da crise ou, então, que a crise se prolongará por alguma coisa entre um e cinco anos.
É claro que houve, também, aqueles que apostaram na recuperação imediata, possivelmente ainda para o segundo semestre deste ano. Mas são minoria e parecem refletir mais aposta do que previsão consistente.
Ontem foi a primeira vez que um importante peso pesado da economia mundial avisou que a virada está próxima, embora não tenha entrado em consideração sobre o que entende como "próxima". Trata-se do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, o comandante da política do euro.
Num intervalo entre as reuniões com os presidentes dos dez mais importantes bancos centrais do mundo, que se realizaram ontem em Basileia, Suíça, Trichet anunciou que "estamos nos aproximando do momento em que poderemos ter uma recuperação". E citou dois elementos que, na avaliação dele, podem provocar a reviravolta: (1) a derrubada dos preços das matérias-primas (commodities) e do petróleo, fator que tende a puxar a produção; e (2) a força de tração da economia colocada em marcha tanto pelo despejo de recursos fiscais como pelas políticas monetárias expansionistas executadas pelos bancos centrais. "Identificamos uma série de elementos na economia global que puxam pelo crescimento" - disse.
Trichet é uma das duas autoridades mais qualificadas do planeta para aferir corretamente a pulsação da economia mundial. A outra, que não se tem pronunciado sobre o tema, é Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos). O gráfico publicado no Confira nos dá uma boa ideia do comportamento dos preços das commodities. As cotações do petróleo atingiram o pico de US$ 145 por barril de 159 litros em Nova York em julho de 2008, mas, de lá para cá, desabaram a US$ 34. Ontem fecharam a US$ 47, ou seja, 68% mais baixas do que no auge da demanda. Não dá para dizer que as cotações das commodities continuam a emperrar a retomada. É o que Trichet procurou enfatizar.
Só o governo dos Estados Unidos já injetou mais de US$ 9 trilhões em recursos dos contribuintes que foram "dados em garantia, comprometidos, emprestados ou gastos pelo governo federal americano em resposta à crise econômica", apontou ontem o Washington Post. E esse é um dispêndio apenas do governo americano. Quantias de diferentes magnitudes foram despejadas por praticamente todos os governos do mundo.
Os juros básicos seguem operando na mesma direção. Estão em torno do zero por cento ao ano nos Estados Unidos e no Japão, a 1,5% na área do euro e a 2,0% na Inglaterra. Trata-se de uma megaoperação fiscal e monetária de resgate coordenado que, mais cedo ou mais tarde, concorrerá para empurrar produção e consumo.
Faltou alguma coisa para que o raciocínio de Trichet fosse absolutamente convincente. E é possível que ontem tenha se empenhado mais em infundir otimismo do que em persuadir. Em todo o caso, ainda que possa ter-se precipitado, é preciso levar Trichet em consideração.
Derrubada - O gráfico mostra o comportamento dos preços das commodities. Preços baixos podem puxar a demanda. Mas os estoques estão no chão e qualquer aumento das compras poderá provocar reação dos preços e frear a recuperação.
Entrevista:O Estado inteligente
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