BRASIL ECONÔMICO - 26/07
A sequência de más notícias na economia brasileira, como o pífio desempenho do PIB, a alta da inflação, as manobras contábeis do governo para fechar suas contas e a falta de credibilidade do Brasil junto aos investidores, atinge especialmente a indústria, que se enfraquece sob os auspícios do PT. A mais nova faceta da situação dramática vivida pelo setor industrial foi desnudada por uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI),que revela queda na produção e no nível de emprego em junho.
De acordo com o levantamento, a produção industrial no país caiu de 51,1 pontos para 46 entre maio e junho. Os dados fazem parte de uma pesquisa cujo índice é medido em uma escala de 0 a 100 pontos, na qual valores acima de 50 significam crescimento em relação ao mês anterior. Em fevereiro, já havia sido registrada uma redução na produção industrial de um mês para outro, com46,1 pontos. O mesmo estudo apontou uma queda no índice que mede a utilização da capacidade instalada na indústria brasileira, que passou de 45,6 pontos em maio para 42,9 em junho, o menor valor do ano.
Pela terceira vez consecutiva, o nível de estoques aumentou em relação ao mês anterior, o que evidencia um desaquecimento da atividade industrial. Diante de um cenário difícil para as empresas, a pesquisa também revelou um recuo no índice de emprego na indústria. De acordo com os dados da CNI, houve queda de 49,5pontos para 48,1 entre maio e junho, e apenas entre as grandes corporações o número de empregos se manteve em relativa estabilidade.
Os números corroboram dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, que apontam a criação de 826 mil empregos no primeiro semestre, o pior desempenho para o período desde o auge da crise financeira internacional, em 2009. Apesar da falácia propagada pelo governo petista de que o Brasil vive realidade quase de "pleno emprego" com uma taxa de desocupação de 6% em junho, de acordo com o IBGE, este índice é bem diferente quando se mede o desemprego nas principais regiões metropolitanas do país, alcançando os dois dígitos. É importante lembrar que existe uma imensa parcela da população que sequer procura trabalho, pois está atrelada a programas como o Bolsa Família.
Outros indicadores mostram que a tese do governo de que a indústria alavancaria a retomada do crescimento em 2013, diante do arrefecimento do setor de serviços, é um desejo irrealizável. Entre janeiro e maio, o setor de máquinas e equipamentos teve queda de 7,6% no faturamento em comparação com o mesmo período de 2012.
O investimento estrangeiro nos cinco primeiros meses do ano foi 47% menor que em 2012, segundo o Banco Central. O Índice de Confiança na Indústria medido pela Fundação Getúlio Vargas caiu 3,6% na prévia de julho, maior revés desde dezembro de 2008. O processo de desindustrialização no país já vem de algum tempo, mas se acentuou durante o governo Lula e teve continuidade com Dilma Rousseff, comprometendo o desempenho econômico do país e condenando milhões de trabalhadores a um futuro incerto.
O Brasil real é sempre mais espinhoso do que o reduto do "pleno emprego "vendido pelo PT na propaganda. Sem uma indústria forte, não há desenvolvimento. E sem desenvolvimento, não há esperança.