Entrevista:O Estado inteligente
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quarta-feira, agosto 10, 2011
Incêndio nos bombeiros Celso Ming
O Estado de S. Paulo - 10/08/2011
O que se passa quando a corporação dos bombeiros pega fogo e nem eles conseguem apagá-lo?
É o que está acontecendo nesta fase da crise global. Em 2008 e 2009, os tesouros dos países ricos saíram em socorro da economia. Redimiram os bancos, injetaram sangue novo em grandes empresas (caso da GM, da Chrysler e de grandes instituições), reduziram os impostos, pagaram mais seguro-desemprego e reforçaram o atendimento à saúde.
A crise, que começou no mercado imobiliário e derrubou os bancos, sepultou os tesouros em montanhas de dívidas. Eles não estão mais em condições de colocar em marcha os chamados programas anticíclicos. As respostas disponíveis para essa encrenca são cortes de despesas, disciplina fiscal, aumento de impostos e redução de salários e aposentadorias. São fórmulas assim que estão saindo das negociações políticas na Europa e nos Estados Unidos.
A aplicação dessa receita produz redução do consumo, recessão e desemprego, não a pretendida recuperação. É esse resultado que exaspera economistas de mentalidade keynesiana, como o Prêmio Nobel (2008) Paul Krugman. Em vez de elevar as despesas públicas, que deveriam financiar a retomada, as políticas de sacrifício aprofundam a crise.
Sobram os bancos centrais, também bombeiros na primeira fase da crise. São fontes de crédito de última instância e podem emitir moeda para garantir liquidez. O Federal Reserve (Fed, o banco central americano), presidido por Ben Bernanke, injetou US$ 1,7 trilhão na primeira fase da crise e mais US$ 900 bilhões em duas operações de recompra de títulos do Tesouro (afrouxamento quantitativo). Ontem, avisou que os juros ficariam no chão por mais dois anos (até, pelo menos, meados de 2013). E mencionou o emprego de "ferramentas disponíveis para promover uma recuperação econômica mais robusta" (veja o Confira).
O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, dirigido pelo francês Jean-Claude Trichet, apesar de mais parcimonioso, já tinha recomprado títulos de Portugal, Irlanda e Grécia e já usou pelo menos 10 bilhões de euros na recompra de títulos de Itália e Espanha - a quantia total dessa operação será anunciada pelo BCE na próxima segunda-feira.
Embora garantam mais liquidez, esses estímulos monetários não têm conseguido reativar a produção e o emprego. A despeito das enormes emissões do Fed, o setor produtivo americano segue semiparalisado e o desemprego cresce. E o BCE também não consegue reverter a crise. No entanto, alguns efeitos colaterais dessas práticas são desastrosos.
As emissões de moeda do Fed estão formando catadupas de dólares nos países emergentes e, ao mesmo tempo, convulsionam os mercados de moeda. Produzem aquilo que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chama de guerra cambial. A nunca vista entrada de moeda estrangeira no câmbio do Brasil é um desses resultados.
Outro efeito previsível de uma nova lassidão dos grandes bancos centrais, não produzido até agora, é a inflação. Caso emitam ainda mais moeda para dar gás às economias, em dado momento ela aparecerá. Depois subirão preços de commodities, especialmente petróleo e alimentos, a um ponto em que será inevitável elevar os juros. E então surgirá um novo obstáculo à recuperação econômica. Enfim, não há saída fácil nem rápida para esta crise.
CONFIRA
A decisão do Fed
O Federal Reserve decepcionou ontem os que esperavam novas operações de recompra de títulos do Tesouro americano. Mas é natural que tenha agido assim. O rebaixamento da dívida dos Estados Unidos não provocou rejeição dos títulos. Ao contrário, atraiu mais interessados por ele. Não faria sentido dar mais mercado para um ativo que passou a ter uma demanda mais forte.
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