Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sábado, agosto 27, 2011
O problema Perry de Bernanke PAUL KRUGMAN
O Estado de S.Paulo
Uso o governador do Texas como símbolo da intimidação política que está matando nossa última esperança de recuperação econômica
No momento em que escrevo isto, investidores de todo o mundo estão ansiosamente à espera do pronunciamento de Ben Bernanke na reunião anual do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em Jackson Hole, Wyoming. Eles querem saber se Bernanke, que é o presidente do Fed, anunciará novas políticas que poderiam tirar a economia americana do que está parecendo, cada vez mais, um estado quase permanente de demanda deprimida e desemprego alto.
Mas eu levarei um susto se Bernanke propuser alguma coisa significativa - isto é, alguma coisa capaz de causar um sério impacto no desemprego ou oferecer algum impulso sério ao crescimento.
Por que não espero muito de Bernanke? Em duas palavras: Rick Perry.
Ok, não pretendo dizer que Perry, o governador do Texas, está pessoalmente bloqueando o caminho de uma política monetária eficaz. Não ainda, pelo menos. Estou usando Perry - que famosamente ameaçou Bernanke com consequências pessoais tétricas se ele der prosseguimento à política monetária expansionista antes da eleição de 2012 - como um símbolo da intimidação política que está matando nossa última esperança de recuperação econômica.
Para entenderem o que estou falando, perguntemos que políticas o Fed realmente deveria estar seguindo neste momento.
Obviamente, a economia americana permanece deprimida, e, em condições normais, poderíamos esperar que o Fed a estimulasse cortando juros. Mas as taxas já estão perto de zero. Então, o que o Fed pode fazer? Bem, em 2000, um economista chamado Ben Bernanke apresentou algumas propostas para uma política no "limite zero". É bem verdade que o estudo estava focado na política do Japão. Mas os EUA estão hoje numa armadilha econômica muito parecida com a do Japão, só que mais grave. Assim é que aprendemos muito ao perguntar por que Ben Bernanke 2011 não está seguindo o conselho de Ben Bernanke 2000.
Naquela época, Bernanke sugeriu que o Banco do Japão poderia colocar a economia do país em movimento com várias políticas não convencionais.
Essas poderiam incluir: compras de dívida do governo de longo prazo; um anúncio de que os juros de curto prazo permaneceriam perto de zero por um longo período; um anúncio de que o banco estava buscando uma inflação moderada, o que estimularia o empréstimo e desencorajaria as pessoas de entesourarem dinheiro; e "uma tentativa de conseguir uma desvalorização substancial do iene".
Estaria Bernanke no caminho certo? Penso que sim - e deveria pensar, já que seu estudo se baseou em parte sobre meu próprio trabalho anterior. Então, por que o Fed não está seguindo a agenda que seu presidente um dia recomendou ao Japão?
A resposta maior passa ao largo da pressão política. No ano passado, o Fed realmente instituiu uma política de comprar dívida de longo prazo, conhecida como "afrouxamento quantitativo". Mas ele enfrentou um tranco político absolutamente desproporcional a seu efeito modesto sobre a economia, culminando na declaração de Perry de que um novo afrouxamento monetário antes da eleição de 2012 seria "quase traiçoeiro", e que se Bernanke fosse em frente e o fizesse, "nós o trataríamos muito mal lá no Texas".
Agora imaginem só a reação se o Fed agisse nas outras e, possivelmente, mais importantes partes daquela agenda de 2000 de Bernanke, mirando uma taxa mais alta de inflação e saudando um dólar mais fraco. Com republicanos proeminentes como o deputado Paul Ryan já denunciando políticas que alegadamente "desvalorizam o dólar", um incêndio político estaria garantido.
Portanto, agora vocês veem por que não espero algum anúncio de política substancial em Jackson Hole. Em 2000, Bernanke acusou o Banco do Japão de sofrer uma "paralisia autoinduzida". Bem, agora o Fed está sofrendo uma paralisia externamente induzida. Aliás, ele tem sido politicamente intimidado a se omitir enquanto a economia estagna. E isso é uma coisa muito, mas muito ruim.
A oposição política aleijou a política fiscal. Em vez de ajudar a criar empregos, o governo está recuando, agindo como um obstáculo à produção e ao emprego. Com o Fed intimidado até a inação, é difícil ver algum fim para o desastre econômico em curso. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
Arquivo do blog
-
▼
2011
(2527)
-
▼
agosto
(223)
- Três espantos - Míriam Leitão
- Muita sede ao pote Dora Kramer
- Agora nem confissão condena malfeitor José Nêumanne
- Cafezinhos e parábolas Roberto Damatta
- Embromação 29 Rolf Kuntz
- Falta de respeito Merval Pereira
- A hora dos juros Celso Ming
- Boa promessa MÍRIAM LEITÃO
- Governo poupa a loteria federal VINICIUS TORRES FR...
- É o novo mix Celso Ming
- Ilegal legitimado Dora Kramer
- A jabuticaba explicada Merval Pereira
- Bom, bonito... e barato? Adriano Pires
- Dize-me com quem andas Paulo Brossard
- Nova liderança no etanol EDITORIAL O ESTADO DE SÃ...
- Democracia e moralidade DENIS LERRER ROSENFIELD
- Não tem nada de mais CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- Adeus à faxineira RICARDO NOBLAT
- Não em nome do Brasil JOSÉ SERRA
- A sustentável leveza dos setentões GAUDÊNCIO TORQUATO
- Noivas em fuga MÍRIAM LEITÃO
- A César o que é de César SERGIO AUGUSTO
- Um programa de oposição radical VINÍCIUS TORRES F...
- Uma experiência radical FERREIRA GULLAR
- Jabuticaba eleitoral MERVAL PEREIRA
- Certos momentos DANUZA LEÃO
- Eles adiam o que a gente faz ALBERTO TAMER
- As voltas que o mundo dá SUELY CALDAS
- Arrumar sótãos e porões LYA LUFT
- Paixão oficial J. R. GUZZO
- O Poderoso Chefão REVISTA VEJA
- A classe média ganha força Celso Ming
- Pé na estrada Dora Kramer
- O problema Perry de Bernanke PAUL KRUGMAN
- A classe média ganha força CELSO MING
- Um erro perigoso MÍRIAM LEITÃO
- A presidente Dilma e o governo-conluio RUBENS FIGU...
- Distorções MERVAL PEREIRA
- Uma mão suja outra Dora Kramer -
- A nova Líbia MÍRIAM LEITÃO
- Faxina agrária XICO GRAZIANO
- Nova postura CELSO MING
- Mais do mesmo MERVAL PEREIRA
- De gestora a faxineira MARCO ANTONIO VILLA
- Ainda não é o fim do capitalismo ANTONIO DELFIM NETTO
- O voo do oligarca FERNANDO DE BARROS E SILVA
- De pipoca e refrigerante ALON FEUERWERKE
- A diversificada tecnologia da corrupção EDITORIAL ...
- Fruta de entressafra Dora Kramer
- O que houve? - Paulo Brossard
- Os sem-iPad LUIZ FELIPE PONDÉ
- Radiografia da corrupção CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- O dilema de Dilma EDITORIAL O Estado de S.Paulo
- O herói e o antagonista-Ruy Fabiano
- Entrevista - Jarbas Vasconcelos:
- Sólido e vulnerável MÍRIAM LEITÃO
- O papel de Dilma MERVAL PEREIRA
- Em time que está ganhando... FERREIRA GULLAR
- Acelera, Dilma DANUZA LEÃO
- Gritos e sussurros na economia VINICIUS TORRES FREIRE
- Jogo de cena FERNANDO DE BARROS E SILVA
- O éden ao lado do inferno Gaudêncio Torquato
- Percepções do Brasil no mundo Celso Lafer
- Dedicação exclusiva a - O Estado de S.Paulo Editorial
- Receita de ex-presidente Ruy Fabiano
- Isso não vai dar muito certo João Ubaldo Ribeiro
- O modelo precisa mudar Suely Caldas
- Brasil pronto para o pior Alberto Tamer
- Remédio duvidoso Celso Ming
- Sem pai nem mãe Dora Kramer
- Economia dita tom político João Bosco Rabello -
- A crise de 2011 é a mais grave de todas LUIZ FELIP...
- Maré vermelha MÍRIAM LEITÃO
- Solução distante CELSO MING
- Seremos algum dia japoneses? RUTH DE AQUINO
- Agricultura tropical e saúde KÁTIA ABREU
- Mobilização MERVAL PEREIRA
- O Planalto, a PF e as prisões escandalosas FÁBIO T...
- Dilmuska FERNANDO DE BARROS E SILVA
- Crise, comida, ferro e petróleo VINICIUS TORRES FR...
- Copa do Mundo, entre laranjas e ONGs FERNANDO GABE...
- Apoios à faxina MERVAL PEREIRA
- Modo crise MÍRIAM LEITÃO
- Para valer? LUIZ GARCIA
- Quem demitiu o ministro? O Estado de S. Paulo-Edit...
- Um toque de pudor Dora Kramer
- Treme-treme Celso Ming
- Turismo de mosca é no lixo Nelson Motta
- A fantasia de ver a crise como solução Rogério L. ...
- ''Corrupção atinge níveis inimagináveis'', dizem d...
- EUA e a crise ANTONIO DELFIM NETTO
- Dilma, a diarista, e sua vassoura VINICIUS TORRES ...
- Verdadeira ameaça MÍRIAM LEITÃO
- Para que trocar o ladrão descoberto pelo incerto? ...
- Sem expectativa Merval Pereira
- Prova dos nove - Dora Kramer
- Pragas da política Rolf Kuntz
- Eurogovernança Celso Ming
- De cabeça para baixo Roberto Damatta
- Os erros argentinos MÍRIAM LEITÃO
-
▼
agosto
(223)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA