REINALDO AZEVEDO:HOMEM DO DINHEIRO NA CUECA É AMIGO DE PETISTAS E JÁ ATUOU EM PROJETO DO PLANALTO. SERIA UMA SINA?
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009 | 6:27
Lembram-se de Alcyr Collaço, o homem que aparece no vídeo guardando dinheiro na cueca? O Estadão dá a sua ficha na edição de hoje. Segue um trecho:
(…)
Com a ficha suja e os negócios prejudicados em São Paulo, Collaço transferiu-se para Brasília em 2003. Veio pelas mãos do petista Marcelo Sereno, ex-membro da Executiva Nacional do PT e assessor da Casa Civil da Presidência na primeira fase do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Collaço também mudou seu ramo de negócios com a compra do jornal. Chegou a integrar o núcleo operacional de um esquema, engendrado no Palácio do Planalto, para montar uma estrutura de poder destinada a durar décadas, com o PT na cabeça. Idealizado pelos ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação), com o qual Collaço se encontrou algumas vezes, o esquema incluía a construção de uma rede nacional de comunicação, integrada por mídias regionais, financiadas por recursos captados junto a fundos de pensão, entre outras fontes.
Pouco antes de cair em desgraça, Collaço chegou a integrar a diretoria da Bolsa Mercantil e de Futuros de São Paulo. Num primeiro momento, ele atuou na captação de recursos do fundo de pensão Portus, para o qual chegou a indicar diretores. Foi o que levantou a subcomissão de fundos de pensão da CPI dos Correios. “Apurei que ele atuava sob as ordens do Marcelo Sereno, que admitiu ser seu amigo de longa data”, disse o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), relator da subcomissão.
O ESTADO DE S PAULO
Flagrado com dinheiro na cueca é suspeito de golpe
Empresário Alcyr Collaço é alvo de processo por suposto crime financeiro que provocou prejuízos de cerca de US$ 10 milhões ao banco Santander
Vannildo Mendes, BRASÍLIA
Segundo dados levantados pela Inteligência da Polícia Federal, no curso da operação Caixa de Pandora, que desmantelou o propinoduto do DEM do Distrito Federal, Collaço era dono da corretora Ipanema, envolvida em fraudes que deram prejuízo de mais de US$ 10 milhões ao banco Santander, em 2001. Ele chegou a ter prisão decretada e ficou foragido por quatro meses. A prisão acabou revogada, mas o processo continua e só espera a sentença.
Por meio da assessoria, o Santander confirmou o golpe, mas disse que não comenta detalhes, porque o processo "ainda está sub judice".
Procurado nos seus endereços residencial e de trabalho, Collaço não foi localizado. Ele deixou com a secretária, no escritório do seu jornal, "Tribuna do Brasil", a informação de que está em São Paulo cuidando de assuntos particulares e que não comentaria, por enquanto, as denúncias que o tornaram personagem da Caixa de Pandora.
Com a ficha suja e os negócios prejudicados em São Paulo, Collaço transferiu-se para Brasília em 2003. Veio pelas mãos do petista Marcelo Sereno, ex-membro da Executiva Nacional do PT e assessor da Casa Civil da Presidência na primeira fase do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Collaço também mudou seu ramo de negócios com a compra do jornal. Chegou a integrar o núcleo operacional de um esquema, engendrado no Palácio do Planalto, para montar uma estrutura de poder destinada a durar décadas, com o PT na cabeça. Idealizado pelos ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação), com o qual Collaço se encontrou algumas vezes, o esquema incluía a construção de uma rede nacional de comunicação, integrada por mídias regionais, financiadas por recursos captados junto a fundos de pensão, entre outras fontes.
Pouco antes de cair em desgraça, Collaço chegou a integrar a diretoria da Bolsa Mercantil e de Futuros de São Paulo. Num primeiro momento, ele atuou na captação de recursos do fundo de pensão Portus, para o qual chegou a indicar diretores. Foi o que levantou a subcomissão de fundos de pensão da CPI dos Correios. "Apurei que ele atuava sob as ordens do Marcelo Sereno, que admitiu ser seu amigo de longa data", disse o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), relator da subcomissão.
O fundo Portus é mantido por 13 companhias Docas dos Estados, entre elas a do porto de Santos. Segundo ACM Neto, Collaço, além de indicar diretores, influenciou em negócios que deram prejuízos ao fundo.
A PF informou que Collaço é investigado como suspeito de ser um dos operadores do esquema do governo do Distrito Federal. Além de receber sua fatia, ele atuava como agente de repasse de recursos ao PPS, partido que integrava a base do governo Arruda, e em um esquema de blindagem do governador na mídia.