O Estado de S. Paulo - 24/12/2009 O consumidor, quase sempre tão contido ao sacar seu cartão de crédito, chega ao final do ano mais disposto a extravagâncias. E o comércio comemora.
Mas os festejos não se restringem aos segmentos em que se ouve o tilintar das máquinas registradoras. O comércio eletrônico (vendas no varejo pela internet) também tem o que comemorar. Apenas entre 15 de novembro e 24 de dezembro, as lojas virtuais que operam no País devem ter movimentado perto de R$ 1,6 bilhão, crescimento de 30% sobre o mesmo período do ano passado, como aponta a consultoria e-bit.
Apesar do avanço, o Brasil ainda está longe da maturidade no comércio pela internet. O faturamento deve atingir neste ano R$ 10,5 bilhões (cerca de US$ 6,0 bilhões). Nos Estados Unidos, de acordo com sensores da eMarketer, que acompanha o setor, as vendas pela internet devem ter ultrapassado em 2009 a altura dos US$ 128,2 bilhões, 3,1% menos do que em 2008.
Para o especialista em Varejo pelo E-commerce da Escola Superior de Propaganda e Marketing, Pedro Waengertner, o segmento ainda enfrenta certa resistência do consumidor, que teme pela falta de segurança da operação. São os riscos de clonagem do cartão de crédito ou de não receber o produto adquirido.
Mas ele observa que as compras pela internet são tão seguras quanto as feitas diretamente nas lojas. Pequenas empresas que não têm condições de operar o sistema podem receber os pagamentos das compras feitas em seus sites por meio de grandes empresas especializadas.
A barreira maior talvez esteja na excessiva concentração do mercado, que pouco ajuda na disseminação do serviço. No Brasil, são cerca de 50 as empresas que dominam o setor. Elas vendem principalmente produtos eletrônicos, livros, CDs, DVDs e artigos de saúde e beleza.
A incorporação da Casas Bahia pelo Grupo Pão de Açúcar é mais um fator de concentração. O conglomerado projeta vendas anuais pela internet de R$ 2 bilhões. Waengertner vê como promissora a entrada de pequenas empresas na atividade.
Opinião diferente tem o coordenador do Núcleo de Tecnologia da Informação e Comércio Eletrônico da FGV-SP, Alberto Luiz Albertin. Para ele, a resistência do consumidor não é obstáculo importante para o desenvolvimento do setor. O brasileiro já opera suas finanças pessoais com os bancos por meio da internet, sem fazer questionamentos relevantes sobre a segurança na execução dos serviços.
Albertin entende que as transações eletrônicas abrangem bem mais do que o comércio varejista propriamente dito. Incluem vendas de veículos e de passagens aéreas e prestações de serviços. "Por esse conceito mais abrangente, 25% das transações do varejo brasileiro já são fechadas pela internet."
Apenas 5,8% dos brasileiros têm hoje acesso à banda larga e só 23,8% das residências utilizam a internet - banda larga ou não -, como indica a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Mas há novidades à vista. A implantação do Plano Nacional de Banda Larga, que pretende atender 80% dos municípios brasileiros, poderá mudar tudo. Se der certo, será o pulo do gato no mercado eletrônico.
O consumidor, quase sempre tão contido ao sacar seu cartão de crédito, chega ao final do ano mais disposto a extravagâncias. E o comércio comemora.
Mas os festejos não se restringem aos segmentos em que se ouve o tilintar das máquinas registradoras. O comércio eletrônico (vendas no varejo pela internet) também tem o que comemorar. Apenas entre 15 de novembro e 24 de dezembro, as lojas virtuais que operam no País devem ter movimentado perto de R$ 1,6 bilhão, crescimento de 30% sobre o mesmo período do ano passado, como aponta a consultoria e-bit.
Apesar do avanço, o Brasil ainda está longe da maturidade no comércio pela internet. O faturamento deve atingir neste ano R$ 10,5 bilhões (cerca de US$ 6,0 bilhões). Nos Estados Unidos, de acordo com sensores da eMarketer, que acompanha o setor, as vendas pela internet devem ter ultrapassado em 2009 a altura dos US$ 128,2 bilhões, 3,1% menos do que em 2008.
Para o especialista em Varejo pelo E-commerce da Escola Superior de Propaganda e Marketing, Pedro Waengertner, o segmento ainda enfrenta certa resistência do consumidor, que teme pela falta de segurança da operação. São os riscos de clonagem do cartão de crédito ou de não receber o produto adquirido.
Mas ele observa que as compras pela internet são tão seguras quanto as feitas diretamente nas lojas. Pequenas empresas que não têm condições de operar o sistema podem receber os pagamentos das compras feitas em seus sites por meio de grandes empresas especializadas.
A barreira maior talvez esteja na excessiva concentração do mercado, que pouco ajuda na disseminação do serviço. No Brasil, são cerca de 50 as empresas que dominam o setor. Elas vendem principalmente produtos eletrônicos, livros, CDs, DVDs e artigos de saúde e beleza.
A incorporação da Casas Bahia pelo Grupo Pão de Açúcar é mais um fator de concentração. O conglomerado projeta vendas anuais pela internet de R$ 2 bilhões. Waengertner vê como promissora a entrada de pequenas empresas na atividade.
Opinião diferente tem o coordenador do Núcleo de Tecnologia da Informação e Comércio Eletrônico da FGV-SP, Alberto Luiz Albertin. Para ele, a resistência do consumidor não é obstáculo importante para o desenvolvimento do setor. O brasileiro já opera suas finanças pessoais com os bancos por meio da internet, sem fazer questionamentos relevantes sobre a segurança na execução dos serviços.
Albertin entende que as transações eletrônicas abrangem bem mais do que o comércio varejista propriamente dito. Incluem vendas de veículos e de passagens aéreas e prestações de serviços. "Por esse conceito mais abrangente, 25% das transações do varejo brasileiro já são fechadas pela internet."
Apenas 5,8% dos brasileiros têm hoje acesso à banda larga e só 23,8% das residências utilizam a internet - banda larga ou não -, como indica a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Mas há novidades à vista. A implantação do Plano Nacional de Banda Larga, que pretende atender 80% dos municípios brasileiros, poderá mudar tudo. Se der certo, será o pulo do gato no mercado eletrônico.