Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
sábado, novembro 03, 2012
Falhas de comunicação - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 03\11
Durante muito tempo, os economistas repetiram que os bancos centrais lidam com enormes problemas, como juros, câmbio, nível de emprego, atividade econômica, operando uma única alavanca: a da política monetária.
Política monetária nada mais é do que a calibragem do volume de moeda na economia, que qualquer banco central faz por meio da compra e venda de títulos públicos. Se os vende, está retirando moeda em volume equivalente ao que é pago pelo mercado pela aquisição desses títulos. Se, ao contrário, compra títulos, injeta moeda.
Um tanto simplificadamente, o volume de moeda no mercado é determinado pelo seu preço, os juros. Quando puxa os juros para cima, um banco central retira dinheiro do mercado (reduz sua oferta) até o nível dos juros pretendidos; se quer derrubar os juros, tem de baixar seu preço, tem de aumentar o volume de moeda na economia. Como quase sempre é o volume de moeda na economia que determina o preço de mercadorias e serviços, a política monetária é o principal instrumento de controle da inflação. Daí o regime de metas de inflação.
O professor Delfim Netto lembrou em sua coluna de terça-feira no Valor Econômico que não é verdade que um banco central opere apenas a política monetária. Conta ainda com outro poderoso instrumento: a comunicação do que pretende. Se goza de credibilidade, basta manifestar o que deseja para que toda a economia aja de acordo.
Um dos mais reconhecidos especialistas em política monetária, o atual presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, alguns anos antes de assumir seu cargo, dizia que um banco central deve atuar como patrão de um barco a remo. Fica à proa e canta a direção, o ritmo e a força das remadas. Quanto mais integrados forem patrão e remadores, mais eficiente será a condução do barco - ou, no caso, mais eficiente será a política de juros.
Completados quase dois anos da política monetária desta diretoria do Banco Central do Brasil, conduzida pelo economista Alexandre Tombini, pode-se dizer que tem alguma coisa errada aí. Não deixa claro o que quer e não gosta de abrir o jogo sobre as eventuais mudanças de ritmo e de política.
Tudo seria mais claro e mais eficiente se viesse a público dizer que a crise global e o comportamento experimentalista dos grandes bancos centrais obrigam o Banco Central do Brasil a se desviar, ao menos temporariamente, das práticas-padrão de política monetária.
A vantagem desse comportamento seria aproveitar o desaparecimento quase completo da inflação no mercado global e a enorme liquidez dos mercados financeiros, para derrubar os juros básicos (Selic) no Brasil a níveis nunca antes conseguidos. Seria, também, a justificativa pela qual não persegue mais o centro da meta de inflação em cada ano calendário, mesmo que para isso fosse necessário ser alguma coisa mais tolerante com a inflação.
O Banco Central poderia jogar mais limpo com as pessoas e com a sociedade se avisasse que aquela antiga política de câmbio, que tinha por objetivo neutralizar excessiva volatilidade, deu lugar a outra, que gera cotação quase fixa da moeda estrangeira em torno dos R$ 2 por dólar, para dar mais competitividade à indústria.
Enfim, enorme gasto de energia poderia ser evitado se o Banco Central levasse a sério o uso mais adequado do seu outro instrumento de trabalho, a comunicação.
Arquivo do blog
-
▼
2012
(2586)
-
▼
novembro
(124)
- Comédia de erros nos royalties dopetroleo Maílson ...
- Mais alto o coqueiro - DORA KRAMER
- Boa oportunidade - MERVAL PEREIRA
- Sereias lusitanas - NELSON MOTTA
- De onde menos se espera - MIRIAM LEITÃO
- Joelmir - CELSO MING
- Deixando 2012 para trás - LUIZ CARLOS MENDONÇA DE ...
- 26/11/12
- MERVAL PEREIRA O Rio protesta
- Itaparica outra vez na vanguarda. ,.JOÃO UBALDO RI...
- Estilos - MERVAL PEREIRA
- O mensalão e a economia - JOSEF BARAT
- Mais um super-herói social - GUILHERME FIÚZA
- As bandas do câmbio - CELSO MING
- Real fraco tem seu preço - MIRIAM LEITÃO
- O número mágico - RUY CASTRO
- As bandas do câmbio Celso Ming
- Nossos preços de cada dia - MIRIAM LEITÃO
- Missão cumprida - DORA KRAMER
- Sem confrontos diretos - MERVAL PEREIRA
- Dizimação e outras coisas - CELSO MING
- O desastre carcerário brasileiro - ROBERTO FREIRE
- Os donos da bola - NELSON MOTTA
- Reflexões na porta de cadeia - FERNANDO GABEIRA
- CLAUDIO HUMBERTO
- O triste fim da CPI do talião - EDITORIAL O ESTADÃO
- China vai crescer - ALBERTO TAMER
- O caixa da Petrobrás - CELSO MING
- Pizza famiglia - MERVAL PEREIRA
- A farsa da comissão - DORA KRAMER
- Uma estátua para Dirceu - ROGÉRIO GENTILE
- Os inocentes Dirceu e Genoino - ALOÍSIO DE TOLEDO ...
- A segurança e a força - DEMÉTRIO MAGNOLI
- Segurar para não cair - MIRIAM LEITÃO
- Impostos na nota fiscal - ilusão e custos - MAÍLSO...
- Nota de esclarecimento da revista VEJA - EDITORIAL...
- Exportação primária - MIRIAM LEITÃO
- E os investimentos? - CELSO MING
- Misericórdia, sim, mas só para companheiros? - JOS...
- Os crimes - MERVAL PEREIRA
- Luz e sombra - DORA KRAMER
- Medida Provisória 579: uma guinada de 360° - ELENA...
- O ajuste adiado - CELSO MING
- Um juiz na História - MERVAL PEREIRA
- Inversão de valor - DORA KRAMER
- Apagão da Eletrobras - MÍRIAM LEITÃO
- Petrobras e Eletrobras, as "vilãs" da bolsa - ANDR...
- Felizes, mas muito pobrinhos - CLOVIS ROSSI
- Vergonha - DANUZA LEÃO
- Britto, um homem de bem com a vida - ELIO GASPARI
- O nó da Espanha - Míriam Leitão
- Merval Pereira Deuses e Demônios
- Suely Caldas. A metamorfose que a oposição não viu
- Dora Kramer Algodão entre cristais
- Celso Ming Sem proposta
- Zona de euro em recessão Alberto Tamer
- João Ubaldo Ribeiro Aflições noturnas
- Enfrentando a realidade - ADRIANO PIRES e ABEL HOLTZ
- Duas medidas - MERVAL PEREIRA
- O tamanho do impasse - MIRIAM LEITÃO
- Compensações do câmbio - CELSO MING
- O desafio - AMIR KHAIR
- A 'piada de salão' pelo mundo - ROBERTO FREIRE
- Um passado para vender - RUY CASTRO
- Visão autoritária Merval Pereira
- Proust e o Google - NELSON MOTTA
- Eurorrecessão - CELSO MING
- Duplo mergulho - MIRIAM LEITÃO
- O último medo do ano - LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS
- Pesos e medidas - DORA KRAMER
- PIB em banho-maria - MÍRIAM LEITÃO
- Mais um recuo - CELSO MING
- Causa própria - DORA KRAMER
- Fugindo da cadeia - MERVAL PEREIRA
- Quem perde sai da frente - ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
- A saída é a infraestrutura, mas... - MAÍLSON DA NÓ...
- Parada gay, cabra e espinafre - J. R. GUZZO
- Por que prívatizar a Petrobras - RODRIGO CONSTANTINO
- País precisa se livrar do fantasma dos apagões - O...
- Celso Ming A classe média vai ao paraíso
- João Ubaldo Grave crise existencial
- Dora Kramer Mão na massa
- O misterioso segundo - MIRIAM LEITÃO
- Avanços democráticos - MERVAL PEREIRA
- Divididos pelos royalties - CELSO MING
- Rigor contra corrupção - MERVAL PEREIRA
- Todo cuidado é pouco - DORA KRAMER
- A conta do ajuste - CELSO MING
- O Brasil que sai das urnas - FERNANDO GABEIRA
- Gargalhadas vingadoras - NELSON MOTTA
- Bill Clinton merece os aplausos - CARLOS ALBERTO S...
- O bom do Tio Sam - DORA KRAMER
- A cor do gato - DEMÉTRIO MAGNOLI
- A mão pesada de Barbosa - MERVAL PEREIRA
- Agora, enfrentar a economia - MIRIAM LEITÃO
- Agora, enfrentar a economia - MIRIAM LEITÃO
- O tamanho do abismo - CELSO MING
- Nome a zelar - DORA KRAMER
- Com quem será? - CELSO MING
- Chance do segundo mandato - MIRIAM LEITÃO
-
▼
novembro
(124)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA