FOLHA DE S PAULO
Ações de bancos europeus entram na grande xepa que há tempo também derruba seus colegas nos EUA
O QUE SE PASSA? Além do medo vago de uma recessão enorme, ninguém parece saber nada. Um sujeito que sabe das coisas, vive no topo do mundo e em geral é franco, Mohamed El-Erian diz que ninguém sabe nada, por isso o medo, por isso a liquidação geral nos mercados.
El-Erian é o presidente (CEO) e coexecutivo-chefe de investimentos (CIO) da Pimco, a maior investidora em renda fixa do mundo. Em entrevista à TV Bloomberg, na tarde de ontem, ele dizia o seguinte: "O mercado passa por [um momento de] volatilidade maciça. Não surpreende, pois estamos em mares nunca dantes navegados ["uncharted waters"] no que diz respeito à economia, às políticas [econômicas] e, portanto, aos mercados".
Então agora a França pode perder a nota máxima de investimento. Então, "as Bolsas mergulham com a volta das preocupações com a Europa", como dizia a manchete da noite de ontem da edição on-line do diário econômico britânico "Financial Times". Essas seriam as novidades. Novidades?
"Volta" da preocupação com a Europa? Por que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, encurtou as férias para uma reunião de emergência de seu governo? Francamente. Que o Titanic europeu tem passado raspando por um monte de icebergs não é novidade nenhuma.
Desde segunda-feira, o Banco Central Europeu mantém as imunodeprimidas Itália e Espanha numa bolha de plástico, isoladas dos vírus dos mercados, por meio da compra de dívida dos dois países.
O BCE espera que, até setembro, entre em funcionamento o fundo ampliado para salvar governos europeus da quebra. Mas há dúvida geral sobre se haverá botes para salvar tanta gente do naufrágio (dinheiro para cobrir tanto governo quase falido) -ou se a Alemanha vai concordar em fornecer os botes. Isso é sabido faz semanas. O resto é especulação insana além da conta, como a de agora, com a França.
Decerto calotes de governos feririam de morte bancos europeus, que viram suas ações despencar ontem.
Na França, o Société Générale caiu 14,7%. O BNP, 9,5%. O Crédit Agricole, 11,8%. Na Itália, o Monte dei Paschi caiu 9,8%. O Unicredit, 9,4%. O Intesa, 13,7%. Na Espanha, queda de 8,3% para o Santander.
Ruim? É. Mas nos EUA prosseguia também ontem a grande e nova liquidação das ações dos grandes bancos. O Bank of America caiu 10,9%.
O Citi, 10,5%. O Wells Fargo, 7,7%. Até o Goldman Sachs, que continua muito longe de ser um banco comercial, caiu 10,1%.
Mesmo que ninguém saiba nada nesta carnificina insana de valores e de análises racionais, parece que se suspeita de algo podre nos bancos -ao menos, o rumor pegou.
Os bancos americanos agora têm muito menos negócios exóticos e alavancados. Têm, pois, de viver mais de empréstimos. Mas os juros estão baixíssimos e o apetite por crédito não vai melhor -vai diminuir mais, numa recessão. Seria apenas isso? Talvez. Ainda há especialista no assunto para quem os bancões americanos têm pouco capital e ainda muito negócio podre na caixinha.
Verdade? Por ora, não há registro de dificuldade de financiamento dos bancos americanos (na Europa, isso já ocorre). Apenas rumores, porém, podem arrebentar a saúde de bancos. Rumores, rumores e "psicologia de manada". É isso.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2011
(2527)
-
▼
agosto
(223)
- Três espantos - Míriam Leitão
- Muita sede ao pote Dora Kramer
- Agora nem confissão condena malfeitor José Nêumanne
- Cafezinhos e parábolas Roberto Damatta
- Embromação 29 Rolf Kuntz
- Falta de respeito Merval Pereira
- A hora dos juros Celso Ming
- Boa promessa MÍRIAM LEITÃO
- Governo poupa a loteria federal VINICIUS TORRES FR...
- É o novo mix Celso Ming
- Ilegal legitimado Dora Kramer
- A jabuticaba explicada Merval Pereira
- Bom, bonito... e barato? Adriano Pires
- Dize-me com quem andas Paulo Brossard
- Nova liderança no etanol EDITORIAL O ESTADO DE SÃ...
- Democracia e moralidade DENIS LERRER ROSENFIELD
- Não tem nada de mais CARLOS ALBERTO SARDENBERG
- Adeus à faxineira RICARDO NOBLAT
- Não em nome do Brasil JOSÉ SERRA
- A sustentável leveza dos setentões GAUDÊNCIO TORQUATO
- Noivas em fuga MÍRIAM LEITÃO
- A César o que é de César SERGIO AUGUSTO
- Um programa de oposição radical VINÍCIUS TORRES F...
- Uma experiência radical FERREIRA GULLAR
- Jabuticaba eleitoral MERVAL PEREIRA
- Certos momentos DANUZA LEÃO
- Eles adiam o que a gente faz ALBERTO TAMER
- As voltas que o mundo dá SUELY CALDAS
- Arrumar sótãos e porões LYA LUFT
- Paixão oficial J. R. GUZZO
- O Poderoso Chefão REVISTA VEJA
- A classe média ganha força Celso Ming
- Pé na estrada Dora Kramer
- O problema Perry de Bernanke PAUL KRUGMAN
- A classe média ganha força CELSO MING
- Um erro perigoso MÍRIAM LEITÃO
- A presidente Dilma e o governo-conluio RUBENS FIGU...
- Distorções MERVAL PEREIRA
- Uma mão suja outra Dora Kramer -
- A nova Líbia MÍRIAM LEITÃO
- Faxina agrária XICO GRAZIANO
- Nova postura CELSO MING
- Mais do mesmo MERVAL PEREIRA
- De gestora a faxineira MARCO ANTONIO VILLA
- Ainda não é o fim do capitalismo ANTONIO DELFIM NETTO
- O voo do oligarca FERNANDO DE BARROS E SILVA
- De pipoca e refrigerante ALON FEUERWERKE
- A diversificada tecnologia da corrupção EDITORIAL ...
- Fruta de entressafra Dora Kramer
- O que houve? - Paulo Brossard
- Os sem-iPad LUIZ FELIPE PONDÉ
- Radiografia da corrupção CARLOS ALBERTO DI FRANCO
- O dilema de Dilma EDITORIAL O Estado de S.Paulo
- O herói e o antagonista-Ruy Fabiano
- Entrevista - Jarbas Vasconcelos:
- Sólido e vulnerável MÍRIAM LEITÃO
- O papel de Dilma MERVAL PEREIRA
- Em time que está ganhando... FERREIRA GULLAR
- Acelera, Dilma DANUZA LEÃO
- Gritos e sussurros na economia VINICIUS TORRES FREIRE
- Jogo de cena FERNANDO DE BARROS E SILVA
- O éden ao lado do inferno Gaudêncio Torquato
- Percepções do Brasil no mundo Celso Lafer
- Dedicação exclusiva a - O Estado de S.Paulo Editorial
- Receita de ex-presidente Ruy Fabiano
- Isso não vai dar muito certo João Ubaldo Ribeiro
- O modelo precisa mudar Suely Caldas
- Brasil pronto para o pior Alberto Tamer
- Remédio duvidoso Celso Ming
- Sem pai nem mãe Dora Kramer
- Economia dita tom político João Bosco Rabello -
- A crise de 2011 é a mais grave de todas LUIZ FELIP...
- Maré vermelha MÍRIAM LEITÃO
- Solução distante CELSO MING
- Seremos algum dia japoneses? RUTH DE AQUINO
- Agricultura tropical e saúde KÁTIA ABREU
- Mobilização MERVAL PEREIRA
- O Planalto, a PF e as prisões escandalosas FÁBIO T...
- Dilmuska FERNANDO DE BARROS E SILVA
- Crise, comida, ferro e petróleo VINICIUS TORRES FR...
- Copa do Mundo, entre laranjas e ONGs FERNANDO GABE...
- Apoios à faxina MERVAL PEREIRA
- Modo crise MÍRIAM LEITÃO
- Para valer? LUIZ GARCIA
- Quem demitiu o ministro? O Estado de S. Paulo-Edit...
- Um toque de pudor Dora Kramer
- Treme-treme Celso Ming
- Turismo de mosca é no lixo Nelson Motta
- A fantasia de ver a crise como solução Rogério L. ...
- ''Corrupção atinge níveis inimagináveis'', dizem d...
- EUA e a crise ANTONIO DELFIM NETTO
- Dilma, a diarista, e sua vassoura VINICIUS TORRES ...
- Verdadeira ameaça MÍRIAM LEITÃO
- Para que trocar o ladrão descoberto pelo incerto? ...
- Sem expectativa Merval Pereira
- Prova dos nove - Dora Kramer
- Pragas da política Rolf Kuntz
- Eurogovernança Celso Ming
- De cabeça para baixo Roberto Damatta
- Os erros argentinos MÍRIAM LEITÃO
-
▼
agosto
(223)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA