O ESTADO DE S. PAULO
Prematuramente ou não, as autoridades dos países ricos começam a discutir a estratégia de saída da crise financeira internacional.
Este foi o tema central dos debates dos ministros de Finanças do Grupo dos Oito (G-8 - Grupo dos 7 mais a Rússia), que se reuniram sábado na cidade de Lecce, na Itália. Até agora, houve mais divergência do que convergência entre as autoridades da área na definição de políticas de enfrentamento da crise e na busca de uma saída não seria muito diferente.
Como das outras vezes, há os países mais preocupados com o potencial inflacionário apresentado pela grande profusão de recursos estatais colocados à disposição do mercado, como é o caso notório da Alemanha e do Canadá. E há os mais preocupados em consolidar o combate à crise e garantir a recuperação da atividade econômica, como Estados Unidos, Inglaterra e França.
A Alemanha da chanceler Angela Merkel, por exemplo, entende que as condições que deram origem às bolhas e à atual crise não só estão postas, mas até mesmo foram reforçadas.
Como se sabe, muitos diagnósticos apontam como início de tudo a superabundância de liquidez que se seguiu à fixação de juros em torno de 1% ao ano praticados pelo banco central americano, o Federal Reserve (Fed), por 21 meses, em 2002/2004. E agora, além da injeção de US$ 2 bilhões pelo Fed para desbloquear o crédito, há pacotes fiscais de ao menos outros US$ 2 trilhões emitidos pelos Tesouros dos países centrais destinados a socorrer bancos e empresas quebradas.
E há os traumatizados com o aprofundamento da recessão. Apesar das posições contrárias de Angela Merkel, é a Europa que parece mais ameaçada pela paradeira e pelo desemprego. A ajuda automática dos Tesouros (seguro desemprego) é temporária e não há sinais firmes de recuperação do setor produtivo. Inglaterra, Espanha, Itália e França correm mais riscos. E muitos bancos europeus têm suas contas comprometidas com financiamentos de baixa qualidade com empresas do Leste Europeu.
Diante da falta de consenso, o texto do documento emitido pelas autoridades do G-8, lideradas pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner, foi centralizado no pedido para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) examinasse as condições para a tal estratégia de saída. Entre os problemas do momento estão a falta de reformas que matam na origem as novas bolhas e os enormes desequilíbrios globais de pagamento, principalmente entre os Estados Unidos e os países emergentes, especialmente a China.
Uma estratégia de saída deve enfrentar outros três problemas. O primeiro é o de agir sem criar mais complicação. Os ânimos continuam tão exaltados que o simples anúncio de que os bancos centrais começarão a enxugar o excesso de moeda poderá empurrar a carga para o outro lado do navio e desequilibrá-lo. Portanto, será preciso preparar os mercados para a operação. Além disso, as economias dos países centrais se encontram em estágios diferentes uns dos outros. A situação da Europa, como foi dito, parece mais complicada do que a dos Estados Unidos. Isso dificulta a coordenação de políticas. E é necessário coordenar políticas monetárias (políticas de juros) com políticas fiscais (derrubada dos déficits orçamentários). São tarefas de grande complexidade que o FMI não parece preparado para cumprir.
Confira
Vem aí - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner, anunciou que prepara reforma do sistema de supervisão dos bancos americanos.
Supervisão bancária é o sistema que se encarrega da fiscalização e das operações de empréstimo de última instância aos bancos. No resto do mundo, essa função é dos bancos centrais. Nos Estados Unidos é feita por dezenas de agências, com jurisdição apenas local.
A reforma do sistema de supervisão bancária é o reconhecimento de que o Federal Reserve (Fed) não tinha mandato para agir contra atuações irresponsáveis dos bancos.
Entrevista:O Estado inteligente
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