fim do semestre e início das férias escolares, na próxima semana, deram à minoria de professores, servidores e alunos que está por trás da greve da Universidade de São Paulo (USP) o pretexto de que precisavam para justificar o fracasso de seu movimento. Os grevistas alegam que o recesso de julho esvaziará o protesto. Na realidade, a greve esteve desde o começo esvaziada, como ficou evidenciado mais uma vez pelo número de pessoas que atenderam à convocação das lideranças sindicais para comparecer a um ato programado na última quinta-feira, em frente à Assembleia Legislativa.
Do total de 5 mil professores, 15 mil funcionários e 86 mil alunos da instituição, só 20 compareceram ao comício. Algo semelhante ocorreu no campus da Cidade Universitária, onde faltam grevistas até para fazer os tradicionais piquetes em frente ao prédio da Reitoria. O maior dos atos de protesto marcados pelo Diretório Central dos Estudantes e pelos sindicatos de docentes e funcionários - uma passeata entre os prédios da Faculdade de Economia e Administração (FEA) e da Escola Politécnica - só reuniu 200 pessoas.
Apesar do espaço desproporcional que lhe foi dado pela imprensa, por causa da presença da Polícia Militar (PM) na Cidade Universitária, a greve em momento algum paralisou a USP. Até no dia e hora em que o professor Antonio Candido deu uma "aula" na qual propôs aos grevistas que "atuem e exagerem", tanto na capital como no interior as dezenas de unidades da instituição funcionaram normalmente. Na biblioteca da Faculdade de Medicina, por exemplo, a lotação estava quase esgotada. Enquanto na frente da Reitoria o líder dos servidores classificava a greve como "arma histórica dos trabalhadores", os alunos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, do Instituto de Física, do Instituto de Matemática e Estatística, do Instituto de Química, do Instituto de Ciências Biomédicas, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e da FEA assistiam às aulas e faziam provas - como mostrou reportagem do Estado publicada no dia seguinte.
Desde o início do movimento, fora do campus da Cidade Universitária, o calendário de defesas de dissertação de mestrado e tese de doutorado da Faculdade de Direito foi mantido. Nos campi de Ribeirão Preto, Pirassununga e Bauru, as atividades acadêmicas transcorreram normalmente. A rigor, só nos bandejões e creches, na Faculdade de Educação e em alguns departamentos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) é que alunos, professores e servidores cruzaram os braços.
Isso mostra a falta de legitimidade das entidades sindicais que, vinculadas a facções radicais, tentam se apresentar como porta-vozes da "comunidade uspiana" e defensores de teses libertárias. Além das reivindicações salariais, essa minoria exige a "democratização" da USP - uma proposta absurda, que diminuiria o poder dos professores titulares, permitindo a grupos sem representatividade influir nos destinos da maior instituição de ensino superior da América Latina. "Democratizar a Universidade" é apenas um pretexto para substituir o princípio do mérito pelo "participacionismo" e pelo corporativismo.
Basta ver, nesse sentido, as outras reivindicações dos grevistas. Eles querem a efetivação de servidores contratados sem concurso. E, sob a justificativa de defender o "ensino presencial", opõem-se à aprovação do projeto de criação da Universidade Virtual do Estado de São Paulo, cuja finalidade é oferecer formação superior aos segmentos mais desfavorecidos da população, por meio de cursos a distância. Além disso, sem trabalhar há 50 dias, os grevistas já cogitam de incluir na pauta de "negociações" com a Reitoria o pagamento pelos dias não trabalhados, em troca das desmoralizadas "compensações".
Ao analisar a greve em artigo publicado no Estado, um dos mais respeitados professores da USP, José Arthur Giannotti, depois de criticar as "arruaças intimidatórias" da minoria grevista, lembrou uma lição que não pode ser esquecida. A "voz libertária dos porta-bandeiras" que pedem a democratização da Universidade e criticam a presença da PM para assegurar a ordem pública na Cidade Universitária "está associada à violência dos protofascistas", afirmou.
Do total de 5 mil professores, 15 mil funcionários e 86 mil alunos da instituição, só 20 compareceram ao comício. Algo semelhante ocorreu no campus da Cidade Universitária, onde faltam grevistas até para fazer os tradicionais piquetes em frente ao prédio da Reitoria. O maior dos atos de protesto marcados pelo Diretório Central dos Estudantes e pelos sindicatos de docentes e funcionários - uma passeata entre os prédios da Faculdade de Economia e Administração (FEA) e da Escola Politécnica - só reuniu 200 pessoas.
Apesar do espaço desproporcional que lhe foi dado pela imprensa, por causa da presença da Polícia Militar (PM) na Cidade Universitária, a greve em momento algum paralisou a USP. Até no dia e hora em que o professor Antonio Candido deu uma "aula" na qual propôs aos grevistas que "atuem e exagerem", tanto na capital como no interior as dezenas de unidades da instituição funcionaram normalmente. Na biblioteca da Faculdade de Medicina, por exemplo, a lotação estava quase esgotada. Enquanto na frente da Reitoria o líder dos servidores classificava a greve como "arma histórica dos trabalhadores", os alunos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, do Instituto de Física, do Instituto de Matemática e Estatística, do Instituto de Química, do Instituto de Ciências Biomédicas, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e da FEA assistiam às aulas e faziam provas - como mostrou reportagem do Estado publicada no dia seguinte.
Desde o início do movimento, fora do campus da Cidade Universitária, o calendário de defesas de dissertação de mestrado e tese de doutorado da Faculdade de Direito foi mantido. Nos campi de Ribeirão Preto, Pirassununga e Bauru, as atividades acadêmicas transcorreram normalmente. A rigor, só nos bandejões e creches, na Faculdade de Educação e em alguns departamentos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) é que alunos, professores e servidores cruzaram os braços.
Isso mostra a falta de legitimidade das entidades sindicais que, vinculadas a facções radicais, tentam se apresentar como porta-vozes da "comunidade uspiana" e defensores de teses libertárias. Além das reivindicações salariais, essa minoria exige a "democratização" da USP - uma proposta absurda, que diminuiria o poder dos professores titulares, permitindo a grupos sem representatividade influir nos destinos da maior instituição de ensino superior da América Latina. "Democratizar a Universidade" é apenas um pretexto para substituir o princípio do mérito pelo "participacionismo" e pelo corporativismo.
Basta ver, nesse sentido, as outras reivindicações dos grevistas. Eles querem a efetivação de servidores contratados sem concurso. E, sob a justificativa de defender o "ensino presencial", opõem-se à aprovação do projeto de criação da Universidade Virtual do Estado de São Paulo, cuja finalidade é oferecer formação superior aos segmentos mais desfavorecidos da população, por meio de cursos a distância. Além disso, sem trabalhar há 50 dias, os grevistas já cogitam de incluir na pauta de "negociações" com a Reitoria o pagamento pelos dias não trabalhados, em troca das desmoralizadas "compensações".
Ao analisar a greve em artigo publicado no Estado, um dos mais respeitados professores da USP, José Arthur Giannotti, depois de criticar as "arruaças intimidatórias" da minoria grevista, lembrou uma lição que não pode ser esquecida. A "voz libertária dos porta-bandeiras" que pedem a democratização da Universidade e criticam a presença da PM para assegurar a ordem pública na Cidade Universitária "está associada à violência dos protofascistas", afirmou.