O ESTADO DE S PAULO
O que não enxerga é o Mizaru. O que não escuta é o Kikazaru. E o que não fala é o Iwazaru. Estes são os Três Macacos Sábios esculpidos na porta do Estábulo Sagrado do templo xintoísta do século 17 que está na cidade de Nikko, Japão.
Pois já passou da hora para que as empresas de auditoria adotem os três macacos como símbolos da corporação. São tantos os casos de fraude contábil e de desastres relacionados a elas que um dia alguém precisa se perguntar para que mesmo servem os auditores.
O leitor Loester Fragoso me dá um puxão de orelhas: "Você cita inúmeras instituições que foram omissas e incompetentes nessa crise. Mas, em nenhum momento analisou o comportamento dos auditores. Eles deveriam atestar a qualidade da saúde financeira das empresas e, no entanto, não o fizeram. Por quê?" Fragoso tem razão. Também desta vez, os auditores não têm escapatória.
Esta é uma lambança velha de guerra. Aqui no Brasil, eles não enxergaram a megafraude que até agora não se sabe se foi de R$ 10 bilhões ou de R$ 15 bilhões, no antigo Banco Nacional que quebrou em 1986. Em 2007, o auditor Marco Aurélio Diniz, que assinou os balanços em nome da KPMG, foi condenado por omissão. No naufrágio do Banco Econômico, o auditor que até a véspera avisava que tudo ia bem a bordo era a Ernest & Young.
Atrás do escândalo Enron, em 2001, nos Estados Unidos, estava a Arthur Andersen. E foi este caso que levou o Congresso americano a aprovar novas normas contábeis, muito mais severas, que ficaram conhecidas com a Lei Sarbanes Oxley. Duas outras gigantes do ramo, a Grant Thornton e a Deloitte & Touche deixaram acontecer outra fraude e tanto, desta vez na Parmalat italiana, caso também conhecido como o Enron da Europa.
Para todos os fins, uma auditoria serve para atestar a confiabilidade dos balanços das empresas. Qualquer condomínio tem quem se encarregue da conferência das contas de responsabilidade do síndico. Se essa exigência é necessária até mesmo para organizações simples, imagine o que não seria das complexas se não houvesse gente capacitada para aferir essa numerália toda.
Nesta crise foram inúmeros os casos em que os dados constantes nos balanços de tantos bancos, seguradoras, sociedades de crédito imobiliário, fundos de investimento, etc. foram escrutinados por auditores e que depois se revelaram nem um pouco confiáveis. Eles não enxergaram nem relataram, por exemplo, que os bancões e outras instituições dos Estados Unidos e do resto do mundo estavam excessivamente alavancados e que, por isso, trilhões de dólares corriam risco de virar pó, como depois viraram.
Os cartolas da contabilidade vão recitar o mantra de sempre: que todas as normas e procedimentos da profissão foram religiosamente cumpridos.
Mas, se é assim, para que servem eles se os atestados que assinam não valem nada? Os três macacos pelo menos são mais sinceros. Dizem que enxergar, ouvir e falar não é com eles.
CONFIRA
Passado sem perdão - O ex-ministro Pedro Malan costuma dizer que, no Brasil, até mesmo o passado é imprevisível. Ele se refere às decisões judiciais que tantas vezes aumentaram as despesas do governo e deveriam ter saído anos antes.
Agora se vê que na China o passado é surpreendente. Ontem, por exemplo, o governo de Pequim anunciou que, em 2007, o PIB da China não cresceu apenas 11,9%, o que já era uma enormidade. Cresceu 13,0%, o que é impressionante.
Para este ano, a China não promete um crescimento superior a 6% ou 7%. Tomara que volte a surpreender.
Entrevista:O Estado inteligente
- Índice atual:www.indicedeartigosetc.blogspot.com.br/
- INDICE ANTERIOR a Setembro 28, 2008
Arquivo do blog
-
▼
2009
(3759)
-
▼
janeiro
(416)
- A saia-justa de Lula em Belém
- Estragos de um presidente ignorante Mauro Chaves
- Bolsas & famílias Míriam Leitão
- Repúdio ao protecionismo Celso Ming
- Aula magna de Heráclio Salles Villas-Bôas Corrêa
- Uma conta de chegar Dora Kramer
- Lula, a azia e Brown Clóvis Rossi
- Terra de cego Merval Pereira
- VEJA Carta ao Leitor
- VEJA Entrevista Mauricio de Sousa
- Diogo Mainardi Questão de tradição
- MILLÔR
- RADAR Lauro Jardim
- André Petry Lembra-te de Darwin
- J.R. Guzzo O preço a pagar
- Conversa com Diego Hypólito
- Aviação Lobistas cobram 18 milhões da Embraer
- Sarney se compromete com tudo e com todos
- O fim do terceiro mandato
- O PT, finalmente, expulsa Babu
- A cartada de 819 bilhões de dólares de Obama
- Investimentos Pé no freio atinge muitos proj...
- Davos O novo fórum social
- Especial Robinho: dinheiro, fama e confusão
- Tecnologia A banda larga superveloz
- O calendário maia, a nova superstição
- José Alencar: doze anos de luta contra o câncer
- O perdão para os excomungados
- Búzios: bom, bonito e caro
- Cães feios, mas queridos
- As musas do Carnaval 2009 cresceram
- Menos burocracia no dia-a-dia
- Menores, mas eficientes
- As estrelas da religião
- O Leitor, com Kate Winslet e Ralph Fiennes
- Dúvida, com Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman
- Se Eu Fosse Você 2, com Glória Pires e Tony Ramos
- Memória John Updike
- VEJA RECOMENDA
- Forum sexual mundial? Por Ralph J. Hofmann
- Transmutação quântica da consciência das zaméricas...
- Deve ser por isso... Maria Helena Rubinato
- Dora Kramer Tábua rasa
- Números contam Miriam Leitão
- Mau sinal Merval Pereira
- Clipping de 30/01/2009
- Outro mundo - Fernando Gabeira
- O que nos faz diferente desta vez-Luiz Carlos Mend...
- Maldito Estado, maldito mercado- Vinicius Torres F...
- A democracia que queremos - Marco Maciel
- Parque dos Dinossauros - Lula encontra Evo, Chávez...
- Dora Kramer Como Pôncio Pilatos
- Clipping de 29/01/2009
- Crime impune - Mírian Leitão
- Podemos exportar mais Alberto Tamer
- Obama e Lula Eliane Cantanhede
- O paradoxo de Davos Merval Pereira
- O capitalista e o comunista Clóvis Rossi
- O papel da oposição Gustavo Fruet
- O grande estelionato mercadista Vinicius Torres F...
- O governo começou Carlos Alberto Sardenberg
- A lógica circular da crise econômica Paulo R. Haddad
- Battisti, uma questão italiana Roberto Cotroneo *
- O caso Cesare Battisti Almir Pazzianotto Pinto
- Governo corta o vento que não virá por Míriam Leitão
- Burocratas do comércio Celso Ming
- O anacronismo - Mírian Leitão
- O que não faz sentido Dora Kramer
- À sombra de Obama Merval Pereira
- Por que Keynes? Antonio Delfim Netto
- Clipping de 28/01/2009
- Augusto Nunes O bravo vencedor da luta no açougue
- Paul Krugman How late is too late?
- Friedman: conflito entre palestinos e israelenses ...
- Falta governo
- Irmão gêmeo- Xico Graziano
- De lei forte e carne fraca Dora Kramer
- Retrato da crise Celso Ming
- Clipping de 27/01/2009
- Mudança dos ventos Merval Pereira
- Luzes de alerta Panorama Econômico - Mírian Leitão
- Rubens Barbosa,O BRASIL E OS EUA, DE OBAMA
- Um gato chamado ''Prestígio'' Gaudêncio Torquato
- A verdadeira face do presidente Carlos Alberto Di...
- As promessas de Jobim
- Clipping de 26/01/2009
- Clipping de 24/01/2009
- Clipping de 25/01/2009
- A ERA DA ESPERANÇA por Rodrigo Constantino
- LAPOUGE, OBAMA E AS FORMIGAS DE GAZA
- TRANSIÇÃO PARA O SOCIALISMO por Ipojuca Pontes
- FERREIRA GULLAR As razões do ódio
- VINICIUS TORRES FREIRE Lula, BNDES, fusões & aqui...
- Blindagem rompida Paulo Renato Souza
- Eleições e crise na América do Sul Sérgio Fausto
- Dora Kramer Caroço no angu
- Míriam Leitão O ar da mudança
- Celso Ming 100 bi para a mãe do PAC
- Só com palavras não se criam empregos José Serra
- Modelo distorcido Merval Pereira
-
▼
janeiro
(416)
- Blog do Lampreia
- Caio Blinder
- Adriano Pires
- Democracia Politica e novo reformismo
- Blog do VILLA
- Augusto Nunes
- Reinaldo Azevedo
- Conteudo Livre
- Indice anterior a 4 dezembro de 2005
- Google News
- INDICE ATUALIZADO
- INDICE ATE4 DEZEMBRO 2005
- Blog Noblat
- e-agora
- CLIPPING DE NOTICIAS
- truthout
- BLOG JOSIAS DE SOUZA