Entrevista:O Estado inteligente

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Editorial da Folha de S Paulo

FICANDO PARA TRÁS
O vigor da economia da China continua a impressionar o mundo. Ao fim de uma revisão de suas estatísticas econômicas, as autoridades chinesas divulgaram que o PIB do país é 17% maior do que antes estimavam. Com isso, a dimensão econômica da China ultrapassou, em 2004, a da Itália e o país chegou ao posto de sexta economia do mundo. Confirmadas as taxas de crescimento previstas para este ano e o próximo, o país superará a França e em seguida o Reino Unido, chegando em 2006 à quarta posição, atrás apenas de EUA, Japão e Alemanha.
Embora especialmente relevante, por sua velocidade e pela enorme dimensão de sua população, a fulminante escalada da China não é um caso isolado. Vários outros países da Ásia avançaram muito em termos econômicos desde os anos 1970, com destaque para o Coréia do Sul. Também na Europa encontram-se casos de rápida ascensão, como os da Espanha e da Irlanda.
O contraste com a evolução do Brasil é gritante e desolador. A evolução da economia brasileira entre 1930 e 1980, impulsionada por um processo de urbanização particularmente rápido e por uma industrialização problemática, mas efetiva, foi marcante. Mas, desde a crise da dívida externa, no início da década de 1980, o país passa por um processo prolongado de deterioração de sua posição relativa na economia internacional.
Esse movimento regressivo se evidencia por vários indicadores. Um é a dimensão relativa da economia. Em meados da década de 1970, o Brasil chegou a ser a sexta maior economia do mundo, de acordo com os dados compilados pelas Nações Unidas; em 2004, ele se situou em 14º lugar nesse ranking. Pior ainda foi a evolução do PIB per capita, indicativo imperfeito, mas relevante, do bem-estar da população. Em 1970, havia 68 nações com PIB per capita mais alto do que o brasileiro; em 2004, esse número aumentou para 95.
São dados eloqüentes, que reforçam a premência de o Brasil reencontrar o caminho do desenvolvimento econômico.

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