O Estado de S.Paulo - 11/12
A cada nova manifestação oficial do PT a respeito da situação política nacional fica mais evidente seu desapreço à verdade e à coerência, das quais, desde sempre, o lulopetismo se autoproclama monopolista. Não fugiram à regra as declarações do presidente nacional da legenda após a reunião da Executiva nacional, na semana passada. Rui Falcão repetiu basicamente as mesmas bravatas, as mesmas mistificações e as mesmas promessas que o PT proclama há mais de 30 anos, sem mudar nada de essencial num discurso que omite, é claro, o fato de que há pelo menos uma década, desde que chegou ao governo da União, mudou essencialmente sua prática política. Em outras palavras, o partido "dos trabalhadores", que nasceu com o alardeado compromisso de reformular profundamente um sistema político armado para beneficiar as "elites", aliou-se ao que há de pior no coronelismo brasileiro. Em nome da "governabilidade" loteou a administração federal e arquitetou um atrevido plano de compra do apoio dos "300 picaretas" do Congresso. Abriu espaço para seus próprios picaretas atuarem livremente na tarefa de colocar o governo a serviço de interesses privados. Em resumo: o PT prega uma coisa e faz outra.
Encontra, porém, uma justificativa para malfeitos, como a corrupção de parlamentares condenada pelo STF: tudo é parte da "missão histórica" de lutar pelos oprimidos. Assim, por se colocar do lado do Bem, o PT tem moral para cometer atos que só parecem condenáveis aos olhos do verdadeiro Mal: as elites opressoras e a burguesia egoísta. Aí vem Rui Falcão e protesta: querem destruir o PT numa campanha que "estimula o preconceito contra a política". Como se o PT já não se tivesse encarregado de estimular vivamente o preconceito contra a política, primeiro, ao descrevê-la como dominada por "picaretas"; depois, já no poder, em vez de tentar acabar com os "picaretas", ao escolher o caminho mais fácil de pura e simplesmente suborná-los.
É claro que as falácias lulopetistas só prosperam porque plantadas no campo fértil da ignorância e da desinformação. Assim, uma vez denunciadas, parece mais impressionante do que elas o sentimento de progresso material de um importante contingente de brasileiros antes mantidos à margem do consumo. É inegável essa conquista social dos governos petistas e impõem-se, a todos, o dever de lutar para ampliá-la. O que não se pode admitir é que o mérito dessa e outras realizações seja usado como pretexto para elidir o enorme demérito que significa atrelar o projeto de poder do PT à depreciação de valores democráticos e verdadeiramente republicanos, como a independência da representação popular (que não pode ser comprada); o respeito às prerrogativas constitucionais dos poderes (que não podem ser contestadas conforme as conveniências); e a impessoalidade da administração pública (que não pode ser transformada em repasto de companheiros e companheiras e mero instrumento de poder).
No exercício do poder, o lulopetismo aproveita-se cinicamente do fato de a massa popular estar mais preocupada com o próprio bolso do que com questões republicanas. É somente a partir de níveis mínimos de educação, de informação e da consequente conscientização política que o simples consumidor se transforma em cidadão capaz de ter o domínio de seu próprio destino. Se a educação não encontra nos governos o nível mínimo de prioridade que a verdadeira consciência democrática exige, pelo menos a informação precisa continuar circulando. E é exatamente por essa razão - por temer os efeitos que, mais cedo ou mais tarde, a informação sobre suas falácias e mistificações cale na consciência dos brasileiros - que os petistas odeiam a imprensa livre e, mais uma vez, proclamam a necessidade de "regulamentá-la". De novo, dissimulam sua verdadeira intenção: aplicar aqui, em maior ou menor grau, a censura praticada pelo decrépito regime cubano, pelos regimes "bolivarianos" da Venezuela, Equador e Bolívia e pelo regime sui generis da Argentina. Em resumo, o discurso petista é falso como uma nota de três reais.
A cada nova manifestação oficial do PT a respeito da situação política nacional fica mais evidente seu desapreço à verdade e à coerência, das quais, desde sempre, o lulopetismo se autoproclama monopolista. Não fugiram à regra as declarações do presidente nacional da legenda após a reunião da Executiva nacional, na semana passada. Rui Falcão repetiu basicamente as mesmas bravatas, as mesmas mistificações e as mesmas promessas que o PT proclama há mais de 30 anos, sem mudar nada de essencial num discurso que omite, é claro, o fato de que há pelo menos uma década, desde que chegou ao governo da União, mudou essencialmente sua prática política. Em outras palavras, o partido "dos trabalhadores", que nasceu com o alardeado compromisso de reformular profundamente um sistema político armado para beneficiar as "elites", aliou-se ao que há de pior no coronelismo brasileiro. Em nome da "governabilidade" loteou a administração federal e arquitetou um atrevido plano de compra do apoio dos "300 picaretas" do Congresso. Abriu espaço para seus próprios picaretas atuarem livremente na tarefa de colocar o governo a serviço de interesses privados. Em resumo: o PT prega uma coisa e faz outra.
Encontra, porém, uma justificativa para malfeitos, como a corrupção de parlamentares condenada pelo STF: tudo é parte da "missão histórica" de lutar pelos oprimidos. Assim, por se colocar do lado do Bem, o PT tem moral para cometer atos que só parecem condenáveis aos olhos do verdadeiro Mal: as elites opressoras e a burguesia egoísta. Aí vem Rui Falcão e protesta: querem destruir o PT numa campanha que "estimula o preconceito contra a política". Como se o PT já não se tivesse encarregado de estimular vivamente o preconceito contra a política, primeiro, ao descrevê-la como dominada por "picaretas"; depois, já no poder, em vez de tentar acabar com os "picaretas", ao escolher o caminho mais fácil de pura e simplesmente suborná-los.
É claro que as falácias lulopetistas só prosperam porque plantadas no campo fértil da ignorância e da desinformação. Assim, uma vez denunciadas, parece mais impressionante do que elas o sentimento de progresso material de um importante contingente de brasileiros antes mantidos à margem do consumo. É inegável essa conquista social dos governos petistas e impõem-se, a todos, o dever de lutar para ampliá-la. O que não se pode admitir é que o mérito dessa e outras realizações seja usado como pretexto para elidir o enorme demérito que significa atrelar o projeto de poder do PT à depreciação de valores democráticos e verdadeiramente republicanos, como a independência da representação popular (que não pode ser comprada); o respeito às prerrogativas constitucionais dos poderes (que não podem ser contestadas conforme as conveniências); e a impessoalidade da administração pública (que não pode ser transformada em repasto de companheiros e companheiras e mero instrumento de poder).
No exercício do poder, o lulopetismo aproveita-se cinicamente do fato de a massa popular estar mais preocupada com o próprio bolso do que com questões republicanas. É somente a partir de níveis mínimos de educação, de informação e da consequente conscientização política que o simples consumidor se transforma em cidadão capaz de ter o domínio de seu próprio destino. Se a educação não encontra nos governos o nível mínimo de prioridade que a verdadeira consciência democrática exige, pelo menos a informação precisa continuar circulando. E é exatamente por essa razão - por temer os efeitos que, mais cedo ou mais tarde, a informação sobre suas falácias e mistificações cale na consciência dos brasileiros - que os petistas odeiam a imprensa livre e, mais uma vez, proclamam a necessidade de "regulamentá-la". De novo, dissimulam sua verdadeira intenção: aplicar aqui, em maior ou menor grau, a censura praticada pelo decrépito regime cubano, pelos regimes "bolivarianos" da Venezuela, Equador e Bolívia e pelo regime sui generis da Argentina. Em resumo, o discurso petista é falso como uma nota de três reais.