BRASIL ECONÔMICO - 13/12
Apesar da clara tendência de crescimento da oferta e queda de preço do gás no mundo, por conta da viabilidade econômica da extração de gás natural não convencional, essa deve ter seus efeitos limitados sobre o mercado doméstico.
O principal produtor de gás não convencional, os EUA, vem aproveitando a conjuntura de gás barato para atrair, novamente, investimentos em setores que se beneficiam do custo baixo do gás, como é o caso da indústria petroquímica.
Estes investimentos se tornam ainda mais importantes quando se leva em conta a necessidade de impulsionar o crescimento econômico e a criação de empregos, para que o país deixe pra trás os efeitos da crise econômica de 2008.
Assim, o mercado americano está construindo uma nova curva de demanda interna, que será o destino prioritário da sua produção. Mesmo, no momento em que os EUA se tornarem exportador líquido de gás, é razoável supor que o destino de tais exportações deva ser mercados tradicionalmente demandantes de gás natural, como a Ásia.
Quando consideramos os demais países que possuem reservas significativas de gás não convencional como a China e a Argentina, a expectativa de que eles se tornem grandes exportadores também parece distante, uma vez que os investimentos na extração do gás natural ainda são incipientes.
No mercado doméstico, não há sinalização de que os entraves ao crescimento do mercado consumidor de gás natural vão se dissipar nos próximos cinco anos.
A atual política para o setor de gás natural no Brasil ainda contém uma série de incertezas regulatórias que vem impedindo o crescimento desta fonte na matriz energética brasileira.
A saber, ausência de leilões de áreas exploratórias de petróleo e gás, que foram paralisados em 2008, política de preços atrelada ao preço do petróleo e variação do câmbio, ausência de uma política para a exploração de gás não convencional, falta de regulamentação de pontos importantes da Lei do Gás, não existência de operador independente para os gasodutos de transporte.
A expectativa é de que a metade do gás natural consumido internamente continue a ser importada, com seu preço definido por uma fórmula paramétrica indexada ao preço do petróleo.
Com o gás caro, a tendência é de que os investimentos em setores que usam o gás como matéria-prima ou fonte de energia sejam menos atrativos, e até mesmo deslocados para regiões nas quais o preço do energético é mais competitivo, como é o caso dos EUA.
Outra questão importante é que o fim do monopólio da Petrobras parece pouco provável no curto prazo.
As empresas privadas que atuam no mercado de exploração e produção de gás no Brasil ainda não possuem um volume suficiente de reservas, e mesmo aquelas que já divulgaram descobertas comercialmente viáveis esbarram na insuficiente infraestrutura de transportes.
Um fator que poderia aumentar a participação do gás natural na matriz energética é a inclusão das térmicas a gás na base, no entanto, o PDE 2021 não considera essa possibilidade, sendo pouco provável que isso ocorra no curto prazo.
Apesar da clara tendência de crescimento da oferta e queda de preço do gás no mundo, por conta da viabilidade econômica da extração de gás natural não convencional, essa deve ter seus efeitos limitados sobre o mercado doméstico.
O principal produtor de gás não convencional, os EUA, vem aproveitando a conjuntura de gás barato para atrair, novamente, investimentos em setores que se beneficiam do custo baixo do gás, como é o caso da indústria petroquímica.
Estes investimentos se tornam ainda mais importantes quando se leva em conta a necessidade de impulsionar o crescimento econômico e a criação de empregos, para que o país deixe pra trás os efeitos da crise econômica de 2008.
Assim, o mercado americano está construindo uma nova curva de demanda interna, que será o destino prioritário da sua produção. Mesmo, no momento em que os EUA se tornarem exportador líquido de gás, é razoável supor que o destino de tais exportações deva ser mercados tradicionalmente demandantes de gás natural, como a Ásia.
Quando consideramos os demais países que possuem reservas significativas de gás não convencional como a China e a Argentina, a expectativa de que eles se tornem grandes exportadores também parece distante, uma vez que os investimentos na extração do gás natural ainda são incipientes.
No mercado doméstico, não há sinalização de que os entraves ao crescimento do mercado consumidor de gás natural vão se dissipar nos próximos cinco anos.
A atual política para o setor de gás natural no Brasil ainda contém uma série de incertezas regulatórias que vem impedindo o crescimento desta fonte na matriz energética brasileira.
A saber, ausência de leilões de áreas exploratórias de petróleo e gás, que foram paralisados em 2008, política de preços atrelada ao preço do petróleo e variação do câmbio, ausência de uma política para a exploração de gás não convencional, falta de regulamentação de pontos importantes da Lei do Gás, não existência de operador independente para os gasodutos de transporte.
A expectativa é de que a metade do gás natural consumido internamente continue a ser importada, com seu preço definido por uma fórmula paramétrica indexada ao preço do petróleo.
Com o gás caro, a tendência é de que os investimentos em setores que usam o gás como matéria-prima ou fonte de energia sejam menos atrativos, e até mesmo deslocados para regiões nas quais o preço do energético é mais competitivo, como é o caso dos EUA.
Outra questão importante é que o fim do monopólio da Petrobras parece pouco provável no curto prazo.
As empresas privadas que atuam no mercado de exploração e produção de gás no Brasil ainda não possuem um volume suficiente de reservas, e mesmo aquelas que já divulgaram descobertas comercialmente viáveis esbarram na insuficiente infraestrutura de transportes.
Um fator que poderia aumentar a participação do gás natural na matriz energética é a inclusão das térmicas a gás na base, no entanto, o PDE 2021 não considera essa possibilidade, sendo pouco provável que isso ocorra no curto prazo.