em divulgar informações sigilosas, sugere que a compra de submarinos
franceses pelo Brasil é muito estranha e pode estar relacionada a
pagamentos ilegais.
Sugere também que a possível compra dos caças supersônicos Rafale,
também da França, será algo tão absurdo que pode levar a maus
pensamentos.
Os vazamentos do WikiLeaks não levam necessariamente à verdade. E é
curiosa a data do vazamento, próxima àquela em que, segundo corre em
Brasília, seria anunciada a compra dos Rafale. As fontes cujas
informações foram vazadas defendem os caças americanos Boeing F-18 - o
vazamento, portanto, lhes é conveniente.
A história mais significativa do acordo militar entre Brasil e França
não é a que aparece nos WikiLeaks: é a do estaleiro que o Brasil
constrói, com tecnologia francesa. Por algum motivo, os franceses
exigiram que o estaleiro fosse construído por uma empresa brasileira,
e uma empresa específica: a Odebrecht.
Não é comum, em acordos internacionais, que um país indique as
empresas do outro que devem ser escolhidas.
E não é nem daqueles casos em que se determinam características que
levarão à escolha de uma empresa: é aquela, só aquela e pronto.