Entrevista:O Estado inteligente

domingo, janeiro 11, 2009

Obama ´verde`

Na década de 60, os EUA estavam atrás da URSS na corrida espacial até conceber o extravagante programa para levar o homem à Lua, feito não igualado até nossos dias. Hoje, o país se encontra em outro tipo de encruzilhada e, em grande parte, o resto do mundo depende de seu poder de reação. Do outro lado não há uma superpotência, mas o restabelecimento do equilíbrio da economia mundial e, em última instância, o futuro da própria Humanidade, refém das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global.

O colunista do “New York Times” Thomas L. Friedman defende há tempos uma virada na economia americana, com investimentos em métodos industriais e produtos ecologicamente corretos, o que resultaria na criação de novos empregos.

Barack Obama assume no dia 20 com a urgência de estancar a hemorragia econômica interna (com reflexos mundiais), ao mesmo tempo em que promete uma guinada na postura mantida nos últimos oito anos pelos EUA, refratária à questão ambiental.

O desafio diante da equipe do presidente eleito é como aproveitar as oportunidades criadas pela crise — elas sempre existem — para começar a trocar o modelo produtivo em favor do verde, o que passa não só por forte redução na emissão de gases do efeito estufa, como por investimentos em energia renovável e não poluente. Uma das promessas da campanha de Obama é a criação de 5 milhões de novos empregos “verdes” — atenuando efeitos sociais da recessão.

Obama montou uma equipe forte, com o prêmio Nobel de Física Steven Chu na Secretaria de Energia, Lisa Jackson (responsável pela adoção de limites de emissão de gases californianos em New Jersey) na Agência de Proteção Ambiental (EPA) e Carol Browner para o novo cargo de coordenadora da Casa Branca em relação à política ambiental.

O primeiro grande desafio é pôr os EUA de acordo com o resto do mundo sobre um novo tratado climático e ambiental que a quase totalidade das nações se comprometeu a completar até dezembro de 2009. Seu antecessor, o Tratado de Kioto, fracassou. Foi adotado em 1997 mas só entrou em vigor em 2005. A principal causa foi a negativa dos EUA de firmá-lo.

Desde então, a situação piorou muito. Um novo estudo da Nasa mostrou, por exemplo, que Antártica, Groenlândia e Alasca perderam dois trilhões de toneladas de gelo nos últimos cinco anos, e o degelo do Ártico acelerou-se muito mais do que o previsto.

Já passou da hora em que o mundo podia se dar ao luxo de discutir a melhor forma de combater o aquecimento global.

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