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sábado, janeiro 17, 2009

Austrália, com Nicole Kidman

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Vá, mas não me convide

Oito frases para fugir de Austrália. Use-as

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UM CONTINENTE DE CLICHÊS
Jackman e Nicole se beijam sob a chuva: tudo emprestado de outros filmes, e então piorado


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Em Austrália, que estreia no país nesta sexta-feira, a inglesa esnobe Sarah Ashley – que, numa confusão transoceânica, é interpretada pela genuinamente australiana Nicole Kidman – vai para o país-título, em 1939, pôr na linha o marido, que ela julga estar pulando a cerca da fazenda. Encontra-o morto, graças a um barão do gado maléfico (pelo jeito, não existe outro tipo), mas preenche o vazio com o rude, lacônico e solitário vaqueiro (também não existe outro tipo) feito por Hugh Jackman, mais a afeição do garoto Nullah (Brandon Walters, única salvação desta lavoura), filho enjeitado de um branco com uma aborígine. É evidente que, aos olhos do diretor Baz Luhrmann, seu filme é uma combinação nativa de ...E o Vento Levou e Lawrence da Arábia. Aos olhos da plateia também – desde que se frise tratar-se da versão pastelão e semianalfabeta desses dois épicos. Para escapar de um programa supliciante, então, oito justificativas prontas:

"Muito grande e muito vazio: só nisso Austrália faz jus ao país que lhe dá o nome."
Isabela Boscov

"Só há uma explicação racional para a existência deste épico obeso: trata-se de uma piada, uma gague. Algum bêbado desafiou Baz Luhrmann a quebrar recordes de bilheteria fazendo o filme australiano mais inacreditavelmente ruim de todos os tempos."
Luke Buckmaster, In Film Australia

"Gente, você diria que eu estou bem nesse filme?"
Nicole Kidman, protagonista, para o seu marido na pré-estreia

"Algo estranho aconteceu comigo já no começo do excruciante Austrália. Um choque clínico pôs a parte superior do meu corpo em estado de paralisia. A pele do meu rosto ficou tão esticada e inerte quanto a testa de Nicole Kidman, e o céu da minha boca se travou enquanto eu tentava emitir um traumatizado relincho de desespero."
Peter Bradshaw, The Guardian

"Os espectadores que não tenham um vasto apetite por condescendência racial, manadas de gado em computação gráfica e amassos fotografados em contraluz vão atravessar Austrália com todo o entusiasmo dos condenados que, no século XVIII, eram mandados para lá contra a sua vontade."
Dana Stevens, Slate

"Austrália não passa de um exercício melodramático sobre o tédio."
Claudia Puig, USA Today

"Luhrmann é atraído pelo kitsch de maneira tão inevitável quanto um urso pelo mel."
David Denby, The New Yorker

"Luhrmann desenvolve um hábito ruim em Austrália: ele insiste que a plateia sinta emoções que o filme é incapaz de incitar."
Mick LaSalle, San Francisco Chronicle

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