BRASIL ECONÔMICO - 13/04/12
A direção nacional do Partido Popular Socialista (PPS) e sua bancada na Câmara dos Deputados apóiam integralmente a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para apurar a atuação e influência do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em nossa avaliação, a instalação de uma CPI mista, composta por deputados e senadores, terá mais condições de apurar o funcionamento de toda a rede criminosa comandada pelo empresário, preso durante a operação Monte Carlo da Polícia Federal.
A CPI não deve apenas se concentrar no envolvimento de deputados e senadores com Carlos Cachoeira, como parece ser a intenção do governo de Dilma Rousseff. Precisa ir além para esmiuçar toda a ramificação de sua organização nos governos federal, estaduais e municipais. Para o PPS, a apuração também deve centrar foco nos relacionamentos de Cachoeira com o mundo empresarial.
Além disso, há fortes indícios da atuação da organização criminosa de Carlinhos Cachoeira no financiamento de campanhas eleitorais, outro ponto a ser investigado pela CPI. De nossa parte, reafirmamos ainda nossa firme vigilância com relação aos atos da administração federal e de quaisquer outros governos ou parlamentares envolvidos em denúncias de irregularidades ou que pratiquem atos contrários ao interesse público.
À medida que novas informações são publicadas pela imprensa, sinto que por trás dessa enxurrada de ilícitos o que estamos paulatinamente vendo desnudar-se é o Estado preso à lógica mafiosa. A Operação Mãos Limpas realizada nos anos 80 na Itália já demonstrou até onde pode ir o conluio entre agentes do Estado e o crime organizado.
Não nos esqueçamos de que desde assassinato do prefeito Celso Daniel, em Santo André, bem antes da eleição de Lula, passando pela denúncia do "mensalão" em seu primeiro mandato, uma "sofisticada organização criminosa especializada em desviar recursos públicos" - como foi definida pelo Procurador Geral da República -, o que estamos assistindo é a mesma lógica mafiosa instalar-se no centro da estrutura do Estado no Brasil com grandes e pequenos agentes.
Enquanto não aprofundarmos a investigação das relações entre "crime organizado" e Estado, estaremos muito longe de compreender o fenômeno da lógica mafiosa que no Brasil encontrou um terreno fértil para crescer à sobra de um Legislativo e Judiciário lenientes e um Executivo acolhedor de tais práticas.
É a lógica mafiosa do Estado que se instalou no país que devemos mirar, com o apoio das investigações da Polícia Federal e imprensa, mesmo que grande parte da sociedade ainda continue míope para a verdadeira questão que estamos enfrentando: a relação incestuosa entre Estado e crime organizado.
Enquanto isso, um assessor do Palácio do Planalto informou ao governo ter conversado, em 2010, com um dos principais aliados do empresário Carlinhos Cachoeira para tratar do apoio do senador Demóstenes Torres, à candidatura presidencial de Dilma Rousseff.
Nunca o Brasil necessitou tanto de uma Operação Mãos Limpas, como agora.
A direção nacional do Partido Popular Socialista (PPS) e sua bancada na Câmara dos Deputados apóiam integralmente a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para apurar a atuação e influência do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em nossa avaliação, a instalação de uma CPI mista, composta por deputados e senadores, terá mais condições de apurar o funcionamento de toda a rede criminosa comandada pelo empresário, preso durante a operação Monte Carlo da Polícia Federal.
A CPI não deve apenas se concentrar no envolvimento de deputados e senadores com Carlos Cachoeira, como parece ser a intenção do governo de Dilma Rousseff. Precisa ir além para esmiuçar toda a ramificação de sua organização nos governos federal, estaduais e municipais. Para o PPS, a apuração também deve centrar foco nos relacionamentos de Cachoeira com o mundo empresarial.
Além disso, há fortes indícios da atuação da organização criminosa de Carlinhos Cachoeira no financiamento de campanhas eleitorais, outro ponto a ser investigado pela CPI. De nossa parte, reafirmamos ainda nossa firme vigilância com relação aos atos da administração federal e de quaisquer outros governos ou parlamentares envolvidos em denúncias de irregularidades ou que pratiquem atos contrários ao interesse público.
À medida que novas informações são publicadas pela imprensa, sinto que por trás dessa enxurrada de ilícitos o que estamos paulatinamente vendo desnudar-se é o Estado preso à lógica mafiosa. A Operação Mãos Limpas realizada nos anos 80 na Itália já demonstrou até onde pode ir o conluio entre agentes do Estado e o crime organizado.
Não nos esqueçamos de que desde assassinato do prefeito Celso Daniel, em Santo André, bem antes da eleição de Lula, passando pela denúncia do "mensalão" em seu primeiro mandato, uma "sofisticada organização criminosa especializada em desviar recursos públicos" - como foi definida pelo Procurador Geral da República -, o que estamos assistindo é a mesma lógica mafiosa instalar-se no centro da estrutura do Estado no Brasil com grandes e pequenos agentes.
Enquanto não aprofundarmos a investigação das relações entre "crime organizado" e Estado, estaremos muito longe de compreender o fenômeno da lógica mafiosa que no Brasil encontrou um terreno fértil para crescer à sobra de um Legislativo e Judiciário lenientes e um Executivo acolhedor de tais práticas.
É a lógica mafiosa do Estado que se instalou no país que devemos mirar, com o apoio das investigações da Polícia Federal e imprensa, mesmo que grande parte da sociedade ainda continue míope para a verdadeira questão que estamos enfrentando: a relação incestuosa entre Estado e crime organizado.
Enquanto isso, um assessor do Palácio do Planalto informou ao governo ter conversado, em 2010, com um dos principais aliados do empresário Carlinhos Cachoeira para tratar do apoio do senador Demóstenes Torres, à candidatura presidencial de Dilma Rousseff.
Nunca o Brasil necessitou tanto de uma Operação Mãos Limpas, como agora.