EXPRESSO TRANSIBERIANO (Transsiberian, Inglaterra/Lituânia, 2008. Swen) • Um casal entusiasmado, religioso e muito ingênuo (Woody Harrelson e Emily Mortimer) embarca no célebre trem, que leva dias entre a China e a Rússia, para ver o mundo e viver uma aventura. Vivem bem mais do que pretendiam: a rota atravessa alguns dos territórios mais perigosos e sem lei criados pelo colapso da União Soviética. Nem procurar a polícia adianta, já que, na bagunça em que os protagonistas se metem ao se envolver com outro casal – esse nada ingênuo –, o policial interpretado por Ben Kingsley se revelará seu inimigo mais insidioso e contumaz. O diretor Brad Anderson aproveita bem sua experiência em séries excelentes como The Shield e The Wire, casando a atmosfera de risco iminente com o humor provocado pelo absurdo da situação.
LIVROS PRIMEIRA INDIVIDUAL, de Antonio Gonçalves Filho (CosacNaify; 328 páginas; 55 reais)
125 CONTOS DE GUY DE MAUPASSANT (tradução de Amilcar Bettega; Companhia das Letras; 822 páginas; 55 reais) • O francês Guy de Maupassant (1850-1893) foi o mais dedicado aluno do compatriota Gustave Flaubert. Conhecido por seu obsessivo cuidado estilístico, o autor de Madame Bovary impôs ao aluno a prática ininterrupta da escrita – e, ao mesmo tempo, o proibiu de publicar. Só depois de quase uma década de silêncio, em 1880, Flaubert liberou Maupassant para editar livros – e é quando ele apresenta um clássico da narrativa curta, Bola de Sebo, um instantâneo da hipocrisia burguesa da França. Acurado na observação da sociedade, Maupassant foi um mestre do realismo, e também produziu clássicos da literatura fantástica, como A Mão e A Horla. Bem traduzida e selecionada, esta nova edição é o mais amplo painel da obra do autor disponível no Brasil. Leia trecho.
DISCOS
MY ONE AND ONLY THRILL, Melody Gardot (Universal) • A carreira desta intérprete americana de 24 anos se deve a um acidente. Cinco anos atrás, ela passeava de bicicleta quando foi atropelada por um jipe – cujo dono fugiu sem prestar socorro. Ela sofreu fraturas múltiplas e passou meses presa a uma cama de hospital. A música surgiu como terapia para superar a dor e a melancolia. Desse período de recolhimento emergiram uma artista influenciada pelas cantoras-compositoras da década de 60 e uma intérprete de voz suave – mas com muito mais alma que uma Norah Jones. My One and Only Thrill é o segundo disco de Melody e tem o aval da nata do jazz – é produzido por Larry Klein, que trabalha com Madeleine Peyroux e Herbie Hancock. Há faixas calcadas no jazz, na soul music e no blues e uma boa releitura do clássico Over the Rainbow.
MIRAMARI, André Mehmari & Gabriele Mirabassi (Tratore) • O encontro de dois instrumentistas virtuoses muitas vezes se transforma numa disputa tediosa de técnica e de velocidade. Não é o que acontece com Miramari, que une os talentos do pianista brasileiro André Mehmari e do clarinetista italiano Gabriele Mirabassi. A dupla, cujo repertório passeia pelo jazz, pela música erudita e popular, se conheceu em 2007. No mesmo ano, eles se reuniram para algumas apresentações e decidiram registrar a parceria em disco. Em Miramari, é curioso perceber como o clarinete de Mirabassi ganha um acento brasileiro, por exemplo, em Choro da Contínua Amizade. As dezessete faixas do disco dividem-se entre duas composições do violonista Guinga e criações individuais de Mirabassi e Mehmari.
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• Antonio Gonçalves Filho é um crítico tão talentoso quanto experiente. O autor, atualmente repórter especial do jornal O Estado de S.Paulo, trabalhou ou colaborou nos últimos 25 anos nas editorias de cultura dos principais veículos do país (inclusive VEJA). Acompanhou de perto o surgimento de tendências, assim como as oscilações de mercado da arte brasileira, brindando os leitores com análises perspicazes e cheias de erudição. Primeira Individual reúne textos publicados por Gonçalves de 1983 a 2008. Organizado como uma espécie de abecedário, ele cobre as obras de 49 artistas, do expoente da arte cinética Abraham Palatnik ao neoconcreto Willys de Castro, passando pelos modernistas Guignard e Lasar Segall. 





"Até que enfim entendi o livro" – assim o escritor James Ellroy comemorou a adaptação para o cinema de Los Angeles – Cidade Proibida, seu complicadíssimo romance sobre corrupção, traição e paixão na Hollywood dos anos 50. Dirigido com firmeza e imensa inspiração por Curtis Hanson, o filme, que a Cinemateca VEJA lança neste sábado em São Paulo e no Rio de Janeiro, deslinda um enredo que leva não só ao centro depravado do poder na cidade, como ao interior turbulento de alguns personagens memoráveis. Em especial os policiais Ed Exley e Bud White (em interpretações estelares de Guy Pearce e Russell Crowe), dois homens opostos que, por estranhos caminhos, encontram um território comum.
