FOLHA DE SP - 11/12/11
SÃO PAULO - As tábuas de mortalidade de 2010 divulgadas pelo, IBGE mostram que, nas últimas cinco décadas, a expectativa de vida do brasileiro deu um salto de 25 anos. A esperança de vida de um bebê nascido em 1960 era de apenas 48 anos. Agora é de 73.
Até onde chegaremos? Qual o limite para a existência humana? A imortalidade é possível? Essas perguntas não intrigam só filósofos. Nas últimas décadas, vêm orientando também o trabalho de biólogos, que chegaram a conclusões surpreendentes.
O bioquímico britânico Nick Lane, por exemplo, sustenta que é mais fácil encontrar uma droga que cure de vez todas as doenças do envelhecimento, como cânceres, cardiopatias e demências, do que descobrir um tratamento eficaz para uma só delas.
Seu argumento tem base em estudos com os chamados gerontogenes, que controlam o processo de envelhecimento. Pesquisas realizadas com vários tipos de seres, de nematódeos a mamíferos, passando por fungos, mostram que existe um mecanismo excepcionalmente conservado entre as espécies que regula o tempo de vida de cada uma delas.
Uma única mutação num desses genes permite dobrar a longevidade, evitando ao mesmo tempo as moléstias ligadas à idade. Em poucas palavras, a velhice seria um estado patológico em princípio curável.
O principal efeito colateral foi o atraso do amadurecimento sexual, que também parece ser controlado por esses genes -o que faria todo sentido do ponto de vista evolucionário.
Já existem até duas drogas que atuam nesse circuito bioquímico: o resveratrol e a rapamicina, mas ninguém foi ainda capaz de aferir se elas prolongam a vida de seres humanos.
Num desafio aos médicos, Lane propõe que mudem o foco de suas pesquisas. O autor aposta que, em 20 anos, encontraríamos a panaceia universal. Ela não nos tornaria imortais, mas permitiria que chegássemos saudáveis aos 120, 130 anos.
SÃO PAULO - As tábuas de mortalidade de 2010 divulgadas pelo, IBGE mostram que, nas últimas cinco décadas, a expectativa de vida do brasileiro deu um salto de 25 anos. A esperança de vida de um bebê nascido em 1960 era de apenas 48 anos. Agora é de 73.
Até onde chegaremos? Qual o limite para a existência humana? A imortalidade é possível? Essas perguntas não intrigam só filósofos. Nas últimas décadas, vêm orientando também o trabalho de biólogos, que chegaram a conclusões surpreendentes.
O bioquímico britânico Nick Lane, por exemplo, sustenta que é mais fácil encontrar uma droga que cure de vez todas as doenças do envelhecimento, como cânceres, cardiopatias e demências, do que descobrir um tratamento eficaz para uma só delas.
Seu argumento tem base em estudos com os chamados gerontogenes, que controlam o processo de envelhecimento. Pesquisas realizadas com vários tipos de seres, de nematódeos a mamíferos, passando por fungos, mostram que existe um mecanismo excepcionalmente conservado entre as espécies que regula o tempo de vida de cada uma delas.
Uma única mutação num desses genes permite dobrar a longevidade, evitando ao mesmo tempo as moléstias ligadas à idade. Em poucas palavras, a velhice seria um estado patológico em princípio curável.
O principal efeito colateral foi o atraso do amadurecimento sexual, que também parece ser controlado por esses genes -o que faria todo sentido do ponto de vista evolucionário.
Já existem até duas drogas que atuam nesse circuito bioquímico: o resveratrol e a rapamicina, mas ninguém foi ainda capaz de aferir se elas prolongam a vida de seres humanos.
Num desafio aos médicos, Lane propõe que mudem o foco de suas pesquisas. O autor aposta que, em 20 anos, encontraríamos a panaceia universal. Ela não nos tornaria imortais, mas permitiria que chegássemos saudáveis aos 120, 130 anos.