EDITORIAL - O GLOBO
14/04/10
O presidente Barack Obama reuniu 47 líderes mundiais em Washington — é o maior encontro deste tipo desde a criação da ONU, em 1945 — para aumentar a segurança do estoque mundial de materiais nucleares sensíveis.
Foram adotadas medidas para, em até quatro anos, evitar que alguma parte dele caia em mãos de grupos, como a al-Qaeda, capazes de inaugurar a era do terrorismo nuclear.
Não por acaso, o encontro coincide com o momento de pressão máxima dos EUA sobre países ainda recalcitrantes em apoiar sanções mais duras contra o Irã, por conta de seu programa nuclear. O foco foi a China, aliada dos iranianos. Obama obteve do presidente Hu Jintao o compromisso de tomar parte na elaboração do pacote de sanções, embora não a promessa de apoiá-las. Foi um avanço para Washington. Impulsionado pelo "Itamaraty do B", um grupo do governo que se pauta pelo terceiro-mundismo e antiamericanismo militantes, o presidente Lula embarcou numa diplomacia de alto risco, que apoia ditaduras em Cuba, Venezuela e Irã. No encontro de Washington, Lula ficou isolado. Seu governo faz questão de, em relação ao Irã, insistir na tese da diplomacia até o fim, resistindo às sanções sob o argumento de que não há provas de que o programa nuclear iraniano tenha fins bélicos — como se todo o comportamento dúbio iraniano não contasse.
A iniciativa de Obama para controlar o material nuclear sensível obteve a adesão de todos os líderes, inclusive o do Brasil, como tinha de ser.
EUA e Rússia fizeram novo acordo ontem, para que cada lado descarte 34 toneladas métricas de plutônio, material que pode ser usado em armas atômicas. Foi um novo e inesperado avanço entre os dois antigos inimigos da Guerra Fria. Mas Lula não perde oportunidade de alfinetar.
Há dias, desdenhou de outro acordo entre EUA e Rússia para reduzir seus arsenais nucleares em um terço até 2012, afirmando que são armas de prazo vencido (?). Na canhestra estratégia brasileira, uma delegação de empresários, chefiada pelo ministro Miguel Jorge, desembarcou em Teerã. Detalhe: assim que as Nações Unidas aprovarem novas sanções ao Irã, empresas que negociarem com o país dos aiatolás entrarão na lista negra da ONU. Na questão nuclear iraniana, o Brasil corre o risco da irrelevância — exatamente o contrário do que deveria ser o papel do país, com o peso e projeção ganhos nos últimos 15 anos. Um trunfo, deve achar Lula , é sua viagem a Teerã em maio, em retribuição à visita do linha-dura Ahmadinejad a Brasília em novembro.
O presidente brasileiro pretende esvaziar as sanções ao obter do iraniano provas de que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
Corre riscos: 1) as sanções serem aprovadas antes da viagem a Teerã; difícil, mas não impossível; 2) Ahmadinejad não produzir prova alguma, o que é quase certo.
A reunião de Washington foi um passo importante em direção a um mundo mais seguro, embora haja novas ameaças, como a iniciativa do Paquistão de ampliar o arsenal nuclear.
Neste país instável, de governo fraco e grupos islâmicos radicais fortes, esta é a pior notícia para os que desejam evitar que armas atômicas acabem em mãos erradas. É neste jogo em que o Brasil entrou no lado errado.
Governo coloca país em posição vulnerável na crise do Irã
Entrevista:O Estado inteligente
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