Radar

Lauro Jardim
ljardim@abril.com.br

Instintos primitivos abrandados Dida Sampaio/AE Dupla dinâmica Dirceu e Jefferson: tentativa de reaproximação Há cerca de um mês, o ministro José Múcio levou a José Dirceu uma proposta de Roberto Jefferson: o homem-bomba do mensalão, o ex-deputado responsável pela saída de Dirceu da Casa Civil e por sua cassação queria um encontro com ele. Dirceu recusou. E não se falou mais no assunto. Seria o primeiro encontro dos dois desde que Jefferson pronunciou sobre Dirceu duas frases que fizeram história durante a CPI do Mensalão. A primeira: "Vossa Excelência provoca em mim os instintos mais primitivos". A outra: "Sai daí, Zé. Sai rápido". O que será que Jefferson, agora com instintos menos primitivos, queria com Dirceu?

• Eleições 2010

Às mil maravilhas
Até segunda ordem, Aécio Neves e José Serra se acertaram. A distensão entre os dois é visível aos mais próximos. Dentro de duas semanas, a dupla vai ao Paraná participar de um encontro de tucanos. Em seguida, eles desembarcam no Ceará.

Terceiro mandato, não
Uma pesquisa inédita da consultoria Arko Advice com 167 deputados (de um total de 513) foi direto ao ponto: "Como o senhor votaria em uma proposta para permitir o terceiro mandato para Lula?". A esmagadora maioria de 79% cravou "não". O levantamento, feito na semana passada, ouviu 124 deputados governistas e 43 da oposição. Espera-se mesmo que o tema esteja sepultado.

Otavio Dias

Pax tucana Serra: acerto com Aécio

Tempo cronometrado
O próximo programa de TV do PSDB, que irá ao ar em julho, terá praticamente só dois políticos falando: José Serra e Aécio Neves. O tempo dos dois no vídeo será rigorosamente o mesmo.

• Economia

O mantra de Lula
Na reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, na semana passada, Lula disse que tem recebido pedidos para que a taxa de juros não caia muito, pois isso criaria diversos problemas – a poupança é apenas um deles. "Depois dessas conversas, quase liguei para o (Henrique) Meirelles para pedir que ele não reduzisse mais os juros", contou Lula, em tom de brincadeira. Os presentes riram. "Temos é que passar a pedir que o spread caia. É preciso reduzir também o spread cobrado pelos bancos públicos", acrescentou o presidente.

E a queda dos juros, Didi?
Lula sacou Antonio Francisco Lima Neto da presidência do Banco do Brasil, em abril, porque estava irritado com a sua incapacidade de baixar os juros cobrados pelo banco. E alçou ao cargo Aldemir Bendine, o Didi, com a missão de diminuí-los. Beleza. Só que quem comparar as taxas para compra de veículos, cheque especial, crédito pessoal e aquisição de bens cobradas pelo banco na semana anterior à posse de Bendine com os números fornecidos pelo Banco Central na sexta-feira vai constatar que os juros do BB não pararam de subir no período. Tudo subiu. A taxa para o cheque especial, por exemplo, passou de 7,91% para 7,99% ao mês. E agora, Didi?

BB versus BC
O Banco do Brasil contesta o ranking oficial publicado no site do BC. Bem, aí aparece outro problema: o governo contra o governo.

A Cemig avança
Está quase fechada a compra de 50% da Companhia Energética de Brasília (CEB) pela Cemig. A estatal mineira, que no mês passado comprou a holding de energia Terna por 2,3 bilhões de reais, vai pagar 1 bilhão de reais pelo negócio.

"Sadigão" vai a Lula
Sem alarde e fora de agenda, Lula recebeu na terça-feira, em São Paulo, Nildemar Secches e Luiz Furlan. Os comandantes da Perdigão e da Sadia foram explicar a Lula a fusão dos gigantes, que será oficializada nos próximos dias.

Briga familiar
A propósito, velhos problemas familiares da Sadia já entraram na rota da megafusão. O juiz Rogério Cimino enviou uma comunicação a Nildemar Secches dando-lhe ciência de um milionário processo que corre na Justiça de São Paulo contra a Sadia. Nele, Odila Sperandio e Vera Fontana, filhas fora do casamento do fundador da Sadia, Attilio Fontana, querem um naco maior da herança do pai. As duas ficaram com 0,19% do patrimônio, enquanto os outros oito filhos dos três casamentos de Attilio receberam 9,6% cada um.

O que se gasta
Qual é o peso dos alimentos nas compras mensais dos lares brasileiros em supermercados e no pequeno varejo? Uma pesquisa nacional inédita sobre hábitos de consumo, realizada pela LatinPanel para a Associação Paulista de Supermercados, revela que 74% do total de dinheiro gasto para abastecer as casas vai para os alimentos. Bem atrás, vêm as despesas com produtos de higiene (15%), bebida (6%) e limpeza (5%).

• Gente

Huck fora de Noronha
Luciano Huck e João Paulo Diniz venderam suas participações na Pousada Maravilha, em Fernando de Noronha, ao cientista político Antônio Lavareda, que agora controla o negócio.

• Futebol

Junior Lago/Agif

Cofre cheio Ronaldo: rico, mas na dependência de Dunga

Carteira de trabalho fenomenal
É difícil imaginar que haja alguém no país com um salário tão alto registrado na carteira de trabalho: o Corinthians paga 650.000 reais mensais a Ronaldo, ou 8,4 milhões de reais por ano (fora o que ele recebe dos patrocinadores). Uma remuneração desse calibre é comum para os grandes craques – mas nunca na carteira de trabalho. Ronaldo ganha quatro vezes o salário de Dunga, de quem depende para voltar à seleção.

• Vôlei

O fim do Rexona-AdeS
O Rexona-AdeS, hexacampeão brasileiro de vôlei feminino, vai mudar de nome no fim do mês. Passará a se chamar Unilever.

• Música

Xuxa na Sony
Depois de 23 anos e 45 milhões de discos, Xuxa está deixando a Som Livre. Já assinou um contrato de dois anos com a Sony Music. Seu primeiro CD na nova gravadora sai em setembro.

Com Paulo Celso Pereira. Colaborou Ronaldo França